SEXO CASUAL ou é PRA SACANAGEM MESMO

Que sacanagem, diga-se orgias, bacanais, existiram desde o início da História eu não tenho dúvidas.
O que eu acho que variou bastante, de uma época para outra foi a freqüência, a visibilidade e, talvez um pouco, o modus operandi.
Também acredito que elas aparecem com maior freqüência entre o ápice e a decadência de uma determinada era. Vide o Império Romano, os Papados pré-contra-reforma, os reinados de Luiz XV, e XVI, o debaixo dos lençóis dos ingleses na era vitoriana, “los años locos” da década de Vinte, o pós Woodstock, junto com a pílula e a aceitação (ainda que parcial) das diferenças, até a chegada o fantasma da AIDS. Nestes períodos, as festas bacantes sempre foram abundantes.
Entre os meus 20 e 25 anos havia estas festas, mas, tirando um restrito grupo de iniciados, elas não eram tão freqüentes. Tanto que é comum os saudosistas falarem: - Te lembra daquela vez...
Agora observo que elas se tornaram tão comuns como o foram entre os anos 70 e o início dos anos 80. Festas de fim de ano, comemorações de turmas de trabalho ou estudo, congressos (Aí sempre protegidos por uma aura se seriedade e respeitabilidade.)
Tanto que, outro dia, eu estava passeando, ao final da tarde, na beira mar em Capão e deu para observar em alguns apartamentos grupos de homens e mulheres dançando, se tocando, de calção, biquíni, copo de birita na mão e um inconfundível ar de “temos de dar a impressão de que não é nada disto que está aparentando, mas é para todo mundo aqui dentro saber que é o que está aparentando”.
Um velho e surrado déjà vu.
Mas também pode ser a minha imaginação que anda mais fértil e erotizada.