segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

MAS ESTE SEU ALDO É UM PÂNDEGO MESMO...

Pois não é que estava eu, aproveitando o lassez faire, lendo um livro – O Modo Fascista e Nazista de Governar – (Minha tese é que só se combate uma bactéria se a gente sabe como ela é e se comporta.), quando me deparei com um dado interessante.
Entre 1936 e 1938 o governo fascista sob a batuta do signore Benito Mussolini, decretou uma série regulamentações para na vida educacional/cultural italiana. Por exemplo, não se utilizaria mais para o trato pessoal o
lei, que passou a ser substituído pelo voi.
E, principalmente, proibiu os estrangeirismos, obrigou a dublagem de todos os filmes e por aí foi.
Igual ao tio Aldo.

Quem diria, o homem de esquerda, comunistão de velha cepa, foi beber na
fonte fascista do tio Benito.
A gente vê cada uma nesta vida... Além disto, Socialismo e Nacionalismo dá o Partido Nacional Socialista do biruta do Adolfito.
E a gente é que se fode....

Sei que é ...

Sei que é lugar comum, que é apenas uma momento simbólico que a gente escolheu para simbolizar a passagem do ano, que ele não é o mesmo para todo o mundo. Meu filhão o Thiago, lá nos cafundós do Judas já está em 2008, mas vai lá.
UM FELIZ ANO NOVO, QUE SEJA MUITO BOM MESMO, QUE OS SONHOS SE REALIZEM, e por aí vamos.

sábado, 29 de dezembro de 2007

O MASSACRE

10 MORTES!
São 10 mortes, só na largada deste feriadão de Fim de Ano.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O BISPO, O RIO, A CHANTAGEM

Não entendo de rios e de transposições de rios. Portanto, não é sobre isto que me proponho a escrever.
Embora motivado por fatos da atualidade, me interesso é por um assunto extemporâneo.
Não sou nem a favor, nem contra a tal transposição do rio São Francisco, mesmo que me digam que uma obra deste porte servirá para grandes roubalheiras.
Num país como o nosso sempre haverá grandes obras que criarão oportunidades para os que querem se locupletar. Portanto, se não for nesta, será numa outra qualquer. Os nossos fazedores de fortunas espúrias são criar e aproveitar as mais diversas circunstâncias. Competência é o que não lhes falta.
Vou escrever é sobre uma coisa que me incomoda profundamente.
A chantagem, a prepotência, dos que querem manejar os outros pela sensação de culpa.
Por mais que o Bispo tenha razão, o modo como ele tenta impor o seu ponto de vista é espúrio. E, se for apenas para chamar a atenção dos demais, pior ainda. Existem outras maneiras de defender o seu ponto de vista que não seja este. A História que o diga.
Numa peça que assisti, quando entrava nos meus 20’s, anunciam o suicídio de uma pessoa. A atriz, acho que a Fernanda Montenegro, na sua fala diz:
-Tenho nojo dos suicidas!
Só não digo a mesma frase por conta de que evito as generalizações. Entendo o desejo, o ato, nas crianças e adolescentes que são movidos por impulsos. Entendo a atitude nos que padecem de dores fortes e incuráveis. Entendo nos velhos, que vêem a vida se desvanecer, sem nenhuma perspectiva. Até entendo, mas aí como psiquiatra, naqueles que usam a ameaça como uma forma de pedir socorro.
Mas o modo como o Bispo age é para que nós fiquemos responsáveis pela vida dele. Se algo ocorrer a ele, o Governo é que será o culpado (Longe de eu estar defendendo o governo Lula.).
Ao Governo nada mais resta que uma rendição incondicional. Ou ter de enfrentar o risco de, morrendo o dito Ministro de Deus (?), ter a opinião pública contra si, de vez que esta adora uma pobre vítima do cruel destino.
Um ótimo meio de lidar com este tipo de chantagista, é não dar importância ao seu ato e deixá-lo responsável pela sua vida.
Dizem que após a cassação do Carlos Lacerda, este, descontente com os rumos que a revolução estava tendo, entrou em greve de fome. Depois de alguns dias um amigo foi visitá-lo no hospital, entrou no quarto e disse:
-Ô Carlos, para com esta frescura. É verão, tá todo mundo na praia, ninguém tá dando bola pra ti. Tu não tá no país de Hamlet, tu tá na terra do Macunaíma!
A greve de fome acabou no mesmo dia.

Adendo:

Evidenment não estou falando daqueles que por um dos azares da vida tem os seus níveis de serotonina muito baixo. Estava me referindo aos que usam este mecanismo para dominarem os outros à sua vontade.Sei que na depressão verdadeira (ou algumas outras patologias psíquicas) o suicídio muitas vezes parece ser a melhor solução e que isto tem de ser tratado. Para isto eu existo.

Antes que pensem mal de mim!

Não, não sou um sádico, nem tampouco um insensível. Apenas acho, que se outras formas de protestar não deram certo, que se tentasse a ironia. Até agora, ao meio dia de quarta-feira, já são 35 mortos nas rodovias gaúchas e 196 nas brasileiras. É muito massacre para que se o assista sem uma medida concreta por quem pode mais. Eu já não corro mais, obedeço a sinalização e oriento quem eu possa orientar. Mais do que isto está fora do meu alcance. Mas tem gente com mais poder que eu. Por favor, que o use. Está demais.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

TAMO GANHANDO DO IRAQUE DE REBENQUE EM PÉ

Estas notícias de: “bomba em mesquita mata 50 e fere 72 pessoas em Sid el Rashid”, “5378 americanos já morreram desde o início da guerra” são um faz-me rir para nós brasileiros.
Em qualquer finzinho de semana, só aqui no Rio Grande do Sul, que não é nenhum pole position neste ranking, aqui no Brasil, morrem 20, 30, 40 só nos acidentes de trânsito (Mortes imediatas e mediatas, pois, a mais longo prazo, o atestado de óbito muitas vezes não refere o acidente.). Isto sem levar em conta os assassinatos, outros acidentes, overdoses.
No sábado dia 21/12/2007, já contabilizávamos 18 mortos, uma pechincha. Até quarta ao meio dia devemos ter um número bem maior, para nos encher de orgulho. (Terça feira ao meio dia já está na UOL que os mortos aumentaram em 40 e picos por cento em relação ao ano passado, que já foi um horror) Tão pensando o quê de nós aqueles porquera no estrangeiro.
Imagino que números apresentaríamos numa guerra civil às devas, ou num conflito externo. Coisa de encher os livros de História de números.
Mas, o que mais me chama a atenção neste processo, é que não aprendemos nada, ano após ano.
Que não tomamos providências efetivas com tudo se repetindo.
Que fora uma campanhazinha aqui, outra acolá, nada de mais acontece.
Que se se toma uma medida, ela é tíbia, inaplicável, ou inaplicada. E, se ela começar a punir de fato, em dois toques nos a modificamos, para não sermos radicais, para não punirmos inocentes. Para preservarmos o vivo em detrimento do morto. Mesmo que eles no supram com mais mortos no futuro.
Uma vez propus uma campanha publicitária radical. Com fotos reais, cruas, chocantes. Foi recusada de cara. “Iria chocar demais.” “Vão pensar que estamos apelando.”
Os mortos, os aleijados, os que tiveram perdas agradecem. Não ficarão chocados... Vão ficar satisfeitos porque os meios de comunicação não apelaram...


segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

DINGOMBÉIS

Estou me achando um marciano. Talvez não seja novidade para alguns que me achem um marciano. Mas eu não me tenho por um.
Vejo os comerciais na TV, os jingles no rádio, os outdoors. Todo mundo feliz, todo mundo se amando, todo mundo trocando presentes. Todo mundo cercado de familiares, que se amam, são felizes, passam todo tempo a sorrir.
Eu também sou feliz. Mas não todo o tempo.
Amo um monte de gente. Mas não todo o tempo e muito menos todo mundo.
Recebo presentes, até dou alguns, mas não gosto da sensação de ser obrigado a dar presentes.
Tenho família, posso dizer que sou feliz. Mas não fico todo o tempo a sorrir. Tenho de enfrentar e tentar manejar com certos conflitos.
Acho que sou um marciano...
Fico pensando como devem sentir-se nesta época do ano aqueles que não tem tudo isto. Devem também se sentir uns marcianos. Tenho pena deles. Não têm ninguém que lhes diga que são normais.




