domingo, 27 de janeiro de 2008

UMA QUESTÃO DE OPINIÃO

Evitarei adjetivos qualificativos para evitar um possível processo por injúria, difamação ou algo mais.
Estava prosaicamente dando uma olhada na TV, passando inclusive pelo Fantástico, quando anunciaram uma notícia que me chamou a atenção.
Que um grupo de cientistas gaúchos iria fazer uma pesquisa com menores infratores que haviam cometido crimes gravíssimos. Fariam uma ressonância magnética dinâmica para ver se o cérebro deles apresentava alguma diferença anatômica, ou fisiológica, na comparação com outros menores que não cometeram crimes.
Até aí nada demais.
O problema é que duas psicólogas se mostraram contra, que se tinha que ter muito cuidado com a pesquisa, alegando falta de ética, que as experiências poderiam levar a discriminação, lembraram os nazistas e outras coisas do mesmo jaez.
Na idade média era proibido a dissecação de cadáveres. O resultado foi que descobertas importantes sobre o funcionamento do corpo humano foram muito postergadas.
As leis espanholas do século XVI e XVI dificultavam a pesquisa e mudança no design dos navios de guerra. Com isto a marinha espanhola tomou um pau da marinha inglesa que nem graça achou.
Os nazistas desenvolveram os aviões a jato e os foguetes, com a finalidade de matar pessoas. Hoje alguém concebe um mundo sem aviões a jato? Internet, comunicações instantâneas, poderiam ser possíveis sem foguetes?
Nobel e Santos Dumont criaram a dinamite e o avião para ajudar as pessoas a viverem melhor. Também foram usadas na guerra.
Ou seja, o problema não é a pesquisa, a descoberta. O problema é o uso que se vai fazer delas. E isto depende de cada ser humano. O tal de livre arbítrio.
Portanto, senhoras psicólogas, não sejam medievalistas.
Se se descobrir qual a diferença entre os cérebros dos assassinos e os não assassinos, isto pode ser usado para leva-los ao cadafalso, preventivamente, ou pensar-se no que fazer para anular esta força.
Sempre se pesquisou a causa das coisas e se utilizou o fruto destas pesquisas para curar um monte de patologias.Agora, usar-se do preconceito, por medo de que se vá utilizar o resultado negativamente, é querer cristalizar o mundo. Que de certa maneira foi o que se tentou fazer durante a Idade Média Ocidental, não por acaso chamada de Idade das Trevas.

2 comentários:

Maroto disse...

confesso que quando eu li sobre essa pesquisa pela primeira vez também me vieram à cabeça os pesadelos da eugenia, etc. Daí lembrei do avanço que representou a superação do 'elogio da tragédia humana' com os antidepressivos e relaxei.

Carlos Eduardo Carrion disse...

� isto a� minha querida amiga. Tudo � uma quest�o do uso que se far� da cria�o.