sábado, 15 de dezembro de 2007

A Lei do Aldo

Pois o sr. deputado Aldo Rabelo, do PC do B (morro de medo de escrever coisas que possam contrariar aqueles que ficam no final do espectro, tanto da direita, quanto da esquerda. Quando chegam ao poder costumam ser mui vingativos. Mas, por outro lado, não posso deixar de ser quem eu sou, se bem que muitas vezes me peguei não sabendo bem quem eu sou, mas enfim, chega de digressões!) criou uma lei, importantíssima, é claro, que visa coibir os estrangeirismos que maculam a nossa inculta e bela Flor do Lácio.
Num país sem problemas como o nosso, imagino que uma lei destas vai ter influência gritante no nosso áureo porvir.
Ou seja, cada vez que eu escrever um estrangeirismo, ou um comerciante colocar no seu estabelecimento um nome up-to-date (de última hora, novidade, viu como eu sou obediente seu Aldo!!) deve colocar a tradução.
Como não li a lei publicada, portanto não sei da sua extensão, quais as suas exceções. Mas fico eu a filosofar barato.
Será que os setores mais conservadores da Igreja vão poder rezar a missa em latim? Ou terão de faze-lo com tradução simultânea, como nos congressos médico, par exemple (por exemplo).
Será que a revista ELLE vai ter de ter entre parênteses a palavra ELA?
Os Lions Club’s, vão ter de ser designados Clube dos Leões?
O meu pen drive do computador terá na embalagem “memória auxiliar para ordenadores no formato de caneta”?
Esta lei causará sensação. Como causar sensação é um galicismo, para alguns já incorporado, para outros não, deverá, ou não, ter uma tradução para a nossa querida língua materna?
Mein Gott!!! (Meu Deus!!!), nos próximos meses não poderei pensar direito na segurança, em como pagar a faculdade dos filhos, na alimentação, neste blog. Deverei comprar um dicionário sobre estrangeirismo e sua correta tradução.
Quero ver são os advogados que adoram um data vênia, passarem a ter de traduzir este data vênia a toda a hora.
Uma vantagem teremos. Uma lei desta engessa a língua por um bom par de séculos. Com isto os livros didáticos vão durar bem mais e os alunos vão precisar estudar menos, porque a linguagem vai ficar mais pobre, muitas palavras vão caindo em desuso e os neologismos, em uma freqüência enorme, tem origem estrangeira.
Mas, porque tanta catilinária, de minha parte, em relação a esta lei?
Porque sou eu, e vocês todos, que pagam o salário, as ajudas de custos, os auxiliares, os assessores, as passagens, parte da previdência deste e outros senhores, bem como creche, enfermaria, médico de plantão, restaurante subsidiado, e sei lá mais o que (Me disseram que um deputado federal custa para nós, para nós, em torno de R$100.000,00 por mês.). E para quê? Para me dizerem como eu e vocês devemos escrever nos nossos assuntos (Não estou falando do mundo oficial.).
É brabo! Como diria no meu dialeto fronterês (será que este também vai precisar de tradução?) “é fodinha! É fodinha!!!”.

2 comentários:

Maroto disse...

a última flor do lácio tambémn é língua estrangeira, viva o tupi-guarani!

Marcia disse...

o que aquela foto de um pé engessado faz ali?
isso é semiótica literal? :P