Digam-me senhores, é habitual um "Papai Noel" destes? Mas a imagem diz que é possível. Portanto ... você pode ser um marciano.

Perdão ladies (Perdão tio Aldo R...) mas não encontrei uma imagem digna de um Papai Noel para vocês.

Tam! Tam! Tam! (fanfarras)

A ZERO HORA acaba de informar que o número de mortos, só aqui, já passou dos 25. Ninguém segura este país!!!

Agora é o UOL, já estamos com 49% a mais de mortes neste feriadão. Não dá vontade de cantar:

200 milhões em ação

Prá frente Brasil

Do meu coração .....

Em alguns meses botamos os mortos da ditadura no chinelo e, se fresqueiam um pouco, e batemos o old (perdão Aldo R.) Fidel.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

UMA OUTRA SURPRESA



Pois o meu filhote, o Pedro (na foto com o diploma) acabou de me dar uma outra alegria. Se formou no segundo grau e, para minha surpresa, foi um dos oradores da aula. O guri escondeu de todo mundo e só quando foi chamado é que nós viemos a saber. Papai ficou babando.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

PRESENTES SEXUAIS PARA O NATAL E ANO NOVO

Época de dingombéis, não tem porque não ser original. Dê para ela algo de novo nesta hora.

PRESENTE DELE PARA ELA:

Antes de qualquer coisa, prepare o bolso. Natal sexual barato não existe, a menos que você seja um Brad Pitt, um Gianichini, ou algo pelo estilo. E, cá pra nós, é difícil que você o seja.
Mas ela merece, você tem, ou conseguiu guardar uma grana, e ela, além de gostar de você mostra claramente que gosta da coisa.
Reserve uma suíte num hotel 5 estrelas, ou num mais simples, se for num lugar muito pitoresco, charmoso, etc. Chinelagem nem pensar. “Querida, pensei em não gastar tanto para nós termos mais dinheiro para...”
Providencie uma boa champagne. Mas champagne, não me venha de sidra, espumante, seu pão duro.
(Pode ser também uma tequilla, das boas, mas aí tem de aprender a fazer uma frozen marguerita. Mas, para estas ocasiões, uma champagne é melhor e mais prática.)
Compre umas rosas, de preferência vermelhas, ou brancas, e espalhe as pétalas por todo o quarto e, se tiver banheiro com hidro, nele também.
Se puder levar um lençol de cetim, ou seda, de preferência preto, bordeaux escuro, melhor ainda, mas não é obrigatório.
Jantem num lugar chic, algo leve. Nestas horas, meu querido amigo, um japonês, ou tailandês vem bem a calhar. Uma comida gostosa, leve, sofisticada.
Se houver um lugar adequado para dar uma dançada antes melhor ainda.
Faça com que ela se sinta uma rainha.
Se achar que um Viagra, ou um Cialis, vai ajudar na autoconfiança, ou no desempenho, fale com o seu médico e não se acanhe.
Aí meu nego, é só fazer o gol e correr para o abraço.
Mas, se com tudo isto, ela não vibrar, veja pelo lado positivo. Ou ela não está tão afim de você, como você gostaria, ou ela não gosta muito da coisa, e é bom que você descubra isto agora. (PS. Só leve em conta se não é período de TPM, ou menstrual, se você, ou ela, tem problemas com estes períodos. Ou se a menina está passando por um período de muito stress.)


PRESENTE DELA PARA ELE:

É mais barato, mas pode ser, subjetivamente falando, mais difícil.
Dê a ele algo que há tempos ele vinha pedindo, mas que você não estava muito disposta a conceder. Mas, ATENÇÃO, ATENCION, ATTENTION, ACHTUNG, ATTENZIONE, não faça nada que seja uma violência para você.
Aquela entrada pela porta dos fundos que há horas ele lhe pede. Conheci uma que um dia resolveu dar o presente para ele. Esperou-o nua, com a bundinha para cima e um enorme laço de fita vermelha sobre ela, e um frasquinho de KY sugestivamente do lado.
Sabe aquela fantasia que ele tem de terem uma 3ª pessoa junto. Quem sabe não é a hora. Mas cuidado. Avalie bem se esta fantasia não vai mexer com preconceitos dele. Às vezes os caras dizem que querem e depois ficam recriminando, ou lançando isto na cara da mulher depois. Têm muito falsos liberais por aí. Veja os bem antecedentes dele ou comentários que ele tenha feito nas entre linhas.
Muitos homens têm fantasias com o uso de acessórios. De repente você compra um, ou alguns e faz estas fantasias com ele.
Outros gostam de um teatro (Tinha um que adorava a “peça”, na qual a namorada era a mulher de um outro homem e que os dois o estavam enganando.) Enfim, gostos não se discutem. Mas por que não lhe dar isto de presente.
Mas deixando bem claro, nunca se violentando.
Façam e depois me contem os detalhes. O ano que vem, véspera de Natal o receituário poderá vir mais cheio.
Felizes Festas

domingo, 16 de dezembro de 2007

ESTE PESSOAL DE BRASILIA SÃO UNS PÂNDEGOS III

Sempre desconfiei que os nossos políticos têm uma alma infantil.
Pois não é que o governo perdeu na questão do CPMF e a ala governista em vez de parar para ver que estamos com uma carga tributária enorme, que se deixa vazar recursos por todos os canto, está se comportando como criança pequena. “Olha, agora vocês vão ver uma coisa, eu vou aumentar um montão de impostos!”, que, como todos devem intuir, é uma variação do “Tu vai vê uma coisa!”.
Porque não se preocupam em criar uma legislação que torne a fiscalização mais fácil e efetiva. Sim, porque sonegação e tentativa de sonegação sempre haverão; hecha la lei, hecha la trampa (Feita a Lei, Feita a Trampa – trapaça), viu dep. A?
Porque não se preocupam em diminuir as despesas inúteis, supérfluas, desnecessárias do Congresso? Bom, aqui devo estar escrevendo baixo o efeito de um gole de Absinto que tomei ontem.
Porque não fiscalizar o que o governo está fazendo (qualquer governo) e cobrar a aplicação da lei, se for o caso. (Resquícios de um flûte que tomei na sexta, só pode.) Mas, como já estou começando a delirar (Onde foi que eu pus o meu Haldol?), vamos parando por aqui.

ESTE PESSOAL DE BRASILIA SÃO UNS PÂNDEGOS II

E o senador Pedro Simon do PMDB-RS, que era contra isto, e aquilo, inclusive contra a prorrogação da CPMF, por A e B motivos, na hora H, não só votou a favor, como também fez um discurso a favor. Razões: Chi lo sa? (Quem o sabe?, deputado Aldo a quem devo a oportunidade de desenvolver as minhas qualidades como tradutor.).

