segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

O GORDO DAS DROGAS - capítulos III e IV

Por conta de coisas como estas é que me afastei dele.
Mas não dá para negar que havia coisas interessantes.
Uma vez, eu estava no Rio de Janeiro passando umas férias quando dei de cara com o GORDO. Conversamos um pouco num daqueles botecos típicos do Rio e falei en passant que domingo tinha Vasco e Flamengo no Maracanã e que um dos meus sonhos era assistir um jogo destes, com o estádio lotado. Ele prontamente disse.
-Então vamos.
Expliquei que não estava a fim de ficar socado lá no meio da turba.
-Não tem problema, vamos de cadeira.
-Pô GORDO, o preço lá é de ópera!
-Deixa comigo!
No domingo, nos encontramos, pegamos um ônibus e nos tocamos para o Maraca. Chegando lá ele me manda comprar o ingresso mais barato que tinha. Quando eu ia protestar ele me larga o seu tradicional –Deixa comigo! –Ah! E me compra o meu também.
Comprei os tais ingressos e ele me leva para a fila das cadeiras. Me manda pegar duas notas, do que seriam hoje 20 reais, e dobrar junto aos ingressos. Pega um para ele e deixa o outro para mim. E explica!
-Agora fica atrás de mim. Quando for passar pelo porteiro entrega o ingresso e já vai entrando.
Borrado de medo fiz o que ele mandou. Não teve problema. Dez minutos depois estávamos aboletados nas cadeiras.
Perguntei para ele se ele sabia que aquele porteiro aceitava suborno.
-Não, claro que não! Mas 20 mangos é o que ele deve ganhar por dia de trabalho. Tu acha que ele ia recusar quarentinha assim na moleza?
E assim ele ia levando a vida. Mesmo coisas como esta, que na hora empolgavam, mas depois incomodavam, não impediram que eu fosse me afastando, mas a lembrança nunca deixou de ser agradável.
Quatro anos depois soube que ele havia falecido. Estava numa festinha de criança (Havia casado e tido um filho.), disse que não se sentia muito bem, foi para o banheiro e de lá saiu para o São Miguel e Almas.
Se alguém hoje me perguntasse o que eu achava dele, e da minha relação com ele, eu diria que a memória dele ainda é uma coisa muito polêmica dentro de mim.
Mas não posso negar que ele me mostrou muita coisa da vida que eu só sabia de teoria, ou não sabia dos detalhes, principalmente os mais sórdidos.


FIM

O GORDO DAS DROGAS - cap. II

Por outro lado, era de dar pena do cara que se metesse comigo. O hôme partia prá cima e aí, ai de quem estivesse por baixo. Acho que ele tinha uma certa admiração, embevecimento, pelo que, penso eu, seria a minha respeitabilidade.
Através dele tomei conhecimento de um lado lúgrube e mórbido da vida.
O mandar dar uma camaçada de pau num drogadito devedor.
O cobrar em espécie, muitas vezes de modo humilhante, as dívidas de uma madame usuária de drogas.
A desconsideração pelo próximo.
Uma vez ele foi se encontrar com um chefão do tráfico, numa vila que existia na av. Ipiranga, perto de onde é hoje a sede da AMRIGS.
Recebera uma partida, acho eu que era de cocaína, e esta não era de boa qualidade e ele queria trocar. O outro o recebeu numa boa, examinou a mercadoria, constatou o defeito e mandou um capanga ir buscar no depósito uma outra partida para repor a que viera com defeito.
Na sala (Tudo isto me foi contado por ele, não o acompanhava nestas peripécias.) tinha umas 4 ou 5 meninas dos seus 14/17 anos, que ficavam por ali para se atracarem numa sobra de maconha, ou cocaína para darem uma cafungada (O crack ainda não havia aportado nestas plagas, tampouco o LSD, ou a heroína, ou o ectasy.).





O chefão, num cavalheirismo adequado a situação e ao meio, se dirigiu a uma das meninas e disse: -Ô Fulana, vem dá o rabinho aqui pro meu amigo enquanto ele espera. A menina veio prontamente, mas o GORDO disse que não estava afim. O outro não se deu por vencido e chamou uma outra. -Então Beltraninha, dá uma chupadinha no hôme prá ele não ficá inquieto! Desta vez, prá não fazer desfeita, ele aceitou.


