quinta-feira, 29 de março de 2007

SEXO ANAL III




Só o amor e a excitação não garantem uma relação anal boa. É preciso também saber um pouco da anatomia e da fisiologia deste tipo de relação, ou seja, técnica pura, para que não se tenha um desastre.
O ânus é um tubo que, entre outras coisas, tem uma camada muscular circular que habitualmente está contraída, com a finalidade de não deixar as fezes escaparem. Estas devem ir forçando o caminho aos poucos, para que este anel se dilate através do relaxamento das fibras musculares.
Para uma relação anal o mesmo ocorre, só que no sentido inverso. Portanto, para não se ter um estupro, é necessário ter paciência. Deve-se ir dilatando o anel retal de forma lenta e gradativa.
Como, perguntarão os mais afoitos?
Simples, direi eu!
Primeiro muito lubrificante, KY ou similar, ou algum creme que não arda, ou irrite, a pele e a mucosa (Ponha um pouquinho no “pescoço do animal”, ou você vai ser um FDP que tá se lixando pros outros e acha que só o deles pode arder.).
Passe a acariciar o anel retal, depois, lentamente, vá forçando a entrada do dedo. Cada vez que ele houver penetrado uns 2 cm, recue e recomece. Lá pela 4ª vez introduza devagar todo o dedo. Faça isto mais uma, duas, três vezes. Neste meio tempo acaricie, lamba, beije, seja carinhoso.
Repita a mesma manobra com dois dedos. Quando estes também tiverem penetrado de uma maneira que a pessoa mostre estar tendo prazer, pode tentar a penetração do pênis.
Repete-se a operação. Tudo aos pouquinhos. Fazendo bem, o prazer, o sucesso, são praticamente garantidos. E os dois terão enriquecido o cabedal de sensações gostosas de uma maneira muito significativa.
Aceito sugestões sobre um próximo tema erótico sexual a ser abordado aqui. Podem escrever para o meu e-mail. ccarrion@uol.com.br

quarta-feira, 28 de março de 2007

O MAL-HUMORADO


Talvez muitas pessoas não saibam, mas este é um blog que pretende ser o mais eclético possível, não ficando preso a um único tipo de assunto.
Como trabalho em Psiquiatria e Sexualidade Humana, me parece natural que aborde temas relacionados a estas áreas.
Pois bem, lembrando o velho ditado de quem não é visto não é lembrado, de tempos em tempos, mando um e-mail, tipo spam, avisando que têm matéria nova no O HEDONISTA.
Minha lista de endereço é composta dos meus amigos, daqueles com quem me correspondo e daqueles que vem em e-mails que me mandam. Acabo tendo uns 800 endereços.
Um dia destes veio um e-mail de uma moça/mulher, pedindo que eu a retirasse da minha lista de endereços. O que fiz de imediato.
No mesmo dia chegaram dois, de um mesmo sujeito. No primeiro ordenava que eu retirasse o seu nome da minha lista. Mas o segundo, que me chegou antes que eu pudesse lhe responder, além da ordem para que retirasse o seu endereço da lista, me xingava, que eu estava invadindo a privacidade dele, que eu estava divulgando material incitando a pornografia e a violência, acompanhado de uma denúncia para um endereço chamado “abuso”, pedindo providências. Isto que eu já lhe havia respondido que, não só havia retirado seu nome, como também que bloquearia a entrada de e-mails seus. O curioso é que ele tinha FADESP (Alguém sabe o que órgão é este?) no seu endereço e, num e-mail de 4 linhas, conseguiu fazer cinco erros de ortografia.
Não vou negar que num primeiro momento me irritei com a linguagem utilizada. Mas depois, pensando melhor, me flagrei que estava às voltas com alguém doente.
Sim, porque só um sujeito doente perderia o tempo que ele perdeu me mandando e-mails, fazendo denúncias, agredindo; quando tão fácil seria ele, simplesmente, me bloquear como remetente.
Mas porque estou eu aqui a gastar pólvora com este chimango?
Porque sua patologia é muito mais comum do que se pensa. O mal-humorado, o rezingueiro, o neurastênico (no sentido popular), aquele que se irrita, ou agride, por qualquer motivo, são pessoas portadoras de um distúrbio psíquico. Em geral um distúrbio do humor.
O quadro até que pode ser classificado como leve, ou leve a moderado. O problema é que são habitualmente crônicos e intratados. Primeiro por que eles não se julgam doentes. Portanto, para que procurar um tratamento? Segundo, porque eles são donos de uma coisa chamada EU TENHO RAZÃO. E, de fato, do ponto de vista deles, eles têm razão. O que não se dão conta é que, com seu jeito, com suas razões, eles são infelizes, frustrados, incapazes de utilizar os seus recursos de uma maneira proveitosa. Poderiam utilizar este tempo para aprender português, por exemplo.
Como também infernizam quem está do seu lado, acabam recebendo em maior, ou menor grau, o troco. O que lhes gera mais razões. Como, a não ser masoquistas de carteirinha lhes agüentam, acabam sendo sujeitos solitários, a ruminar rancores. Eventualmente tem companhia de iguais, aí se tornam perigosos, pois, com a força do grupo, querem impor aos outros as suas razões.
Infelizmente alguns se especializam nas suas provocações, fazendo que muitos entrem em seus jogos patológicos.
Se eles soubessem que toda esta energia psíquica, física; todo este tempo que gastam ruminando, ou executando vinganças, poderia ser utilizado para viverem melhor, conquistarem prazer, talvez mudassem. Mas, infelizmente, ELES TÊM RAZÃO e quem tem razão não muda.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Um Homem Sintético