ESTE PESSOAL DE BRASILIA SÃO UNS PÂNDEGOS

Acho que Brasília consegue reunir o que de pior o Brasil tem. Gostaria até de poder dizer que Brasília mostra o que temos de melhor e de pior. Mas não consigo localizar lá o tal de melhor.
E, atenção, por favor. Não é uma crítica específica ao governo Lula, de vez que os fatos relatados podem ser aplicados para os outros governos, com as variantes necessárias.
Nesta semana de brigas pela CPFM, sobe o Senador Paulo Paim (PT – RS) e faz um discurso candente em defesa da CPMF. Brilhante discurso, claro, incisivo, aparentemente decisivo. Sai da tribuna e vai para o seu assento quase como um centroavante que fez um gol e corre para o abraço.
Pois não é que vêm um senador d’um estado do nordeste e, num discurso bem mais singelo, rebate todos os argumentos do Senador Paim, com argumentos do SENADOR PAIM, no seu discurso contra a implantação da CPMF durante o governo Fernando Henrique. Se eu fosse o Paim estaria louco de vontade de escapulir chão abaixo.
O que é a metamorfose de um sujeito quando está no governo, ou na oposição. E nós, os bobos da corte, pensando em coerência.

sábado, 15 de dezembro de 2007

A Lei do Aldo

Pois o sr. deputado Aldo Rabelo, do PC do B (morro de medo de escrever coisas que possam contrariar aqueles que ficam no final do espectro, tanto da direita, quanto da esquerda. Quando chegam ao poder costumam ser mui vingativos. Mas, por outro lado, não posso deixar de ser quem eu sou, se bem que muitas vezes me peguei não sabendo bem quem eu sou, mas enfim, chega de digressões!) criou uma lei, importantíssima, é claro, que visa coibir os estrangeirismos que maculam a nossa inculta e bela Flor do Lácio.
Num país sem problemas como o nosso, imagino que uma lei destas vai ter influência gritante no nosso áureo porvir.
Ou seja, cada vez que eu escrever um estrangeirismo, ou um comerciante colocar no seu estabelecimento um nome up-to-date (de última hora, novidade, viu como eu sou obediente seu Aldo!!) deve colocar a tradução.
Como não li a lei publicada, portanto não sei da sua extensão, quais as suas exceções. Mas fico eu a filosofar barato.
Será que os setores mais conservadores da Igreja vão poder rezar a missa em latim? Ou terão de faze-lo com tradução simultânea, como nos congressos médico, par exemple (por exemplo).
Será que a revista ELLE vai ter de ter entre parênteses a palavra ELA?
Os Lions Club’s, vão ter de ser designados Clube dos Leões?
O meu pen drive do computador terá na embalagem “memória auxiliar para ordenadores no formato de caneta”?
Esta lei causará sensação. Como causar sensação é um galicismo, para alguns já incorporado, para outros não, deverá, ou não, ter uma tradução para a nossa querida língua materna?
Mein Gott!!! (Meu Deus!!!), nos próximos meses não poderei pensar direito na segurança, em como pagar a faculdade dos filhos, na alimentação, neste blog. Deverei comprar um dicionário sobre estrangeirismo e sua correta tradução.
Quero ver são os advogados que adoram um data vênia, passarem a ter de traduzir este data vênia a toda a hora.
Uma vantagem teremos. Uma lei desta engessa a língua por um bom par de séculos. Com isto os livros didáticos vão durar bem mais e os alunos vão precisar estudar menos, porque a linguagem vai ficar mais pobre, muitas palavras vão caindo em desuso e os neologismos, em uma freqüência enorme, tem origem estrangeira.
Mas, porque tanta catilinária, de minha parte, em relação a esta lei?
Porque sou eu, e vocês todos, que pagam o salário, as ajudas de custos, os auxiliares, os assessores, as passagens, parte da previdência deste e outros senhores, bem como creche, enfermaria, médico de plantão, restaurante subsidiado, e sei lá mais o que (Me disseram que um deputado federal custa para nós, para nós, em torno de R$100.000,00 por mês.). E para quê? Para me dizerem como eu e vocês devemos escrever nos nossos assuntos (Não estou falando do mundo oficial.).
É brabo! Como diria no meu dialeto fronterês (será que este também vai precisar de tradução?) “é fodinha! É fodinha!!!”.

POR QUÊ DUAS MULHERES E UM HOMEM?

Tenho um amigo, o Ganso, que é um especialista em tudo que diz respeito à sacanagem, esbórnia, sexo, mas desde que haja um pouco de afeto, de romance.
Pedi que ele fizesse uma enquete entre suas conhecidas para que elas dissessem se preferiam uma relação a três com outro homem ou outra mulher.
Uma amplíssima maioria delas escolheu que preferiam uma outra mulher como companhia na gandaia.
Mas por quê esta preferência?
Uma das explicações, ou pelo menos, tentativa de explicação, seria de que este modelo tem uma ligação atávica com o fato de que no mundo animal se tem um macho
alfa+, que têm várias fêmeas. Alguns alfa- ficam ali, pelas “berbas” esperando uma promoção ou contentando-se com uma só, ou o que sobrasse.
O resto seria massa de manobra.
O fato é que, biologicamente falando, duas fêmeas convivem melhor com um macho do que o inverso. Embora, como sempre, se tenha inúmeras exceções.
Outra explicação é que nós homens somos mais diretos para uma série de coisas. Entre elas para o sexo. As feministas que me perdoem, sei que existem exceções, mas estou falando de maiorias puras. Homem é mais explicito (para o sexo) na maior parte das vezes. Portanto, depois que um homem sai do armário, ele sai do armário. Gostou mais de homem, sai com homem. O sexo entre homens não tem nada de reprodutivo, é prazer puro e simples. Para que então por mulher no pedaço?
Já as mulheres, por mais que, racionalmente, também queiram sexo só pelo prazer que a atividade propicia, têm de lidar com um componente genético/constitucional, não ligado à lógica, que faz um link com a maternidade e, conseqüentemente, com o afeto. (Penso que existe também o link nos homens para a paternidade, mas penso que ele é bem mais fraco.) Talvez seja esta uma terceira razão para explicar a preferência do desenho duas mulheres/um homem. A presença da outra mulher aumenta a carga de afeto e prazer, enquanto a participação do homem satisfaz o link.
Um outro elemento em jogo é o fato de que a presença de um homem ajuda a diminuir eventuais culpas pela atração e prazer homossexual entre as mulheres, pois, teoricamente, estão ali juntas para dar prazer a ele, pela vontade dele.
Duas mulheres se acariciando, fazendo sexo, satisfazendo-se mutuamente, não incomodam, em geral, a um homem, porque esta atividade satisfaz muitas das suas necessidades voyerísticas. (Lembremo-nos que nós homens somos os grandes consumidores das Playboy’s da vida.), além não haver um outro pênis para ele competir ou temer.
Já dois homens, ao se acariciarem, ao transarem, incomodam a mulher, pelo menos as que conheci. Sentem-se excluídas, vêem uma questão hierárquica entre os dois homens (um superior e o outro inferior, em geral o, antigamente, chamado passivo) e nenhuma mulher gosta de se envolver sexualmente com homens inferiores no campo do sexo.
Na relação a quatro se tem o problema de que é difícil contentar todo mundo. Não bastasse isto, o prazer alheio sempre desperta, em maior, ou menor grau, o ciúme e a inveja dos demais. O que faz com que nas relações a quatro, com uma freqüência altíssima, muitos sejam consumidos por percepções desagradáveis ao final da atividade, pois ficam com a sensação de que alguém ficou devendo-lhes algo, o que acaba por minar o possível prazer que os “devedores” nelas teriam.
E, at last, but not least (Finalmente, mas não por último, no sentido hierárquico da palavra – Para satisfazer o deputado Aldo Rabelo, autor desta belíssima lei que exige que cada estrangeirismo tenha a sua tradução. Minha dúvida é a partir de quando uma palavra deixa de ser estrangeira e passa a ser incorporada ao léxico nacional com a ressalva de que é um galicismo, um anglicismo, etc e tal.)
, nas grandes surubas estes problemas não aparecem,paradoxalmente. Ninguém é de ninguém, o prazer dos outros fica tão diluído, os preconceitos tão abalados, que todos acabam mais, ou menos, na mesma média. O problema, no caso, é que as bacanais são pobres emocionalmente, o que faz com que muitos dos participantes tentem uma ou outra vez, mais por curiosidade, e depois se retire para não mais repetir. O que fica de bom delas, para a maioria, pelo menos dos homens, é que têm mais uma história para contar nos Barrancos da vida, com todas as hipérboles possíveis, para uma platéia que precisa acreditar no sonho, para poder fantasiar que um dia a sua vez chegará.
E deu gente, por um tempo cansei de surubas, ménages (encontros, seu Aldo, encontros), troca de casais, par touts (Para todos, seu Aldo.). Mas, como um vicio já antigo, quando menos se espera a vontade de falar no assunto volta.