Por conta de coisas como estas é que me afastei dele.



Continua num próximo capítulo.

domingo, 27 de janeiro de 2008

O GORDO DAS DROGAS

Numa destas carambolas da vida, lá pelos finzinhos dos anos 60, de uma maneira que não consigo lembrar, conheci o GORDO DAS DROGAS.
Um pouquinho mais velho que eu, era dono de um mini negócio que, por sinal, tocava bem. Mas, fora isto, era o sujeito mais bagaceiro, arruaceiro, encrenqueiro, com quem já me deparei.
Usava drogas e fazia tráfico em pequena escala. Para os amigos, costumava explicar.
Por uma destas coisas que não sei explicar simpatizamos um com o outro, mas nossos modus vivendi, muito díspares, não nos permitiam conviver muito. Eu querendo ser um doutor sério, respeitado e ele querendo mais é que o mundo acabasse num grande forrobodó orgiástico.
Neste ponto é importante que se faça um pequeno interrégnum para fazer alguns esclarecimentos que julgo da mais alta relevância.
Nunca fui um transgressor, um revolucionário, faltava-me a crueldade, a frieza, a coragem, a inconseqüência, o desprezo pelo outro, para fazer vingar a minha vontade. O que eu fiz a maior parte da vida foi seguir as regras do jogo, procurando os descaminhos da vida. Sem cair no campo do crime, o hecha la ley, hecha la trampa.Por conta disto, a minha relação com o GORDO, se limitava a ir ao futebol com ele. E isto eu fazia com prazer. Era divertido, arruaceiro, ixperto, criador de caso. Mas sempre de um modo burlesco, jocoso, picaresco.

Segue num próximo capitulo, serão 4.

UMA QUESTÃO DE OPINIÃO

Evitarei adjetivos qualificativos para evitar um possível processo por injúria, difamação ou algo mais.
Estava prosaicamente dando uma olhada na TV, passando inclusive pelo Fantástico, quando anunciaram uma notícia que me chamou a atenção.
Que um grupo de cientistas gaúchos iria fazer uma pesquisa com menores infratores que haviam cometido crimes gravíssimos. Fariam uma ressonância magnética dinâmica para ver se o cérebro deles apresentava alguma diferença anatômica, ou fisiológica, na comparação com outros menores que não cometeram crimes.
Até aí nada demais.
O problema é que duas psicólogas se mostraram contra, que se tinha que ter muito cuidado com a pesquisa, alegando falta de ética, que as experiências poderiam levar a discriminação, lembraram os nazistas e outras coisas do mesmo jaez.
Na idade média era proibido a dissecação de cadáveres. O resultado foi que descobertas importantes sobre o funcionamento do corpo humano foram muito postergadas.
As leis espanholas do século XVI e XVI dificultavam a pesquisa e mudança no design dos navios de guerra. Com isto a marinha espanhola tomou um pau da marinha inglesa que nem graça achou.
Os nazistas desenvolveram os aviões a jato e os foguetes, com a finalidade de matar pessoas. Hoje alguém concebe um mundo sem aviões a jato? Internet, comunicações instantâneas, poderiam ser possíveis sem foguetes?
Nobel e Santos Dumont criaram a dinamite e o avião para ajudar as pessoas a viverem melhor. Também foram usadas na guerra.
Ou seja, o problema não é a pesquisa, a descoberta. O problema é o uso que se vai fazer delas. E isto depende de cada ser humano. O tal de livre arbítrio.
Portanto, senhoras psicólogas, não sejam medievalistas.
Se se descobrir qual a diferença entre os cérebros dos assassinos e os não assassinos, isto pode ser usado para leva-los ao cadafalso, preventivamente, ou pensar-se no que fazer para anular esta força.
Sempre se pesquisou a causa das coisas e se utilizou o fruto destas pesquisas para curar um monte de patologias.Agora, usar-se do preconceito, por medo de que se vá utilizar o resultado negativamente, é querer cristalizar o mundo. Que de certa maneira foi o que se tentou fazer durante a Idade Média Ocidental, não por acaso chamada de Idade das Trevas.