Meu amigo Hélio Ribeiro Viégas foi uma destas figuras suis generis que, embora a Vida nos tenha privado, a memória faz questão de o manter vivo dentro de nós.
Um sujeito calmo, tranqüilo, discreto, tinha um humor sutil, irônico, que era a sua marca registrada.
Quem irá esquecer sua frase lapidar, na frente de uma boate em que um guarda costas lhe barrara a entrada.
-Não vou discutir! O senhor não deixará de ser o brutamontes que é e nem eu o intelectual que sou.
Digo isto porque um dia entro com ele na casa de sua mãe, ele pega um filme para pôr no vídeo. A mãe, como toda a mãe pergunta:
- O que tu vais ver?
- O que realmente conta para a vida, mãe. Sexo e Violência!
Vendo a televisão, lendo jornais, escutando o rádio, sou quase compelido a concordar com ele.

domingo, 25 de março de 2007

Associações de Idéias

Não sei por que, mas:
Quando chego no consultório e não tem nenhum recado na secretária eletrônica penso:
“Nadie escribe al coronel (G.G. Marques)”.

Quando não encontro algo me lembro da primeira frase destes versos.
Donde mierdas se puso el bolludo del marques?
Dijo la condessa con su habitual timidez.
Cá estoy, dijo el marques,
sacando-se bajo la mesa un paquete de codones.
Vamos, ponete frente al espejo,
Abre-te los pentejos,
Que te voy a meter.

Quando algo me surpreende.
Hay que hoderse a los precios de Casa Castro. (Um locutor de rádio de Livramento entusiasmado durante um evento esportivo.)


Quando alguém fez algo que não deveria fazer, e não se sabe quem é.
Quién mató Palomino Molero? (Vargas Llosa)

E muitas outras associações.
Cá pra nós, a mente é uma coisa incrível.

SEXO ANAL II



Sabendo de antemão o sucesso e expectativa que tal tipo de assunto cria, vamos dar continuidade a momentosa matéria da semana passada.
Um sujeito que quer, ou aceita ter sexo anal, se encontra com outra nas mesmas condições. Tudo isto é muito bom, mas é apenas o primeiro passo de uma longa caminhada.
Sexo anal, já vamos esclarecendo, não é para principiantes e amadores. Os apressadinhos de plantão, os mais brutos, os que pensam que o cu do outro é igual ao seu pau são os responsáveis por um monte de mulheres traumatizadas por este mundão afora. Elas não querem dar mais para ninguém, alegando que dói, e com isto um monte de homens e mulheres ficam prejudicados, porque uns estupores fizeram tudo errado.
Aliás, estes deveriam ser pendurados pelos pés e coreados vivos. Os que sobrevivessem a esta etapa deveriam ser jogados numa fogueira só de brasas. Isto para aprenderem a não estragar o prazer dos outros, contemporâneos e pósteros. Por incompetência e soberba de não quererem aprender.
É absolutamente necessário que os dois estejam excitados, e bem excitados, sob pena se ter um exame proctológico com o instrumento inadequado. Não é tendo sexo anal que se tem a excitação. É a excitação que permite que se tenha sexo anal e, aí sim, este gera ainda mais excitação.
E, para terminar mais este excitante capítulo. Varões, o vosso pinto é desejado, mas ele não é o must que vocês desejariam que fosse. Lembrem-se, uma mulher não se excita só com a vagina, a penetração, seja anal, vaginal ou oral. Ela se excita com o conjunto da obra. Nós é que tendemos a concentrar o nosso prazer no nosso obelisco.
Segue numa próxima edição.