Cultura e Ser Humano, ou voltando ao Jô Soares e peculiaridades sexuais de minorias em Angola

Hoje, na Folha de São Paulo, tem um artigo do Antonio Cicero que diz exatamente o que eu penso a respeito da cultura quando esta violenta o ser humano.
O respeito à integridade física/psíquica de um ser humano deve ser inviolável, diga o que diga a nossa cultura ou de alhures.
O respeito, ou desrespeito, a esta integridade, pode ser europeu, americano, asiático, etc. e tal. Mas não vai deixar de ser respeito, ou desrespeito.
Sem a denúncia, por mais mal formulada que seja, não há como se ter conhecimento do fato. O fato do Jô ser tachado de egolátra, narcisista, não impede que ele tenha denunciado um fato. Podemos discutir os números do fato. Não podemos é ignorá-lo porque a denúncia foi mal formulada.
Um abuso sexual é um abuso sexual, seja o motivo que ele tiver.
Por uma questão jurídica, quando Tibério condenou, via senado, Sejano e a famíla a morte, tiveram de violentar a filha menor deste, porque, sendo ela virgem, não poderia ser sentenciada a morte.
Ou seja, até razões jurídicas pode se encontrar para justificar uma violência. Nem por isto ela deixa de ser uma violência.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

COTAS – UM OUTRO LADO


Eu estava em um táxi conversando com mi vieja (88 anos, porém lúcida, ainda dá palpites na minha vida.) a respeito da aprovação do meu filho na PUC, explicando-lhe porque ele não iria, em princípio, matricular-se lá; mas que passar na UFRGS, ou na Fundação, não ia ser nada fácil, por conta da questão das cotas.
Quando terminei, o motorista me olhou e disse:
É Dr. este negócio das cotas é uma merda mesmo.
Imagine o azar da minha filha. Ela é branca, ainda por cima tem os olhos azuis da família da minha mulher.
Eu e a minha mulher, quando ela passou para o 2º grau, fizemos um sacrifício e colocamos a menina num colégio particular, pois o que ela estudava era muito fraco.
Não foi mole, nem eu, nem a minha mulher e nem ela pudemos tirar umas férias. Ela (a filha) até começou a trabalhar a fim de ajudar a pagar nos estudos. Neste último ano, a minha mulher até pegou estas coisas da Natura, pra faturar uns pila.
Pra quê? Para ela agora enfrentar um montão de gente (a filha quer Medicina), sem ter praticamente chance nenhuma, porque ficou muito difícil para quem não pega uma cota. Ela não é de cor e não tem culpa por isto. Não estudou em escola pública por que nós decidimos nos sacrificar para ela ir mais preparada. Teria valido mais a pena deixar ela na escola pública que, pelo menos, numa cota ela entrava.
Tá brabo Dr.! Tá brabo!
Pensei que, no futuro, muita gente vai procurar o tal pé na cozinha, dar umas sessões de bronzeamento para os filhos, coloca-los numa escola pública, separar-se judicialmente pro forma, de maneira que a responsável pelo adolescente ficasse com uma renda lá em baixo e, aí sim, metia-lhe num bom cursinho, com bons professores particulares e, ainda por cima, contaria com as benesses (Benefícios, vantagens – segundo o seu Aldo Rabelo e sua lei, terei de colocar a tradução ao lado de cada estrangeirismo que usar.) das tais cotas.
Será que isto é moral, ético? Mas serão as tais cotas morais, éticas?
Ou é um arranjo do descaso com a educação que procura a solução imediatista, sem gastos, para continuar gastando em outras coisas? Não seria mais fácil dar bolsas para os alunos carentes, créditos subsidiados, tipo o tão mal falado, à época, crédito educativo?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

MUTILAÇÕES COM AVAL

Vejo que uma série de entidades de defesa e valorização dos afro brasileiros estão indignadas com o Jô Soares, porque ele falou de modo depreciativo, irônico e humorístico, em um programa de TV, sobre costumes sexuais em Angola, muitos deles envolvendo mutilações de meninas. Uma das pessoas falou até que se tem de respeitar os costumes, tradições e ancestralidade de uma cultura.
Ou seja, se uma mutilação, como a clitoiridectemia envolver um costume, uma ancestralidade, uma tradição, então pode!
E eu que pensava que uma mutilação é uma mutilação, vejo que a coisa não é bem assim.
Talvez, se é para ser assim, a Santa Inquisição e o Nazismo não estivessem tão errados, ao defederem valores culturais, ancestrais e tradicionais de determinadas culturas e eu é que devo rever os meus conceitos sobre a violência.
PS, e que nenhum simplório me venha dizer que estou com isto defendendo o Jô.

Comemoração

Hoje eu gostaria de comemorar com vocês o fato de que o Pedro, o meu pimpolho, o meu pecurrucho, foi fazer o vestibular de Psicologia da PUC, só para se testar e.... tcha tcha tcha tcham!!! PASSOU!
Não vai fazer, até porque o papi aqui não aguenta três PUC's, mas me abri pro guri, pois só começou a estudar a partir de setembro.
Hoje eu me sinto o próprio pai se abacanando.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

COMENTÁRIOZINHO

Cá pra nós, ver o Lula, elogiar o Evo Morales, dizendo que ele foi a coisa mais extraordinária que ocorreu na América do Sul, depois deste haver feito conosco o que a maior parte dos homens deste país gostaria de fazer com a Flávia Alessandra, NÃO TÊM PREÇO!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

SOBRE SEXO GRUPAL


Até agora me limitei a colocar aqui no O HEDONISTA casos que me pareceram emblemáticos.
A partir de agora pretendo dar os meus pontos de vista de que o sexo grupal, com sua predominância no desenho duas mulheres/um homem, tem mais a ver com a biologia, anatomia, psicologia etc. e tal, do que um fato puramente social, criado por uma sociedade patriarcal, machista, capitalista selvagem, que transformam as mulheres em meros objetos de troca.
As opiniões minhas são baseadas no que vi e ouvi ao longo da vida. Muito pouco tendo a ver com pesquisas sexuais/comportamentais. Muito mais a ver com a literatura que retrata costumes, mas sem maiores preocupações com estatísticas. Que, como já disse antes, são muito sujeitas a más interpretações.
E por favor, nunca esqueçam que estou falando de pessoas de classe média, sócio/cultural/economicamente falando.
Segue num próximo post.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Ménage a Trois & Assemelhados II

Esta me foi contada por conta da intimação que fiz a uma amiga que eu sabia que já havia passado pela experiência.
- Por quê?
- Por curiosidade.
- Já tinham me falado, já tinha visto em filmes, já tinham me proposto. Um dia fiquei naquelas. Por quê não experimentar?
- Experimentei!
- E aí?
- Foi bom! Não foi o bicho. Mas foi bom. Mas não senti vontade de repetir mais vezes. É como certos doces muito doces. Dão muito prazer na primeira garfada, mas logo enjoa. Se a gente tenta de novo descobre que o enjôo vem cada vez mais cedo.

APELO










SENHORAS E SENHORITAS! EU VOS APELO!




