quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

SEXO AMOR MORTE

Por acaso encontre este escrito meu. É anterior ao O Hedonista.

Gostei do que li. Pensei. Porque não plagiar a mim mesmo?

Coloco pois ele à disposição de vocês.


SOBRE A MORTE A VIDA E O AMOR

Gostaria de escrever este em caracteres japoneses
Pela beleza e mistério que eles encerram.
Em língua italiana pelas sutilezas que ela permite.



Escrevo a noite sob a luar, o que é uma façanha, pois não sou mais jovem.
A luz fria, deste esmaecido sol de aço, dá apenas a luminosidade necessária para que eu veja o papel onde garatujo estas letras.
Meus pensamentos escuros dançam em volta de pequenos focos de luz da minha vida passada.
Penso na Vida e na Morte. Na Vida, esta tremenda experiência que no entanto sempre acaba no mesmo ponto. Alguém já disse que a Vida é uma doença que sempre acaba em morte.
Penso na minha Morte, que um dia vai chegar. Penso que gostaria que ela me encontrasse num momento de crescimento, de glória. Num destes momentos de píncaro que todos nós um dia conhecemos.
Não tenho do que me queixar, a vida até hoje me foi generosa.
Desvio um pouco o olhar dos meus pensamentos e te olho. A dormir.
Uma metamorfose ocorre. Na minha mente? Na luz?
O fato é que aquela luz álgida começa a se adocicar em contato com o teu rosto e teus cabelos. Uma pele que deveria ser marmórea vai adquirindo vida.
A temperatura do meu olhar vai aumentando à medida que adivinho que teu corpo está nu debaixo dos lençóis.
Não me contenho. Levanto da mesa e me aproximo da cama.
Uma curiosidade, nunca satisfeita, de ver a minha Maja, faz com que eu, num gesto quase profano, não fosse ateu, te descubra. Lentamente, para não te acordar.
Eis a minha Maja. Em toda a sua luxuriante e despudorada nudez. Milagre mil vezes repetido, mil vezes surpreendente, como um pôr do sol. Vejo que estou frente a beleza que me encanta e faz o meu corpo reagir.
Depois, com calma, só com os olhos, toco no teu rosto, beijo de leve os teus lábios, escorrego as minhas mãos pelos teus ombros e costas que tanto me excitam.
Toco, lambo, mordisco, teus seios. Agarro tua bunda, passo o rosto em teus pêlos, numa excitação crescente. Quando te acordo me dou conta que a Morte desapareceu...

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