quinta-feira, 22 de março de 2007

PARA NÃO DIZEREM QUE SÓ FALO EM SEXO

Atendendo a algumas reclamações de que O HEDONISTA estava muito erótico pornográfico, vou falar de algo dito mais sério hoje. Embora eu ache a vida erótico-pornográfica uma das coisas mais importantes na existência de um ser humano dito normal. Total, se não nos divertirmos e obtivermos prazer, viver para que?
Mas, infelizmente, nem só de toques, sensações, de entreveros de corpos e almas, se toca a vida.
A violência, o sangue, a morte também fazem parte da vida.
Estou lendo um livro, chamado SHOAH, que pega depoimentos de sobreviventes dos campos de concentração nazistas, de vizinhos poloneses destes campos, de guardas dos campos, de historiadores. Enfim, atores de todo o tipo do drama que conhecemos como Holocausto. As frases são curtas, são apenas trechos de um sofrimento brutal, que vão se empilhando como os tijolos de uma construção monstruosa. Dores, fome, sede, espancamentos, aviltamentos os mais variados e, finalmente, a industrialização da morte. Já li muito sobre guerras e batalhas. Nunca havia lido algo tão chocante.
Mas não estou aqui para falar do Holocausto. Estou aqui para falar desta violência que parece ser uma constante na vida humana.
Na Odisséia sabemos que Neoleptemo, filho de Aquiles, pega o filho de Heitor por uma perna, bate-o contra as muralhas e depois o joga do alto.
Durante o Império Romano não era novidade que, após a conquista de uma cidade que havia resistido, os seus habitantes eram massacrados. Dito desta maneira se perde a noção do que é um massacre.
Gengis Khan dizia que o maior prazer do mundo era estuprar a mulher e os filhos na frente do pai e esposo, depois matá-lo, incendiando-lhe a casa e propriedades, vendendo os sobreviventes como escravos.
Vasco da Gama capturou alguns navios com peregrinos para Meca e tocou-lhes fogo, de maneira que os pobres coitados morriam todos, ou queimados, ou afogados. Morrer queimado, ou afogado é uma coisa horrorosa, basta não pensarmos nestas palavras e sim neste fato.
Na Guerra dos Trinta Anos, junto as muralhas, havia "A Árvore dos Enforcados", onde dezenas de seres humanos enforcados eram deixados pendurados a apodrecer quais sinistros frutos.
As fogueiras de Inquisição, embora funcionando de forma artesanal, foram um dos atos mais bestiais que conhecemos, além das torturas que eram aplicadas aos flagelados antes.
Ou Hiroshima, que não tinha a menor importância militar, mas serviu de campo de experiência, já que estava praticamente intata, para testar a bomba atômica. A morte de praticamente 100 000 pessoas foi coisa de somenas importância. Se a bomba tivesse sido lançada em um local militar, ou de menor densidade populacional o efeito, para a rendição, seria praticamente o mesmo.
Stalin e Mao Tse Tung pavimentaram campos com milhões de mortos, cuja maioria não tinha maior culpa do que estar no lugar errado, no momento errado. E pior, até hoje são venerados por muitos, como se aquelas mortes fossem coisas de menor importância.
Nem vou falar de monstros menores como Pol Pot...
Agora se discute a extradição de um italiano louco que, em nome sei lá de que, explodiu, matou, uma série de crianças. Mas não deverá ser dada a extradição. O Brasil não costuma dar extradição para pessoas acusadas de crimes políticos. As crianças mortas, hoje já podres, devem entender a nossa vocação pelo respeito as idéias alheias. Estranho modo este de mudar o mundo, matando crianças. Elas devem dificultar muito a concretização de belos ideais.
Onde eu quero chegar? Que a violência, a fascinação pelo sofrimento e morte do outro, fazem parte da estrutura bio-psicológica do Homem e não deveriam causar espanto. Não que não tenhamos de combater a barbárie. Mas que devemos entendê-la como o que é natural. Que o nosso trabalho, a nossa luta É IR CONTRA O NATURAL.