Quando um homem, mas pode ser uma mulher, vos pedir para fotografar vos desnudas, aceitem!
Digo isto porque tenho a fotografia como hobby desde os meus, hoje já longínquos, 14 anos, quando ganhei uma máquina Fuji Pet 35mm.
Meu gosto sempre foi fotografar pessoas. De preferência mulheres. De preferência desnudas.
Consegui isto com poucas.
Descobri que era mais fácil ir para a cama com uma mulher do que retrata-la em sua magnífica nudez. Acho que, no fundo, tinham medo de desnudar a sua essência.
Não tenho mais suas fotos comigo.
Muitas fotos foram queimadas num incêndio que houve em minha casa em Livramento. Outras por uma iconoclasta que passou pela minha vida. Muitas porque eu as devolvi para suas donas. E, finalmente, as demais, porque eu as destruí quando terminou o relacionamento, para evitar o risco de caírem em mãos erradas.
Mas, aquelas que as conservaram, têm em suas mãos uma prova de sua beleza. Hoje podem estar velhas, gordas, sofrendo as agruras da lei da gravidade. Mas um dia foram gloriosas, voluptuosas, lindas. E podem se orgulhar disto.
Assim como um país pode guardar coisas de um passado magnífico, glorioso, assim também aquelas que um dia ousaram.
Pode que, naquele momento, não se sentissem belas, atraentes, pois seu crivo estava contaminado de exigências descabidas.
Mas, tenho certeza, hoje veriam aquelas fotos com outros olhos.
Para corroborar o que digo, vão aqui fotos de mulheres que colhi no livro 1000 NUDES. Algumas destas mulheres estarão, ou estiveram, passados os anos, arrependidas do que fizeram? Duvido!
Existem riscos de pousar nuas? Existem! Mas, a própria Vida, em si, já é um risco.

Ménage à Trois & Assemelhados

Comentário que eu ouvi de uma garota de programa.
- Homem é bem marreca! Propõe pôr outra mulher na transa; pagam mais que o dobro, se sentem uns malandros e, mal sabem eles, que a gente gosta disto (
de transar com outra mulher) e ficamos tirando o maior sarro deles.
- Sim, porque homem é a coisa mais fácil de enganar. Basta dizer que ele é maravilhoso, que o pau dele é uma loucura, gemer, dizer um monte de sacanagem e que a gente só não deixa de cobrar porque o estabelecimento não permite, ou porque a gente tem uma família muito pobre que precisa que a gente ajude.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

MÉNAGE À TROIS - CASO 3

Minha amiga D. G. separou-se quando tinha 34 anos, uma filha de 12 e toda a sede do mundo para fazer o que antes não havia feito.
Num momento que a filha foi com o pai para uma viagem ao exterior, ela se mandou para o Rio de Janeiro (Segundo o Luiz Fernando Veríssimo, quando um gaúcho queria dar, ou uma mulher aprontar, iam para o Rio. Si no ne vero e beno trovatto.) disposta a descontar o tempo perdido.
Fez de tudo um pouco, saiu com jovens, maduros, seniores. Num pileque transou com uma mulher, mas como o porre fora grande não sabia exatamente o que tinha feito e o que tinha sentido.
Um dia, numa daquelas festas de embalo, o gatão de meia idade que estava com ela propôs saírem em companhia de um homem um pouco mais jovem, para tomarem umas e outras no apartamento do dito cujo.
Ela, que não precisava, àquela altura da vida, de muitos circunlóquios para chegar nos finalmentes topou. E lá, no apartamento, se aconteceu o que era para acontecer.
Relato: - Olha foi bom, mas não foi o bicho. Os homens ficam morrendo de medo de se tocarem, se esfregarem, ainda que sem querer. Ficam muito naquela de ir experimentando posições. Parece até que a gente estava fazendo curso para malabarista de circo. Havia momentos em que estavam mais preocupados com a lei da gravidade do que com qualquer outra coisa. A tal dupla penetração, que era apresentada como a cereja do bolo, só era boa por momentos, quando se conseguia uma certa coordenação dos movimentos e equilíbrio. Freqüentemente me senti simplesmente prensada, amarrada, entre os dois. Tá, teve momentos legais, mas foram só momentos.
Se faria de novo? - Só se for pelas pessoas, que devem ser especiais, mas não por conta da idéia, ou lembrança de um prazer extraordinário.

SEXO AMOR MORTE

Por acaso encontre este escrito meu. É anterior ao O Hedonista.

Gostei do que li. Pensei. Porque não plagiar a mim mesmo?

Coloco pois ele à disposição de vocês.


SOBRE A MORTE A VIDA E O AMOR

Gostaria de escrever este em caracteres japoneses
Pela beleza e mistério que eles encerram.
Em língua italiana pelas sutilezas que ela permite.



Escrevo a noite sob a luar, o que é uma façanha, pois não sou mais jovem.
A luz fria, deste esmaecido sol de aço, dá apenas a luminosidade necessária para que eu veja o papel onde garatujo estas letras.
Meus pensamentos escuros dançam em volta de pequenos focos de luz da minha vida passada.
Penso na Vida e na Morte. Na Vida, esta tremenda experiência que no entanto sempre acaba no mesmo ponto. Alguém já disse que a Vida é uma doença que sempre acaba em morte.
Penso na minha Morte, que um dia vai chegar. Penso que gostaria que ela me encontrasse num momento de crescimento, de glória. Num destes momentos de píncaro que todos nós um dia conhecemos.
Não tenho do que me queixar, a vida até hoje me foi generosa.
Desvio um pouco o olhar dos meus pensamentos e te olho. A dormir.
Uma metamorfose ocorre. Na minha mente? Na luz?
O fato é que aquela luz álgida começa a se adocicar em contato com o teu rosto e teus cabelos. Uma pele que deveria ser marmórea vai adquirindo vida.
A temperatura do meu olhar vai aumentando à medida que adivinho que teu corpo está nu debaixo dos lençóis.
Não me contenho. Levanto da mesa e me aproximo da cama.
Uma curiosidade, nunca satisfeita, de ver a minha Maja, faz com que eu, num gesto quase profano, não fosse ateu, te descubra. Lentamente, para não te acordar.
Eis a minha Maja. Em toda a sua luxuriante e despudorada nudez. Milagre mil vezes repetido, mil vezes surpreendente, como um pôr do sol. Vejo que estou frente a beleza que me encanta e faz o meu corpo reagir.
Depois, com calma, só com os olhos, toco no teu rosto, beijo de leve os teus lábios, escorrego as minhas mãos pelos teus ombros e costas que tanto me excitam.
Toco, lambo, mordisco, teus seios. Agarro tua bunda, passo o rosto em teus pêlos, numa excitação crescente. Quando te acordo me dou conta que a Morte desapareceu...

FILOSOFANDO UM POUCO ÀS VESPERAS DO NATAL

Vai chegando o Natal e as pessoas começam a ficar inquietas. Começam a criar fantasmas.
Os piores fantasmas são os que criamos.
Dispomos deles, alimentamo-los e, o que é pior, por mais que nos incomodem não queremos destruí-los.
Eles ajudam a esconder algo dentro de nós, que imaginamos terrível, que tememos ser mais sombrio que estes frankensteins gerados pela nossa imaginação. Daí a cortina da fumaça por nós criada.
Talvez passemos o resto da vida fugindo de trevas que não existam.
Digo isto também por conta da enxurrada de e-mails que recebi a respeito desta série de artigos a respeito do sexo em grupo.
Não me propus, e não me proponho, decidir se é certo, ou errado, as manifestações de sexualidade coletiva. Me propus e me proponho, que se possa entendê-la. Apenas isto.
Depois que cada um faça o que bem entender com o que concluir.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

