quinta-feira, 12 de março de 2009

Eu (quase) sexagerário e o General do Exército Morto - Parte IV

Pessoas com as quais interagi, vibrei, odiei, me diverti. Amigos, conhecidos, colegas, dos quais, em vez de ter sobrado um osso, como era para o meu general, sobra uma lembrança, uma frase, um sentimento, uma circunstância.
Mas o mais impressionante, para mim, são aquelas mulheres que um dia amei, tive tesão, desejei, transei. Ou aquelas que desejei e não transei. Egoístas, negaram-me este prazer :-))
Algumas não encontro. Mas sei que existiram. Perduram como Buracos Negros. Acho isto triste.
Outras são encontradas em desvãos da alma, de uma maneira totalmente descaracterizada, como partes de um tempo que não pode mais ser restaurado, reconstruído. Acho isto cruel.
Outras se parecem com fotografias antigas, levemente desfocadas, ou com as cores esmaecidas ou distorcidas. Acho isto nostálgico.
Falta o frêmito da vida para o que eu encontro delas. A graciosidade. A emoção. É como visitar um museu muito interessante, porque é o museu da minha vida. Mas, a não ser por um breve lapso de tempo, de uma maneira muito comedida, ocasionalmente, não há uma comoção. Meus sentimentos se restringem na maior parte das vezes a uma reles, simples, pobre, constatação. Isto me traz um sentimento de melancolia.
Acho que é por isto que não tenho nenhuma vontade de festejar o meu aniversário, ou de ficar por aqui.
Mas aceito presentes. Sempre adorei presentes, principalmente de abrir presentes. A expectativa, a surpresa, as fantasias que eu faço ao receber um pacote, um envelope, vocês não fazem idéia. Mas e-mails, cartas, telefonemas (curtos e carinhosos) também são muito bem vindos.
Aliás, quero agradecer os inúmeros e-mails que já recebi. É muito bom se sentir querido.

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