quarta-feira, 21 de março de 2007

Hai-Kais Calpíngicos

Até quase o final dos anos 60 a palavra bunda era vista ainda com restrições para uma conversa dita normal. Nesta época o Soares se apresentou num show por várias cidades do Brasil. Terminava o show propondo a reabilitação da palavra bunda (um anolicismo da Última Flor do Lácio). Para isto dividia a platéia em dois lados. Um diria BUM e o outro DA. E ele regia este coral. Resultado, o show terminava apoteosicamente com todo mundo gritando. BUNDA! BUNDA!
E, realmente, esta é uma palavra suave, fofa, humanamente delicada. O seu erotismo é mais insinuado do que de per se.
Num destes momentos, em que a gente se dá um recreio, pensei em treinar um pouco a técnica dos Hai Kais (que em verdade deveriam chamar-se Haiku, mas aí, a coisa iria para a bandalheira de vez) que é a única área da poesia que eu me animo.

Mando então, à vocês, alguns.

HAI-KAIS CALPÍNGICOS


A Lua , bela
Transfigura
A bunda dela



Aquela bunda adorada
Nem faz esforço
Para ser amada


Um angolismo
A bunda
É angelismo


A bunda dourada
Enlouquece
A gurizada


A menina travessa
Mostra a bunda
À oressa
(vão pesquisar no dicionário que nem eu.)


Cria a bobeada
A bunda
Mal falada






segunda-feira, 19 de março de 2007

UM ASSUNTO RELEVANTE

Pois lá estava eu pensando no que escrever quando tive a minha atenção voltada para dois e-mails que aportaram na minha caixa.
A simultaneidade da chegada, a importância da matéria, a complementaridade dos questionamentos, fizeram com que eu me decidisse a falar no assunto. Tema este que está nas mentes de muitos mas que poucos ousam abordar, naquele eterno jogo do “eu sei, tu sabes, mas não vamos falar nisto”.
O primeiro deles vinha, provavelmente, de um rapaz. O léxico sofisticado, a adjetivação bem colocada, a facilidade de expressão, tudo isto levava a esta conclusão sherloquiana.
“Oh tio! Kmo si faz pra comê o rabo das minas? Elas diz ki dói, k naum gostam” Digam-me amigos meus, algum Saramago, algum Machado de Assis seria capaz de uma frase tão criativa? Tão sutil? Tão bem delineada.
O outro e-mail era escrito por uma jovem. Imagino-a no alto dos seus 24 anos, por conta da pureza, inocência; pela expressividade cândida, pundonorosa de sua linguagem; como verão a seguir.
“Dr! Tenho muita vontade de dar o meu cuzinho (reparem na doçura e meiguice, no modo com que nomina o final de seu tubo digestivo) pro meu marido. Mas ele não quer de jeito nenhum! Diz que é uma coisa nojenta. O problema é que o meu namorado anterior adorava me comer assim e eu gostava muito.”
Digam-me senhores, se tais questionamentos poderiam ficar sem resposta? Se tão relevantes dúvidas podem ficar pairando por aí, ensombrecendo a vida destes, e quiçás mais, jovens?
Segue no próximo capítulo.
* Estou aprendendo com a televisão brasileiro a criar um suspense, que obriga ao telespectador/leitor a ficar cativo, se quiser saber o final. Com isto aumenta o IBOPE deste meu blog.