MÉNAGE À QUATRE



Uma amiga me conta que o marido começou a se queixar que a vida sexual começava a se tornar monótona.
Que era por conta disto que muitos homens começavam a ter amantes, que se desinteressavam pela esposa e todas aquelas variantes típicas que um homem diz quando quer algo que, no fundo, ele teme explicitar.
Tanto fala, tanto insiste que um dia ela perde a paciência e lhe diz:
- Tá bom! - Diz o que é que tu queres que eu topo!
Ele, pego de surpresa, enrola um pouco, mas acaba falando:
- Eu queria te propor que a gente fizesse uma troca de casal.
Aí, é ela quem é pega de surpresa, Pede então um tempo para pensar no assunto.
Pensou e resolveu tentar.
O primeiro problema a resolver seria achar um casal. Queriam encontrar um casal, jovem, bonito, sarado, sofisticado, depravado. Ou seja, com qualidades que não eram abundantes neles.
Depois teriam ver se este casal toparia.
Acabaram por ir numa casa de swing, onde o marido escolheu um casal. A escolha não era bem do agrado dela, pois, se a mulher do outro era bem ajeitadinha, não se podia dizer o mesmo do homem, que explicitava os estragos da cervejacoadjuvado por um gritante mau gosto no trajar. Mas enfim! Seja como Deus quiser.
Saem, batem papinho, dão uma dançadinha, vão para um motel.
Vê o marido se atracando na outra com avidez. Ela não se excita nem um pouco com o que vê. O sujeito que está com ela não a estimula, mas ela segue em frente para não ser acusada de estraga prazeres.
Quando o marido pede que ela e a outra mulher se toquem, ela faz só um pouco, e no início, pois não é algo que lhe dê muito prazer, ou excite. O mesmo parece ocorrer com a outra mulher.
Nota que os homens se mexem com cuidado para não tocarem, se esfregarem, um no outro.
No final das contas.
O seu esposo parece ter ficado satisfeito e gostado.
Ela tem a sensação de ter feito algo necessário e agora que não me encham mais o saco!
O outro sujeito ficou com aquele ar de quem está pensando. “Dei uma trepadinha e pronto.”
A outra mulher parece haver ficado na mesma situação dela.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

LONGEVIDADE E SOBREVIVÊNCIA NO BRASIL

As manchetes do dia dizem que a vida média do brasileiro subiu para 73,2 anos em média.
Pergunto-me para que.
Minha mãe tem 88 anos de idade. Trabalhou como professora dos 14 aos 51 anos. Vi seu contra-cheque hoje. Seiscentos reais de salário e mais trezentos de triênios.
Não tivesse outras fontes de renda viveria de quê?
Se ela, que era classe média, tem isto de salário, imagino os pobres daquela época.

MÉNAGE À TROIS

Em vez de ficar dando explicações psicológicas, ou sociológicas, a respeito de porque se fazem ménage à trois e porque a preferência pelo formato duas-mulheres-um-homem, resolvi contar alguns casos que me chegaram ao conhecimento. Mais adiante até darei as minhas opiniões. Prefiro que vocês tirem primeiro as próprias conclusões.
Não são casos de pacientes

Caso 1 – Me foi contado por uma mulher dos seus 40 anos. Casara-se cedo e separara-se sem filhos há uns 8 anos. Desde então só “ficara”. Tinha um amigo colorido com quem conversava sobre fantasias, aventuras e desejos. Um dia este lhe propôs que fizessem sexo a três. Uma experiência. Ficaram que cada um procuraria alguém pelo seu lado. Não definiram o sexo deste terceiro parceiro.
Depois de algumas semanas o amigo apresentou um candidato. Solteiro, aparência razoável, bom nível cultural. Saíram algumas vezes para irem se acostumando. Falavam de fantasias e desejos.
Um dia acharam que estavam maduros e partiram para os finalmentes.
Na primeira meia hora as coisas correram conforme ela esperava. Arretos, toques, “estava bem bom”. O problema é que, quando os paus vieram para fora, os homens muito mais se interessaram um pelo outro do que por ela, que foi ficando de lado.
Dali a pouco “se encheu de nojo”, pegou suas roupas e foi embora.
- Encerrei este negócio de sexo a três.

PENSÃO ALIMENTÍCIA

Não seria eu quem iria argumentar contra a necessidade, validade, justiça, da pensão alimentícia, principalmente àquelas cujo beneficiário é o filho menor de idade.
Mas, de quando em vez, eu vejo coisas que me fazem pensar se não existe, em nome da Justiça, um absurdo qualquer.
Como esta matéria que saiu no Informe Especial do Birnfield.

Suspenso o mandado de prisão contra Flávio Maluf por atraso de pensão alimentícia
Pensionamento à sua ex-mulher e filhos é de R$ 217 mil mensais - o maior valor já fixado pela Justiça brasileira. Salvo conduto foi concedido pelo STJ.


Não estou defendendo os Maluf's, eles têm advogados muito bem pagos, e tem de ser bem pagos para defendê-los; falo da situação em si.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Perdão Senhores Leitores

Mas nesta semana, não sei por que, a correria foi grande, não fiquei com a idéia de que houvesse feito algo de mais, ou surpreendente, mas o fato é que não consegui escrever neste blog. Embora vontade não faltasse.

MÉNAGE À TROIS, TROCA DE CASAIS, SWING’S


Lendo os comentários, no blog, a respeito do sexo a três (Muito menos charmoso que uma ménage à trois, apesar do encanzinamento do ex-presidente do Congresso, não sei o que Rabelo, do PC do B, que quer tudo escrito na Última Flor do Lácio, Inculta e Bela.), achei uns pontos interessantes para continuar tão profícua discussão.
Muitas pessoas falam em machismo, em preconceito machista, pelo fato que, na maior parte das vezes, a lúdica atividade sexual ocorre com duas mulheres e um homem. Que esta proporção mostraria uma atitude egoística dos homens, visando predominantemente o seu prazer. Que seria uma atividade, no mais das vezes, imposta às mulheres.
Esta explicação sociocultural nunca me convenceu muito. Agora, que parei para pensar, menos ainda.
Como não confio muito em livros, escritos academicamente (É um cara, sentado atrás de uma escrivaninha, que escreve baseado em pesquisas, que foram realizadas por terceiros, com respostas muitas vezes fechadas, que chega a conclusões quase que definitivas. Só que, em geral, bem distantes da realidade, sobre comportamento sexual.). Isto por que:
Primeiro porque os entrevistados mentem. E mentem muito. Qualquer médico sabe que os pacientes, pelos mais diversos motivos, não querem falar a verdade, num número significativo de vezes.
Segundo, porque muitos médicos não sabem perguntar, têm medo, ou vergonha, de perguntar e acabam não fazendo alguns perquirimentos, ou fazendo-os de um modo inadequado.
Um trabalho interessantíssimo sobre isto, foi feito pelo Dr. Luis Otávio Torres, de Belo Horizonte, na sua tese de doutorado na USP. Nela, ele mostra que era alarmante o número de médicos, residentes em Urologia, que não perguntavam a respeito da vida sexual dos pacientes.
Por conta disto, resolvi ir a campo, para saber, de quem faz a coisa, de como ela é feita; por quem é feita; quando é feita.
É lógico que o que perguntei não tem valor estatístico, mas, como já disse, não acredito em valores estatísticos no que diz respeito a comportamento sexual. Mente-se, pergunta-se mal, interpreta-se mal e são tão infinitas as variáveis em jogo, que as estatísticas se perdem nas causas e conseqüências.
Ou seja, fui perguntar para quem já fez, ou faz. Dos dois sexos. Por que é assim?
Segue num próximo capítulo.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