CONSIDERAÇÕES DOMINICAIS


Uma das coisas que me incomoda é ver que uma idéia, que eu julgava minha, pioneira, foi pensada, e principalmente aproveitado por outro que a bolou antes, ou teve a capacidade de utilizá-la antes de mim.

É o caso deste poemeu do Millor Fernandes.



A história que meu filho estuda

eu lia

no jornal do dia


Ou esta charge. Ela não é extemporânea? A genialidade, entre outras coisas é isto, o não ter medo da mudança, o liberar a criatividade, o não temer tanto a censura.

CONSIDERAÇÕES DOMINICAIS

Ando paranóico.

Com a Internet vou-me dando conta que muita gente pensa o que eu penso que seja uma idéia original minha.

Pior ainda, às vezes, eles a publicaram antes que eu as pensasse.Estê poemeu do Millor é uma prova disto.



A história que meu filho estuda

eu lia

no jornal do dia

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

UM TIRO NO PÉ

Em 1982, no embalo da Abertura, a censura foi perdendo força.
Como os nossos valientes de después podiam ser loucos, mas não eram bobos, no cinema exploraram primeiro a área sexual. Mas tentando dar a ela uma aparência de séria, daí um filme do Walter Hugo Khouri, que se baseava no que ocorreria em um cabaré de luxo de Belo Horizonte, onde estava o governador mineiro da época, que era um dos candidatos a presidência da república naquele ano de 1937. Nesta noite Getúlio dá o golpe do Estado Novo.
Mas o que ocorria naquela casa de tolerância? Havia sido importada uma virgem, a Xuxa, que seria servida pela dona do estabelecimento, Vera Fischer, ao governador, Tarcisio Meira. Ou seja, um filme daqueles que se apresentava como tendo um grande elenco, uma história que não tinha coragem de ser pornográfica, que não chegava nem a ser erótica e que fantasiava ser um drama histórico, em que a realidade e a ficção faziam uma orgia.
Pois bem, a Xuxa se tornou a rainha dos baixinhos, uma das figuras emblemáticas da Globo, um exemplo de postura moral.

O problema todo é que o tal filme, que não foi nenhum sucesso, seu único mérito foi mostrar a Xuxa pelada, e que já estava nas prateleiras do arquivo morto, tinha uma cena de pedofilia que a moça participava junto a um menino de 12 anos. É interessante a gente se dar conta que os moralistas de plantão da época, fora uns balbucios agônicos, quase protocolares, não se manifestaram mais enfaticamente.
Pois agora, frente à possibilidade de ser relançado o filme, em virtude do lançamento da autobiografia do menino, a Xuxa entra na justiça para retirar o filme de circulação.
Nada mais justo. Alguém faz algo que se expõe no passado, na juventude, depois se arrepende e tenta concertar. O problema é que vivemos em tempos de Internet. Bastou falar em proibição e lá está o fato em milhares de sites, da noite para o dia. O tal relançamento, que ficaria restrito a
meia dúzia de gatos pingados, saudosistas, ou curiosos, passou a ter uma divulgação enorme.
Procurando por imagens de “filme pornográfico”, ou “filmes pornográficos” no Google, para escrever o artigo “O CINEASTA”, encontrei várias imagens do filme da Xuxa.
Agora vos pergunto? Não acham que ela deu um tiro no pé?
Continuo a favor da tese que é melhor deixar os mortos descansarem. Principalmente por conta do próprio morto.
Não teria sido mais justo, valorizante, para a Xuxa deixar tudo como estava e poder dizer de cabeça erguida:
-Eu já fui assim, agora não sou mais!
Mostrando que é uma pessoa que não tem, ou teve, medo de evoluir.