A Escolha

A ESCOLHA

Muitos casamentos naufragam, melancolicamente, por conta de uma má escolha do parceiro (a).
Temos a tendência a escolher baseados apenas em um ou dois dos pilares.
“Mas eu amo ele doutor!” O cara a maltrata, tem um comportamento social totalmente inadequado para ela, na cama nem é estas coisas, freqüentemente se sente humilhada pelas suas atitudes. Mas vai fazendo sua via-crúcis de sofrimento “porque ama ele”.
“O problema é que eu tenho uma puta de uma tesão por ela!” E lá vai ele, com sua tesão que se esvai dia a dia, à espera de uma mudança mágica, pois nunca houve indícios de que ela ocorreria, na área amorosa ou das decisões do dia a dia.
Os casamentos ditos “por interesse”, “braguetaços” na expressão chula do sul, no quais, apenas os valores econômicos e financeiros são levados em conta, têm a duração melancólica de uma chuva de verão. Com a peculiaridade de que, quem toma a iniciativa da separação, na maior parte das vezes, é o dito esperto e aproveitador, que sai, não poucas vezes, apenas com migalhas do todo que fantasiava abocanhar (Está bem, sempre existe a exceção para justificar a regra.), simplesmente porque não conseguia mais suportar a convivência, a despeito de todos os ganhos materiais que aquele enlace lhe proporcionava.
Enfim, ao conhecermos alguém a minha primeira proposta é que nos proponhamos a realmente conhecer este alguém. Quem ele é e não o como eu gostaria que ele fosse, ou quem eu espero que ele seja ou se transforme.
Ao saber quem a pessoa é, posso delinear o que é possível de ter de bom com ela. Ou não me frustrar desnecessariamente, esperando dela o que ela não tem para me oferecer.
Mas vamos continuar falando sobre a escolha.

Um pouco de erotismo

Deitado estou.
Fantasio.
O escuro é um palco infinito onde os meus devaneios dançam.
Fantasio contigo.
Te beijo.
Leve, como quem acaricia uma pétala.
Te aperto em meus braços,
como quem toma algo valioso à força
Acaricio teus seios
Como faria com uma fruta delicada e exótica.
Toco em teu cu.
Um leve roçar de dedos numa jóia rara.
Beijo-o com o carinho e veneração que se tem pelo sagrado.
Perpasso os dedos na tua vagina.
Flor cujas pétalas ainda carregam as gotas do orvalho.
Te penetro.
Como uma serpente à procura de um covil.
Com o orgulho de um condottiere.
Gozo.
Como o mais feliz dos mortais repouso.
Como um Deus que criou a Vida.

domingo, 11 de março de 2007

Os Criminosos

Ando lendo “O Incêndio”. Fala da estratégia de bombardeamento das cidades alemãs entre 1940 e 1945.
É chocante. Prepara-se a morte de seres humanos como quem prepara uma receita de cozinha. Na impossibilidade de atingir fábricas, usinas e outros pontos estratégicos, principalmente de médio porte, opta-se pela destruição de todo o universo civil. Suas vidas, moradias, cultura e tudo o mais. Sem civis a Alemanha fatalmente perderia a guerra, como de fato o perdeu.
Me foi chocante saber como os nazistas em Wansee haviam decidido e planejado a execução do extermínio dos judeus. O mesmo tipo de sentimento me passou ao saber como ingleses e americanos planejavam a morte de civis (muitas das técnicas aprendidas foram utilizadas na Coréia e ainda o são agora, no Iraque). Matar crianças é válido no esforço de guerra, pois os pais, durante muito tempo, produzirão menos. O ódio e a raiva contra o agressor é, em pouco tempo, substituído por um desânimo geral, uma não vontade em resistir.
A desconfiança, quanto ao que me é apresentado aumenta, levando quase a paranóia. Goebbels mostrava claramente como os judeus eram perigosos. Ingleses e Americanos revelavam as perfídias e crueldades dos nazistas. Dependendo de quem domina a informação, sendo esta bem dirigida, iremos nos inclinar.
Fico pensando nisto hoje, com Lula (Um bem intencionado ou cafajeste consumado?), Chaves (Um herói que irá livrar a América do Sul das garras do imperialismo Yanke e Capitalista?), Fidel (O Homem, ou um ditador sul americano como tantos outros?), Bush (Um vampiro sanguinário,burro, ou um Estadista que tenta levar os valores americanos para o mundo subdesenvolvido) et caterva.
Quantas mentiras têm, para nós, a aparência de verdade?
Os fantasmas de Duncan e do pai de Hamlet eram mais verdadeiros que muitos noticiários jornalísticos.
Hoje estou um pouco mais desiludido com a humanidade.

O Futuro


Acho que no futuro poderemos chamar isto aí de floresta, do jeito como vão indo as coisas.