HISTÓRIAS SEXUAIS DE SANT’ANNA DO LIVRAMENTO VI, A FESTA DO CABIDE

Meu amigo e colaborador, que se intitula Anônimo, volta e meia mostra que me conhece, que tem um excelente nivel cultural e que foi meu contemporâneo.
Outro dia ele me escreveu sobre algo que quero compartilhar com vocês.
A FESTA DO CABIDE.
É preciso entender o que era para nós, naqueles priscos anos da minha vida, quando a vida sexual com mulheres ainda era, se não uma utopia, apenas um sonho distante, o que representava esta idéia.
Como se sabe, é nestas épocas de carência que a imaginação tem de suprir as privações concretas da realidade.
Existia então uma lenda, ou mito, de uma misteriosa folia que era denominada a FESTA DO CABIDE.
Esta, para um bando de punheteiros, dos 13 aos 15 anos, prefigurava o Éden.
Mulheres maravilhosas (Sim, ninguém ia imaginar a festa com mulheres feias.), devassas de olhos verdes e rostos angelicais.
Homens piçudos (Podem dar o sentido que quiserem para esta palavra.) capazes de proezas homéricas com seus phalus imensos, com a rigidez de um aço tolediano, daqueles que fazem toooing!!!! Até porque fantasias com uns molengões pastosos não teriam graça. Podia até ser uma ameaça para quando chegasse a nossa vez.
A suruba, sim, por que não deixava de ser uma suruba, ocorreria em lugares sofisticados, secretos, com senhas crípticas para a entrada (Imaginem se isto seria possível na Sant'Anna dos anos 60’s!!!?).
O bom desta fantasia é que todos nós acreditávamos nela, como um crente no Céu. Alias, era preciso acreditar. Com isto dávamos consistência aos nossos lúbricos devaneios.
Mas a Festa do Cabide; tal como nos era descrita, com os personagens entrando, tirando a roupa, colocando-as no cabide, adentrando no Grande Salão dos Prazeres da Carne, participando de uma orgia que faria Sodoma e Gomorra parecerem um convescote de alunas do colégio das freiras em Livramento; ficou, para a maioria, como a história da cabeça de bacalhau, do enterro de anão. Algo que existe, mas que eles nunca viram.
Para uns poucos, talvez felizardos, talvez não, há controvérsias a este respeito, estas fantasias, com algumas variações, ocorreram. Para outros, só ficaram as pálidas e enfumadas imagens da juvenil inventiva humana.
Mas não se desesperem. Para aqueles que ainda abrigam tais fantasias parece que há um lugar assim. Mas é assunto para uma próxima matéria.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

BACANAIS – ORGIAS – SWING – SURUBAS – SEXO GRUPAL

Existem evidências que na Proto História, quando ainda prevalecia o matriarcado, praticamente não existia o monogamismo e que, além da poligamia eram freqüentes rituais em que membros de uma comunidade faziam sexo em grupo.
Este caráter social e religioso foi-se esvaindo com o surgimento do patriarcado e, conseqüentemente, monogamismo. Monogonismo para as mulheres, off course.
Esta série de decorações em vasos, gravuras, afrescos, pinturas em tela, fotografias, estelas, mostra a presença desta forma de atividade sexual ao longo dos séculos.
Ao olharem para elas podemos notar que, se a motivação para a bacanal poderia, aparentemente, mudar, a atividade em si permanecia praticamente a mesma, só mudando a técnica de representação.
Como as orgias foram proibidas a partir do ano 180 A. C. pelo senado romano, por outras civilizações ocidentais antes, e, mesmo assim, continuaram a acontecer nas sombras, com seus participantes correndo riscos, até de punições capitais, tem-se que reconhecer que os impulsos que levam até tal tipo de atividade são extremamente intensos.
Só curiosidade, impulsividade, tesão, desafio às regras vigentes, crípticas razões inconscientes, busca por formas diferentes de prazer, não explicariam a sua repetição ao longo de milhares de anos.
Mas as atividades sexuais em grupo nunca deixaram de existir, o que mostra que algum componente genético deve estar presente, criando impulsos suficientemente fortes para que as pessoas ousem romper com tais tabus e preconceitos.
Se alguém não concordar, por favor, dê a sua opinião.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

EDUCAÇÃO NÃO É TUDO

De tempos em tempos ouço alguém querendo vender a idéia de que com a educação se resolveria tudo. Ou quase tudo.
Acho que antes de mais nada a gente tem de pensar em caráter e/ou cultura de uma pessoa, ou grupo. Se o caráter desta pessoa não for bom, se a sua cultura for muito agressiva, ou preconceituosa, duvido que qualquer educação mude-a. Pelo contrário, vai usá-la para viabilizar seus preconceitos ou psicopatias. Embora seja um "fã" da Cultura, acho que não se pode ser simplista, ou idealista demais. Dr. Goebbels era Doutor de fato e de direito pela universidade de Heidelberg, sendo seu orientador o Dr.Walderberg, um professor judeu.
Deu no que deu....

domingo, 18 de novembro de 2007

DIA DE ÓCIO

Amanheceu chovendo.
Para alguns isto, num feriado, pode representar um foco de aborrecimento.
Para mim não.
Sempre gostei dos dias de chuva.
Adoro acordar com o tamborilar da chuva nos telhados vizinhos e vidros da casa.
Lembra a minha infância.
Tocava o apito do Gazapina (Uma cervejaria que ficava próxima à minha casa, que usava um apito para avisar os operários que faltavam 30 minutos para o início da jornada e depois outro para começarem a trabalhar.) e minha mãe, que era professora no mesmo colégio que eu estudava, abria a porta do quarto e dizia:
- Hoje tá chovendo! Não precisam ir à aula. Não vai ninguém e as professoras não dão matéria nova!
E lá ficava eu deitado na minha cama, absolutamente absolvido de qualquer culpa.
Depois fui a aulas, fui trabalhar, mas o gostinho da idéia de lazer dos dias de chuva nunca mais abandonou a minha mente.

sábado, 17 de novembro de 2007

SEXO E CRIATIVIDADE



Vocês já repararam que foi nos momentos de liberdade sexual, até dá para dizer de maior libertinagem sexual, que a criatividade humana foi maior?
Pelo menos visto do ponto de vista ocidental.
Os gregos, tanto do período clássico, como do helenístico, foram extremamente criativos.
Os romanos, ao tempo do Império (Na república bem menos.), idem, idem.
A Idade Média, com o monopólio da Igreja, e dos que a serviam, ou dela se serviam, foi a Era das Trevas, onde, de tempos em tempos, em lugares esparsos, e com a brevidade do luzir de uma fagulha, alguém, aproveitando uma brecha qualquer na censura, conseguia criar algo de novo.
No período renascentista, quando até os papas eram devassos, houve todo um florescimento das artes e ciências. Quem ficou para trás? Justamente aqueles países que mantiveram os costumes manietados por regras. Mesmo assim, alguns conseguiam, por conta das brechas, criar algo.
A nobreza, a alta burguesia, foi uma das responsáveis por muitas destas brechas, graças a seus privilégios, que lhes permitiam algumas excentricidades, das quais, os espíritos criativos que a acompanhavam, tiravam a sua casquinha. Não só na Arte, mas também na Ciência.
Na era Moderna e na Contemporânea, as ditaduras que muitas vezes serviram, no primeiro momento (Oh! Heresia que aqui estou a dizer!) para por ordem no galinheiro, no momento seguinte já lá estavam a estancar a criatividade. E uma das coisas mais reprimidas foram as manifestações sexuais. Acho que a criatividade só não foi mais reprimida, por que alguns, de “los grandes en el poder”, se permitiam umas libertinagens e esta trazia no seu entorno um hálito de criatividade.
Estou convencido de que SEXO É CULTURA, e cultura é a força motriz da criatividade, da engenhosidade, da luta pelo ir adiante. Pode-se até caminhar temporariamente por trilhas suspeitas, mas, no final, sempre se desemboca em algo de bom.
Mesmo na Ciência tenho medo dos homens sisudos, “sérios”. Normalmente eles não levam a nada e, muitas vezes, ao retrocesso.
At last, para criar é preciso pensar, para pensar é preciso se permitir pensar e poder trocar pensamentos. Isto não é possível quando se tem de, a toda hora, estar se cuidando para que algo não escape. A começar pelos impulsos e desejos sexuais.