O CINEASTA

Alguns anos atrás conheci J. ; trabalhava com cinema.
Não era ninguém muito famoso, não fazia grandes produções, não tinha grandes patrocinadores, ou dinheiro para fazer filmes mais sofisticados.
Um dia descobriu a sua mina de ouro.
Fazer filmes pornô!
Fáceis de fazer, não requeriam grandes roteiros, direção, make-up’s, locações.
Filmes pornográficos eram a coisa mais próxima da idealização “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão”, que se poderia ter.
Mas, me explicava ele, tinha também os seus segredos.
Quem vende o filme é a mulher. Tem que ser do tipo gostosa, meio vulgar, mas metida a chic, topa todas, mas tem que fazer biquinho, tem que saber gemer, gritar de prazer, dizer alguns palavrões e elogiar o pinto do cara.
Mas o difícil era achar o(s) homem(ns). Tinha de arranjar um cara com uma estrovenga acima da média (18 cm de comprimento, no mínimo, e grosso o suficiente para se fazer notar.), que fizesse uma ereção com facilidade (com ou sem remédios), não fosse muito feio ou desmilinguido de corpo e não fosse nem excessivamente branco, ou preto.
Porque deste detalhe?
Como quase ninguém agüenta aquela maratona de posições, e gritos, e tempo, sem brochar ou gozar, tinham que ter uns extras para os closes. Nos planos gerais não havia problema, bastava pegar um ângulo em que o pau não aparecesse, mas no close ele tinha de estar bem duro (Os homens, dizia ele, e eu assino embaixo, adoram pau duro.).
Então, sentados num banquinho ao lado do set de filmagens, tinha sempre um, ou mais homens, se masturbando para estarem prontos para o caso de terem que entrar em ação.
Por isto, a cor da pele do bicho velho, do artista principal, não poderia ser de uma cor difícil de ser achada. Um branco mais moreno, ou pardo, era o ideal.
Com o passar do tempo os filmes ficaram mais difíceis de serem feitos.
No início o enredo era simplório.

Por exemplo. O marido saia de casa (Sempre tem de ter um chifrudo.) e entrava o leiteiro, sem preliminares nem nada, que isto é frescura para a turma masculina que vê filmes pornô, e já partia para os finalmentes. Estavam ali no bem bom e chegava o padeiro, e já entrava na festa. Ou uma vizinha, ou mais outro homem. Às vezes até o marido que retornava de inopino.
Mas esta fórmula cansou. E aí tiveram de começar a sofisticar o roteiro. E bota posição diferente, lugar bizarro, acessórios, dois paus na boceta, e por aí vamos.
Mas continuou a piorar (para os cineastas), por conta da diversidade.
E entra o homossexualismo masculino (O feminino era aceito desde o início, não era, segundo a ótica do espectador, homossexualismo, era sacanagem mesmo.), e entra o travesti, e entra a mulher com dildo para fazer o papel de homem, lá pelas tantas entra a zoofilia, e dá-le dobermans, , pastores, outras raças e espécies, até muares e eqüinos.
E dá-lhe sado-masoquismo, escatologia, até uma pedofilia “legal” (Atrizes maiores de idade, mas com rosto de criança, ou adolescente, caracterizadas e maquiadas de uma maneira infantilóide.).
Enfim, a vida não está fácil para ninguém, inclusive para cineastas de filmes pornôs.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

REQUIESCAT IN PACE

Lendo uma notícia na BBC, fico a me perguntar.
Porque não deixam a princesa Diana em paz (Mas podia ser o Kennedy, de quem já ouvi várias versões, todas elas muito verossímeis, sobre sua morte.), em vez desta coisa de ficarem fuxicando que foi crime, que foi crime político, que foi acidente, que foi...?

Digo isto porque a esta altura da vida não se vai saber mesmo. Mesmo que alguém se apresente, diga, fui eu! Leve documentos, etc. isto acaba não provando nada, pois documentos podem ser falsificados, provas forjadas.

Razão tinha o Marquês de Pombal quando disse: Enterremos os mortos e cuidemos dos vivos!

CONSTATAÇÃO



Estou trabalhando neste mês de janeiro. O que não é mais novidade para mim. O que foi novidade para mim foi observar que todos os box da garagem do meu edifício estavam ocupadas e o estacionamento para clientes também. Ou seja, tá todo mundo no batente. O mundo mudou.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

A 5ª COLUNA DENTRO DE NÓS

Durante a Guerra Civil Espanhola foi consagrada uma expressão. A 5ª Coluna. É que as forças nacionalistas de Franco cercavam Madrid com 4 colunas. Ele dizia que com estas colunas e mais uma outra, que ele chamava de 5ª Coluna, que seria formada pelos resistentes de Madrid, ele tomaria esta cidade.