Filosofia ou Psicanálise

Quero discorrer sobre duas noções que interferem, decisivamente, no encaminhamento de uma vida melhor.
A idéia de CULPA (não falo da culpa na sua forma jurídica ou religiosa) e de seu filhote, o ARREPENDIMENTO.
Em primeiro lugar devo parabenizar aos inventores destas duas noções. Criaram um instrumento de poder fabuloso, tanto para quem se atira ou atira em outrem a idéia de CULPA. Estes inventos, que já tem alguns milênios, não só se mantém, como se ampliaram e sofisticaram durante seu desenvolvimento.
“-Meu avô morreu semana passada. Me sinto muito culpado por não haver estado com ele naquela hora e por não ter sentido nada na hora do velório. Ele foi muito bom comigo na minha infância” (frase de um paciente meu).
No momento em que esta pessoa sente-se culpada, ela pensa, sente, imagina, que tem o poder de antecipar fatos. Deveria saber que o avô morreria! Naquele dia e naquele horário! Talvez pudesse impedir que o avô morresse! O que o tornaria este progenitor eterno. Ou seja, não só saberia o futuro, como poderia dominá-lo.
Também imagina que poderia mandar em seus pensamentos, desejos, sentimentos.
Existem coisas que são nossas, como as supracitadas, mas, assim como nossa tensão arterial, ou movimentos peristálticos, não são comandados por nossa vontade.
Portanto, qualquer sensação de culpa é uma jogada nossa, ou da sociedade, para nos dar um poder que não temos. Com isto perdermos um pouco desta percepção terrível que é a de termos tão pouco poder, e controle, sobre a vida. MESMO QUE SEJA A NOSSA VIDA.
Mas não vamos, por outro lado, nos diminuirmos tanto. Temos algum poder e devemos usá-lo ao máximo. Não para mudar o Passado ou determinar o Futuro, mas para arrumarmos o nosso Presente, que é fruto de um Passado, e base para o Futuro.
Deste rebento da Culpa, o Arrependimento, podemos dizer as mesmas coisas.
Não temos de nos arrepender de nada. Tudo o que fizemos foi porque imaginamos, no momento da ação, que era o que melhor poderíamos fazer naquele momento. “Que dava para fazer.”
Se, mais tarde, a nossa ação se mostrar inadequada, prejudicial, temos de atribuir isto à incapacidade de dominar, controlar, o que virá depois desta coisa nevoenta que se chama Futuro.
As estatísticas sempre mostram possibilidades, não o que vai ocorrer. Portanto, viver baseado nelas pode ser extremamente enganador.

Ambivalência

A tal ambivalência é fogo!
Meu filho Thiago está indo para a Austrália. Aí, o bobão aqui fica todo dividido.
Por um lado todo satisfeitote porque o guri se independiza e vai experimentar as forças numa destas lonjuras deste mundão. Mostrando que o que se proporcionou a ele ajudou a crescer e a se independizar.
Por outro, fica com o coração confrangido porque não vai ver o pimpolho por um bom par de meses.
E tudo isto num só corpo e numa só mente.Isto só reforça a minha tese, de que o tal de meu Eu, nada mais é que um conjunto de eus, que custam para se entender; quando não persistem na ignorância um do outro.

segunda-feira, 5 de março de 2007

UM HOMEM DE FAMÍLIA

UM HOMEM DE FAMÍLIA

Pois o meu amigo sexual tinha capacidades que o fariam figurar no Fantástico, ou num conto do Nelson Rodrigues.
No ano do vestibular ele, nas idas a Livramento, pegava uma senhora dos seus cinqüenta e picos para lhe dar aula particular numa matéria que ele era meio fraco. Estuda daqui, estuda dali e ele crau, fatura a fessôra.
Ocorre que ela tinha uma filha, desquitada, não muito cheia de adereços, mas mulher. Como o meu faixa descobriu os horários que ela estava em casa sem a mãe e sem a filha, se fazia de defunto pra ganhar sapato novo. Chegava nestes horários sempre com a desculpinha de pegar algo que esquecera ou para esperar a mestra. Papinhos daqui, papinhos dali e ele crau, papou a filha da teacher.
Ocorre que também tinha na casa a neta da professoressa. Esta, nos seus 16 anos mais ou menos, um pudim de hormônios, encantada de ter um dos grandes galãs de Santana em sua casa, é lógico que facilitou o caminho do nosso lobo mau.
Agora respondam amigos meus, este mancebo, este estandarte dos desejos masculinos, esta insígnia idolatrada do homem da fronteira, NÃO É UM HOMEM DE FAMÍLIA?

