quarta-feira, 21 de março de 2007

Hai-Kais Calpíngicos

Até quase o final dos anos 60 a palavra bunda era vista ainda com restrições para uma conversa dita normal. Nesta época o Soares se apresentou num show por várias cidades do Brasil. Terminava o show propondo a reabilitação da palavra bunda (um anolicismo da Última Flor do Lácio). Para isto dividia a platéia em dois lados. Um diria BUM e o outro DA. E ele regia este coral. Resultado, o show terminava apoteosicamente com todo mundo gritando. BUNDA! BUNDA!
E, realmente, esta é uma palavra suave, fofa, humanamente delicada. O seu erotismo é mais insinuado do que de per se.
Num destes momentos, em que a gente se dá um recreio, pensei em treinar um pouco a técnica dos Hai Kais (que em verdade deveriam chamar-se Haiku, mas aí, a coisa iria para a bandalheira de vez) que é a única área da poesia que eu me animo.

Mando então, à vocês, alguns.

HAI-KAIS CALPÍNGICOS


A Lua , bela
Transfigura
A bunda dela



Aquela bunda adorada
Nem faz esforço
Para ser amada


Um angolismo
A bunda
É angelismo


A bunda dourada
Enlouquece
A gurizada


A menina travessa
Mostra a bunda
À oressa
(vão pesquisar no dicionário que nem eu.)


Cria a bobeada
A bunda
Mal falada






Um comentário:

Marcia disse...

ora, "vão pesquisar no dicionário que nem eu". isso é jeito de tratar as visitas? vou te passar o laço, guri. :P

tá, eu sei. "o reloginho, o reloginho"... já vai, já vai.