domingo, 13 de janeiro de 2008

Parto Vaginal ou Cesárea - Explicação número VI

Uma mulher, classe média, profissional liberal, empresária, uma locomotiva social, terá, em média, dois a três filhos. Supondo-se que tenha o primeiro filho aos 25 anos, tendo um filho a cada 3 anos. Ou seja, o segundo aos 28 anos e o terceiro aos 31 anos.
Suponhamos que no primeiro ano pós-gravidez ela tenha uma relação sexual por semana. São 50 relações. No segundo ano três por semana. São 150 relações, por ano. Nova gravidez 50/relações ano. E assim até os 33 anos. Depois disso passa a ter 2,5 relações por semana, ou seja, 125 relações por ano. Após os 40 anos ela tem 2 relações por semana, ou seja 100 relações por ano. Depois dos 50 anos, para facilitar a minha vida e eu poder parar de fazer cálculos, ela parou de ter relações sexuais. Neste intermezzo (meio tempo - Perdão deputado Aldo!) teve ao redor de 2850 relações sexuais.
O que isto tem a ver, com o tema que discutimos?
Tem a ver com prazer, gratificação.
Embora muitos sexólogos e obstetras digam, baseados em pesquisas por eles conduzidas, e quanto maior o “n” destas pesquisas, mais longe eles ficaram do entrevistador e do entrevistado, que o prazer não é alterado por um parto vaginal, não é o que eu ouço de homens e mulheres que conversei ao longo de muitos anos, pacientes, amigos, amigas, conhecidos e conhecidas e pessoas que eu conheci muito mais que um residente, doutorando, ou estudante de Psicologia consegue numa entrevista de pesquisa sobre sexualidade, ou qualidade de vida. Principalmente os homens.
Muitos(as) referem que houve um relaxamento da musculatura vaginal e que isto altera um pouco a sensação de prazer. Não substancialmente, para a imensa maioria, mas altera. O mesmo me disseram alguns médicos que fazem ecografia transvaginal. Percebem a vagina um pouco mais larga e a musculatura da mesma menos contrátil.
Nada que justifique uma cirurgia de períneo. Ou que leve a um divorcio (Este só em situações excepcionais e, assim mesmo, por componentes neuróticos importantes, no qual a elasticidade vaginal é mais um elemento de justificativa do que qualquer outra coisa.). Mas este alargamento, este relaxamento muscular, embora pequeno passa a ser mais um elemento a diminuir a qualidade do prazer.
É evidente que toda a regra têm exceção. Existem mulheres e homens que não sentem diferença nenhuma. Mas que existe um grupo muito, mas muito significativo que sente a diferença, disto não tenho dúvidas.
Ora direis; se a diferença é tão pequena, por que preocuparmo-nos? Porque, para alguns seres humanos, certas diferenças são muito importantes. As diferenças entre um vinho e outro. Entre um perfume e outro. Entre a pressão da parede vaginal de uma mulher para outra... Para alguns é como a diferença entre uma jóia e uma bijuteria.
Então, porque estou a dizer tudo isto?
Valerá a pena, por conta do ponto de vista de um médico, por aspectos físico/clínicos (As diferenças psicológicas são tão subjetivas, tão variáveis que só podem ser avaliadas caso a caso.), por diferenças estatísticas tão pequenas, arriscar sacrificar a qualidade do prazer de 2850 vezes?

2 comentários:

Maroto disse...

e ainda passam aqueles vídeos grotescos com aquelas crianças enormes saindo daquela coisa super-ampliada, tudo em volta inchado, dizendo para a gente que é lindo. Só cai quem ignora o conteúdo das imagens e só presta atenção no texto - ou quem acredita em tudo o que alguém que esteja em posição de autoridade diz

Marcia disse...

beeeemmmm... não precisava ter feito tantos cálculos pra defender as apertadinhas. aliás, bastava um post, xuxu, bem certeiro: "faça cesárea, que vc continua apertadinha". aposto que o parto normal, de cócoras, na água, feito índio, agarrado num bambu, ecoparto verde etc, ia tudo pro beleléu. :D