CAMINHOS PARA O PRAZER

Para não ser acusado de fazer merchandising, principalmente porque não ganho um tostão com isto, inventarei uma pílula para ereção, o CIAGRA, que vem de CIALIS, Viagra e Levitra.
Não entendo porque tantos homens se recusam a usar estas medicações.
A partir dos 40 anos a capacidade erétil dos homens diminui gradativamente, e em níveis significativos, principalmente se o indivíduo for sedentário, obeso, hipertenso, FUMANTE, diabético
Alguns me dizem: “Eu não preciso, por isto não uso, dou duas fácil!”. A maior parte deles são mentirosos. Por isto costumo responder. “Pois é, se usasse daria três.”
Mas porque toda esta introdução?
Só para dizer que é notável esta capacidade humana de se privar do prazer. Em se falando de prazer tudo é ameaçador, tudo exige cautela, moderação. Todos desejam-no. Todos o temem. Todos se encarregam de cerceá-lo. Médicos, sacerdotes, legisladores, e a própria população de possíveis beneficiários são useiros e vezeiros em criar obstáculos a obtenção de prazer.
O CIAGRA só não é saudável ao bolso, aqui no Brasil e alguns outros países, noutros não, e a portadores de moléstias muito específicas, angina, por exemplo. Mas, qualquer médico, razoavelmente informado, tem os dados necessários para dizer se um paciente pode, ou não, usa-lo. Se este indivíduo usar, provavelmente terá mais prazer. Mas não usa.
O prazer realmente intimida.

Pedido dos filhos e dos amigos deles

Meus filhos me reclamaram que sendo eu terapeuta sexual deveria escrever sobre sexo. Ou pelo menos sobre psiquiatria. Total, é o que se espera de um psiquiatra e terapeuta sexual.
Mas não pretendo neste blog ser um Médico Psiquiatra e a e as informações básicas sobre sexualidade humana se tornaram repetitivas para mim.Mas como é difícil negar os pedidos dos filhotes, escreverei ocasionalmente sobre estes temas.

quinta-feira, 1 de março de 2007

Mulheres Tatuagens e Marcas

Dia destes estava eu, numa hora de folga, tomando uma Coca gelada, no Press Café, no Shopping Moinhos (para quem não sabe, o Shopping Moinhos fica ao lado do meu consultório e é o sofisticado da cidade, o que significa um ar-condicionado a mil), no meu lugar favorito, que é uma das mesas em frente à escada rolante.
Deste estratégico posto consigo ver praticamente toda a vasta, pitoresca e, por que não dizer, bela fauna humana que freqüenta o lugar.
Nesta época de verão se vêem mulheres belíssimas, que deixam a descoberto partes generosas do corpo. Costas imensas, perfeitas, com todas as tonalidades e texturas possíveis de pele.
Faço aqui um pequeno interregno. Devo dizer, para os que não sabem, que nasci em Sant’Anna do Livramento, uma cidade que fica junto ao Uruguai, na região do pampa, que é agro pastoril por excelência. Isto me familiarizou com o campo e as lides campeiras. Uma das atividades no campo era a marcação do gado, para dizer que de quem era aquela animália, e, em alguns casos, a marcação também servia para assinalar alguma característica particular do animal.
Pois estava eu a olhar aquele mulherio todo, sem nenhum compromisso outro que não o de descansar os olhos em algo bonito, num verdadeiro l’aprèsmidi d’um faune, quando uma idéia brutal me invadiu o cérebro.
Muitas destas mulheres, que me extasiam com seus dorsos maravilhosos, apresentam uma tatuagem junto à omoplata, predominando o da esquerda. Será que isto quer dizer que elas pertencem a alguém? Ou seria uma espécie de código, indicando seu pedigree? Pura por cruza ( PC ), à direita, por exemplo, Pura por Pedigree ( PP ), Pura de Origem ( PO ) à esquerda. Passei a imaginar que as que as que as usam nos quartos traseiros, perdão, bunda, tenham outro significado.
Vejam bem que não estou falando nem daquelas que usam uma tatuagem pequena, delicada, num lugar estratégico, e nem aquelas outras que usam o corpo como se uma lousa escolar (Quanto se lembram desta expressão? Se entregaram na idade!!) fosse, com o corpo cheio de desenhos e garatujas.
Aí me lembrei que tinha de voltar a trabalhar e deixo, então, a vocês a decifração deste enigma.

Carrion, o reacionário?, o esteta?.