REPRESSÃO


Conversava com uma pessoa muitíssimo querida para mim, quando, ao fazer uma observação, vi que seus olhos marejaram e algo ficou trancado em sua garganta.
Perguntei:
- O que foi que houve?
- Nada, nada.
- Como, nada. Os teus olhos lacrimejaram. A tua voz ficou embargada.
- Não, nada.
- Tá bom! É algo que tu não queres falar!
- É. É algo que eu não quero falar.
Calei-me.
Fiquei a pensar, se não fosse algo comigo, que fosse me magoar, ou insultar, em demasia, o que ela ganha guardando isto para si?
Será que as pessoas não se dão conta que aquilo que não é lançado para fora, fica como um fel a corroer por dentro? Às vezes como uma bola de arame farpado entalado?
Fará tão mal do lado de fora, como o faz no nosso interior?
Acho que, se as pessoas se permitissem se abrir mais, o mercado de trabalho, de nós psiquiatras, iria cair um monte.
Então, VIVA A REPRESSÃO!!! (O estímulo pelo contraditório muitas vezes funciona melhor, do que o positivo.)
REPRESSÃO

Conversava com uma pessoa muitíssima querida para mim, quando, ao fazer uma observação, vi que seus olhos marejaram e algo ficou trancado em sua garganta.
Perguntei:
- O que foi que houve?
- Nada, nada.
- Como, nada. Os teus olhos lacrimejaram. A tua voz ficou embargada.
- Não, nada.
- Tá bom! É algo que tu não queres falar!
- É. É algo que eu não quero falar.
Calei-me.
Fiquei a pensar, se não fosse algo comigo, que fosse me magoar, ou insultar, em demasia, o que ela ganha guardando isto para si?
Será que as pessoas não se dão conta que aquilo que não é lançado para fora, fica como um fel a corroer por dentro? Às vezes como uma bola de arame farpado entalado?
Fará tão mal do lado de fora, como o faz no nosso interior?
Acho que, se as pessoas se permitissem se abrir mais, o mercado de trabalho, de nós psiquiatras, iria cair um monte.
Então, VIVA A REPRESSÃO!!! (O estímulo pelo contraditório muitas vezes funciona melhor, do que o positivo.)

(VIGO MORTENSI) ALATRISTE


Peguei este filme na locadora. Muito bom. Trata-se da vida de um soldado profissional espanhol, membro dos TERCIOS, que era uma tropa de elite na Espanha de Felipe IV. Retrata o período em que a decadência do império espanhol se fazia mais visível.
O filme tem algo de épico. Honra, Lealdade, Princípios e Amor ocupam lugar de destaque.
Mas me dou conta de que o principal de uma guerra, que é a dor, o cheiro da morte, a mutilação, a fome, o destruir, tudo isto fica envolto por uma capa da glamuralização.
Aliás o cinema tem feito isto muito bem. Glamuralizar o horrível, criar uma estética da destruição e da violência.
Comparando O RESGATE DO SOLDADO RYAN, com o POR DETRÁS DA LINHA VERMELHA, dá para entender porque o primeiro ganhou mais Oscars, teve maior público. O segundo mostrava as misérias da guerra de uma maneira mais realística. Os heróis, no segundo, não eram tão heróis. A Morte é feia, sem estética, bizarra, é malcheirosa e cheia de moscas.
O mesmo se pode dizer dos filmes policiais. Nos quais a polícia é muito honesta, idealística, ou pelo contrário é só corrupta e prepotente. Que os criminosos, ou rebeldes, ou são só monstros, ou pelo contrário, até podem ser bandidos, mas tem tanto charme, são tão injustiçados, tão valentes que, com pequenas reservas, até servem como exemplo.
Por favor, não entendam o que escrevi como crítica, ou censura. Apenas como constatação.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

UM MOMENTO DE SADISMO









Se há um tipo de sujeito que consegue me incomodar é aquele que usa o sangue, o trabalho, ou os sacrifícios dos outros, sem se dispor a nenhuma contrapartida.
Pois um destes homúnculos destes estava à mesa, junto com alguns amigos meus, há alguns dias.
Conversávamos sobre o Brasil, sobre a atual situação, sobre a violência, sobre a pobreza, quando este analistadebundachatadeescrivania foi peremptória na sua afirmação.
“Este país não muda enquanto não houver um banho de sangue!”
Tentei ponderar qualquer coisa mas ele foi categórico, enfático.
“Sem sangue não se chega a lugar algum!”
No primeiro momento pensei: “Este bosta não sabe o que é sangue. E nem o que ele custa.”
Mas, em vez de ficar silente, como o bom senso me manda ficar frente a tal classe de energúmenos, resolvi, já que ele dissera isto com um certo acento sádico, usar um pouco do meu sadismo que andava bem enferrujado.
“Tchê, tu tens familiaridade com sangue?”
Antes que respondesse fui adiante.
Aproveitei que estávamos num restaurante. Que ele havia pedido a sua carne bem passada. Que o meu filé estava bem mal passado. Passei a faca na minha carne de maneira a deixa-la com o cru e o sangue bem a vista.
Garfiei-a e levei-a para mais próximo do seu rosto.
“Isto é carne e sangue. Numa revolução sangrenta tem bastante carne e sangue. Que os carneados são tanto do teu lado como do outro bando. Que esta carne poderia ser a tua. Poderia ser a da M....(sua esposa), ou da S......(sua filha). Num banho de sangue ninguém está livre... Nos banhos de sangue se perdem logo os limites. Te lembras do Um chien Andaluz? Da faca cortando um olho humano; de uma moça ainda viva? Que este olho poderia ser do F.....(seu filho)?”
Observei no seu rosto o estupor, a raiva contida, mas também o medo e a sensação de nojo.
Aproveitei e continuei. “Mesmo o lado que ganha tem seus mortos. Só que a gente sempre os imagina anônimos. Mas eles podem ser muito mais próximos do que se poderia imaginar.”
Na revolução espanhola os republicanos muitas vezes, quando pegavam um fascista, enforcavam-no, mas não sem antes deixar as tripas do tipo de fora.” “Já os fascistas, não tinham nenhum problema de pegar um comunista/socialista e estrangulá-lo lentamente e, enquanto o sujeito estrebuchava, tocavam gasolina em suas pernas e punham fogo.” “Já imaginou isto acontecendo contigo?” “Ou pegarem o teu pai e a tua mãe, colocarem-nos em uma igreja e depois, trancando todas as saídas, põe-lhe fogo?” “Nos banhos de sangue não se respeita nada, nem ninguém”
“Ou tu acha que depois da primeira barbaridade o outro lado não vai responder com barbaridades?”
“Mais ainda. Mesmos os vencedores vão se entredevorar na disputa pelos despojos.” Não foi isto que a gente viu em tudo quanto foi revolução?” “E dê-le sangue!!”
Ele tentou ainda argumentar de que era assim mesmo. Que se tinha de estar preparado para tudo. Mas seu desconforto era visível, palpável.
“Tu já caçou?” “Eu já!” “Sabe por que eu parei?” “Por causa do desespero do bicho para escapar.” “Dos gritos de dor.” “Da respiração estertorante que custava para parar e que era insuficiente.”
“Para de respirar um minuto e tu já vai ver que é horrível a sensação” “Tu sabes que na maior parte das vezes se sente falta de ar antes de morrer?”
“E a dor?" “E a dor que não passa?” “Os banhos de sangue têm sempre muita dor.” “Pensou a tua filha com esta dor?” “A dor de uma faca que entra entre as costelas e que depois o cara faz girar e sente o crugir do aço contra o osso, só de mau?”
Acho que, nesta hora, se ele pudesse, me dava uma bofetada, mas ele não podia fazer isto. Ele era um intelectual.
Observei que os outros o olhavam com um ar divertido, quase sádico, ou me olhavam com um olhar de reprovação.
Mas, como já disse, aquele dia eu estava mais era querendo ver o circo pegar fogo. Sádico, sádico e meio.
E continuei, falando do cheiro de pus, da morte, da podridão, da sujeira, dos corpos mutilados, dos pedaços de corpos achados aqui e ali nas posições esdrúxulas, bizarras da morte; da água contaminada, mal cheirosa; da fome, da fome que faz um sujeito comer qualquer coisa, mesmo que estragada, das moscas, dos ratos, enfim, de todo o cortejo que acompanha os banhos de sangue.
Não espero que ele vá desistir do seu banho de sangue purificador, criador de uma Nova Era, mas, certamente, vai passar a existir uma nuvenzinha no céu imaculado que ele criara para a sua revolução.