Ando lendo “O Incêndio”. Fala da estratégia de bombardeamento das cidades alemãs entre 1940 e 1945.
É chocante. Prepara-se a morte de seres humanos como quem prepara uma receita de cozinha. Na impossibilidade de atingir fábricas, usinas e outros pontos estratégicos, principalmente de médio porte, opta-se pela destruição de todo o universo civil. Suas vidas, moradias, cultura e tudo o mais. Sem civis a Alemanha fatalmente perderia a guerra, como de fato o perdeu.
Me foi chocante saber como os nazistas em Wansee haviam decidido e planejado a execução do extermínio dos judeus. O mesmo tipo de sentimento me passou ao saber como ingleses e americanos planejavam a morte de civis (muitas das técnicas aprendidas foram utilizadas na Coréia e ainda o são agora, no Iraque). Matar crianças é válido no esforço de guerra, pois os pais, durante muito tempo, produzirão menos. O ódio e a raiva contra o agressor é, em pouco tempo, substituído por um desânimo geral, uma não vontade em resistir.
A desconfiança, quanto ao que me é apresentado aumenta, levando quase a paranóia. Goebbels mostrava claramente como os judeus eram perigosos. Ingleses e Americanos revelavam as perfídias e crueldades dos nazistas. Dependendo de quem domina a informação, sendo esta bem dirigida, iremos nos inclinar.
Fico pensando nisto hoje, com Lula (Um bem intencionado ou cafajeste consumado?), Chaves (Um herói que irá livrar a América do Sul das garras do imperialismo Yanke e Capitalista?), Fidel (O Homem, ou um ditador sul americano como tantos outros?), Bush (Um vampiro sanguinário,burro, ou um Estadista que tenta levar os valores americanos para o mundo subdesenvolvido) et caterva.
Quantas mentiras têm, para nós, a aparência de verdade?
Os fantasmas de Duncan e do pai de Hamlet eram mais verdadeiros que muitos noticiários jornalísticos.
Hoje estou um pouco mais desiludido com a humanidade.
domingo, 11 de março de 2007
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Um comentário:
Caro Carlos Eduardo. Sou atento leitor de teu blog, como já fazia com teus artigos anteriores. Sobre este último, "Os Criminosos", quero fazer uma observação: ditaores devem ser extirpados, na minha opinião. Nenhuma ditadura é boa e nenhum ditador é digno. Sou contra matá-los. Gostaria de vê-los condenados à prisão perpétua, enjaulados em praça pública e sumetidos à permanente execração pública. Hitler foi, talvez, o pior deles, dos tempos contemporâneos. Compará-lo com qualquer outro ditador moderno é uma temeridade pois Hitler impôs o genocídio como forma de governar e levou a humanidade à uma guerra mundial. Nem Stalin, seu irmão de alma negra e sangue ruim foi capaz de tanto. E o povo alemão, dizimado pelos aliados com ataques às suas cidades de população civil, a mais exemplificativa de todas, Dresden, deu amparo à ditadura de Hitler e sua política de extermínio. Não há comparação possível entre a Alemanha Nazista e qualquer outro país do mundo. Quanto ao mais, nada contra, ao contrário. Um forte abraço, Paulo Wainberg
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