terça-feira, 24 de março de 2009

Notícia de Utilidade Pública

Aureliano, 56, Araranguá. – Dr. Carrion, como andava com algumas dificuldades de ereção fui no médico que me examinou, disse que estava tudo bem e mandou eu tomar o viagra para ajudar na ereção. Tomei umas três vezes, mas o efeito não foi bom. O que é que eu devo fazer.
Sem te examinar é difícil firmar um diagnóstico. Mas na prática se sabe de algumas coisas. Em muitos homens o Viagra só começa a fazer efeito depois de usado várias vezes (5 a 8 vezes em média). Deve ser tomado umas duas horas antes da relação. E seu efeito dura umas 4 a 6 horas. O cara tomar e já ir partindo pro bem bão faz com que ele não tenha tempo de fazer efeito.
Também não adianta tomar o viagra (ou qualquer outro eretógeno que venha a ser prescrito) e não ter um bom tempo de preliminares (arretos) para “esquentar a máquina”.
Também não adianta ficar de olho no guri para ver se tá bem duro. Isto só deixa o cara mais nervoso e com isto anula o efeito do remédio.Se obedecidas estas regras, mesmo assim ele não funcionar, volta no médico.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sorry

Desculpem, mas novamente meu tempo tem sido abduzido por outras atividades e acabo não dando a atenção que este espaço merece.
Fui convidado para escrever um capítulo sobre ejaculação retardada. E o prazo limite está logo ali.
Aliás, se alguém tem ejaculação retardada, ou já transou com alguém que tenha, pode me ajudar mandando um relato para o ccarrion@uol.com.br sobre o como a coisa lhe ocorre, o que sente, o que pensa (na hora H) , para eu poder enriquecer o meu texto. Sigilo absoluto.

domingo, 15 de março de 2009

NÓS, O CINEMA E OS CLICHÊS

Eu e a Débora somos cinéfilos. Devemos ver uns quatro filmes por semana.
Fazemos algumas constatações.
Uma delas é que agora já temos um sexto sentido para os clichês.
Tipo, agora ela vai cair. Agora ele(ela), durante a escalada vai escorregar. Agora o motor não vai pegar. Agora ele vai ter uma convulsão. E por aí vai.
Não creio que isto se deva a um talento especial nosso. Acho, não sei se a Débora concorda, que falta criatividade e, freqüentemente, o diretor lança mão de clichês. Mesmo em filmes bons e de bons diretores.
Caminho das Índias não é cinema, não é filme, mas serve para exemplificar, ad nausean, o uso abusivo dos clichês.
Passei a ter cuidado para, no meu trabalho, não tentar facilitar, ou criar atalhos, com interpretações, ou diagnósticos padrões. Talvez seja por isto que em psicoterapia eu tenha me afastado das “linhas”. Nestas horas me lembro do dito popular.
“Quem anda na linha é o bonde!”

quinta-feira, 12 de março de 2009

Eu (quase) sexagerário e o General do Exército Morto - Parte IV

Pessoas com as quais interagi, vibrei, odiei, me diverti. Amigos, conhecidos, colegas, dos quais, em vez de ter sobrado um osso, como era para o meu general, sobra uma lembrança, uma frase, um sentimento, uma circunstância.
Mas o mais impressionante, para mim, são aquelas mulheres que um dia amei, tive tesão, desejei, transei. Ou aquelas que desejei e não transei. Egoístas, negaram-me este prazer :-))
Algumas não encontro. Mas sei que existiram. Perduram como Buracos Negros. Acho isto triste.
Outras são encontradas em desvãos da alma, de uma maneira totalmente descaracterizada, como partes de um tempo que não pode mais ser restaurado, reconstruído. Acho isto cruel.
Outras se parecem com fotografias antigas, levemente desfocadas, ou com as cores esmaecidas ou distorcidas. Acho isto nostálgico.
Falta o frêmito da vida para o que eu encontro delas. A graciosidade. A emoção. É como visitar um museu muito interessante, porque é o museu da minha vida. Mas, a não ser por um breve lapso de tempo, de uma maneira muito comedida, ocasionalmente, não há uma comoção. Meus sentimentos se restringem na maior parte das vezes a uma reles, simples, pobre, constatação. Isto me traz um sentimento de melancolia.
Acho que é por isto que não tenho nenhuma vontade de festejar o meu aniversário, ou de ficar por aqui.
Mas aceito presentes. Sempre adorei presentes, principalmente de abrir presentes. A expectativa, a surpresa, as fantasias que eu faço ao receber um pacote, um envelope, vocês não fazem idéia. Mas e-mails, cartas, telefonemas (curtos e carinhosos) também são muito bem vindos.
Aliás, quero agradecer os inúmeros e-mails que já recebi. É muito bom se sentir querido.

quarta-feira, 11 de março de 2009

DIREITA X ESQUERDA

Como muitas vezes me viram criticar políticos de esquerda, ou teses esquerdistas, muitos me tomam por um sujeito de direita, um reaça, etc. e tal.
Estão longe da verdade.
Tanto a direita, como a esquerda, de mim só tem o desprezo. Uns por se agarrarem às utopias, outros, pelo medo das mudanças da vida.
Meu amigo e excelente cirurgião plástico, RENATO VIERA (Ponham este nome na agenda, vale a pena.), que fez a cirurgia da Dilma Roussef
, frequentemente tem recebido telefonemas de pessoas indignadas.
“É daí que operam comunistas?”
“Deu pra ajudar a guerrilha?”
“Como é que vocês têm coragem de operar uma ladra, assassina e subversiva (este último termo fazia um bom tempo que eu não ouvia)!”
E por aí foi.
Chego a constatação de que estes caras estão parados há, no mínimo, 40 anos; como se o mundo não tivesse evoluído, como se as pessoas não evoluíssem. Estão fossilizados e não sabem.
Portanto, por motivos diferentes, acho a extrema direita, como a extrema esquerda, opções que não me servem. Só que é mais divertido criticar a esquerda por ser mais polimorfa. A direita é muito pétrea e dogmática. Esta é a única razão pela quais as críticas e comentários sobre a esquerda serem mais comuns.

terça-feira, 10 de março de 2009

EU (quase) NOS SESSENTA E O GENERAL DO EXÉRCITO MORTO - Parte III

Hoje não estamos mais com um pé na cova; trabalhamos, transamos, viajamos, praticamos esportes, dançamos, namoramos, dentro dos limites físicos possíveis e da aceitação dos demais.
Não me sinto um velho, não me sinto triste ou revoltado por fazer sessenta anos. Mas não deixo de enfrentar os meus conflitos internos. Tenho partes, setores, aspectos, que têm 12, 18, 30, 40, 50, 60, 70 anos e por aí vai. E às vezes há brigas feias. Das de tiro e punhalada. Conflitos generalizados ocorrem de tempos em tempos. Em geral criados pelos setores mais jovens, que não aceitam as limitações dos mais velhos, que lhes acabam impondo limitações de vez que são todos eles interligados como gêmeos siameses. Eu me vejo, ao recordar, recolhendo corpos, ou sentimentos, que um dia foram vivos e que hoje, cobertos pela pátina dos tempos, são quase que irreconhecíveis. Mas que um dia foram vivos, palpitantes, despertadores de emoções e sentimentos.
segue

segunda-feira, 9 de março de 2009

Eu (quase) sexagerário e o General do Exército Morto - Parte II

Um dos seus livros se chama “O General do Exército Morto”. Nele, um general alemão, do pós-guerra (Tem hífen? Não tem hífen? Ó dúvidas cruéis!) recebe a incumbência de ir até a Albânia para buscar os corpos dos soldados alemães que ali tombaram durante a Segunda Guerra Mundial. O livro conta a sua Odisséia no cumprimento da tarefa, ao mesmo tempo em que esboça um pouco de tudo que se passou ao longo do conflito. Vai encontrando os corpos e prepara-os para serem repatriados. Mas aqueles cadáveres têm pouco significado para ele. Em pouco tempo está louco de vontade de terminar a sua missão. Mas sempre ocorre algo que o leva a prosseguir um pouco mais.
Em breve estarei fazendo sessenta anos. É inevitável que eu pense um pouco a respeito deste fato. Não se trata nem da constatação que eu cheguei lá, ou de que estou ficando velho. Poupem-me de tais bisonhices.
Também não vou querer passar a idéia de que tal efeméride passa em brancas nuvens pela minha mente. Sou de uma época em que aos sessenta se virava um sexagenário. Ou seja, alguém a beira da decrepitude.

“O sexagenário ao descer do bonde tropeçou e teve de ser levado pela Assistência Pública ao mais próximo nosocômio para ser atendido pelo facultativo de plantão!”
SEGUE

domingo, 8 de março de 2009

EU (quase) SESSENTÃO E O GENERAL DO EXÉRCITO MORTO

Sou fã de um escritor albanês chamado ISMAIL KADARÉ. Escreveu sob uma das mais rígidas ditaduras que se tem notícia, a de Enver Hoxha, que dominou tirânica e absolutamente a Albânia de 1944 até a sua morte em 1985. Aos incautos de plantão Hoxha vendia a idéia de que a Albânia era um modelo a ser seguido. O mais perfeito socialismo, com todas as suas vantagens, era ali que vicejava. A Albânia vivia isolada do mundo. A Albânia vivia ameaçada por um mundo que a invejava e que por isto a queria destruir. Quem lê Ismail tem a impressão que ele escreve a respeito disto. Em realidade sempre escreveu sobre ele e sobre pessoas como ele que sentiam a necessidade intrínseca de sobreviver como indivíduos dentro de um contexto social, mas tendo direito a sua individualidade. Não queria ser sufocado pelo coletivismo, que não hesitava inclusive em matar, se necessário fosse, para abafar qualquer coisa que se assemelhasse a uma aspiração pessoal.Conheci-o através do livro Os Tambores da Chuva. Depois vieram muitos outros.
SEGUE

terça-feira, 3 de março de 2009

FALTOU COCA COLA LIGHT

Várias vezes faltou Coca Cola Light, ou Zero, nos quiosques da beira da praia em Capão da Canoa. Duas vezes não encontrei no Nacional de Xangrilá.
Agora, neste último fim de semana, em Torres, não tinha Coca Light e Zero no hotel e nos botecos ao redor.
A explicação que sempre me deram foi que não tinha na distribuidora, ou que “o rapaz que faz a entrega não tinha trazido”.
Fico pensando qual seria a razão
A Coca Cola não sabe mais calcular o quanto sai do produto?
Os Vontobels não estão a fim de ganhar mais dinheiro?
Os distribuidores foram tomados por uma preguiça inexplicável?
Ou está todo mundo com medo de ficar com um encalhe? Nesta época de crise jacaré nada de costas e ninguém está a fim de deixar os seus caraminguás na reta.
O que eu não pensei é que a crise fosse atingir uma coisa tão prosaica como tomar um refrigerante sem açúcar.