Para os derrotados, socialistas, comunistas, anarquistas e republicanos, a expressão 5ª Coluna virou sinônimo de traição, traidores.

Por analogia costumo dizer que todo homem de mais de 50 anos tem uma 5ª Coluna dentro de si. Ele se encarrega de se desmoralizar, de se achar incompetente, ou que vai ser tomado como.

É lógico que com estes pensamentos este sujeito estará a um passo da brochada ou de um desempenho pífio.

Tinha um que dizia que bastava ele entrar num motel com uma mulher bonita e gostosa e olhar no espelho para que ele brochasse. Pelo que ele via dele mesmo.

A traição no caso é criada pelo descaso que ele faz de suas qualidades. Ele esquece é que se ela está com ele ali, no motel, é porque enxerga qualidades nele. Qualidades que ele tem e que não valoriza, apenas porque não estão nos parâmetros dele de qualidade.

Estou falando de homens, mas poderia estar falando de mulheres também. Mas sempre falando do mesmo problema. Pessoas que valorizam alguns aspectos, que julgam fundamentais, esquecendo que outras qualidades podem ser muito valorizadas, essenciais mesmo para uma outra pessoa.
Portanto lembre-se. Se alguém o(a) escolheu não questione a escolha. Apenas sinta-se um privilegiado(a) por haver sido escolhido(a).

sábado, 19 de janeiro de 2008

AVENTURAS BURLESCAS E SEXUAIS


Está chegando o Carnaval e com ele vão se atiçando as fantasias de quem ainda o curte e de lembranças de quem já o curtiu. Enquadro-me entre os últimos.
Lá no início dos anos 70, numa viagem dos meus pais, fiz uma festa na minha casa em Livramento, cobrei entrada e com o dinheiro ganho fui para o Rio (Ou seja, se tivesse sido empresário da noite talvez estivesse rico.).
Em lá chegando, no Rio, é óbvio, ó desatentos, fui para a casa de um tio que aprontava todos. Pelo cargo que exercia pululavam em sua mesa convites para as mais diversas festas. Ele selecionou as VIP’s para ele e me deu o resto.
Mas o filé mignon (Ô seu Aldo, como é que é filet mignon em português?) seria proporcionado por um primo meu que trabalhava na Globo e era o selecionador das candidatas a chacretes.
De sobremesa tinha um outro primo meu que se fantasiava de repórter fotográfico da revista Manchete, que era o up-to-date da cobertura dos folguedos momescos e que também servia algumas iguarias finas, para quem, na época, achava que ética era faturar o máximo possível de mulheres, para deixa-las felizes (Pretensão e água benta cada um usa quanto quiser.).
Dados os prolegômenos, vamos aos detals, como diríamos na minha Macondo quando se queria bancar o malandro (Hoje seria ixperto.).
As festas do meu tio foram um tiro n’água. Não é à-toa que ele refugou os convites que me deu. Festas para um bando de coroas (Agora me flagro que eram mais moços do que eu sou hoje. A relatividade, Ah! a relatividade das coisas e dos tempos.). Talvez aproveitasse eu mais, se não fosse o fato de que eu fora ao Rio em busca de festas com Musas. Na única em que eu entrei e pensei; -Oba, nesta eu vou me dar bem! Pois tinha um monte de mulher gostosa com pouca roupa. Foi a maior zebra, o maior mico. Uma festa de travestis, da qual saí o quanto antes. Já imaginaram, eu, um baita machão de Sant’Anna do Livramento, num baile de travecos? Era coisa de eu me mudar para Zanzibar ou para uma ilhota perdida no meio do rio Uruguay.
Já com meu primo da Globo a coisa foi de fazer o Calígula babar de inveja. Gente, o que o mulherio fazia para ter a chance de fazer um teste, só o teste, vocês não imaginam. Coloquem mais adereços nos vossos pensamentos porque eles são pobres, paupérrimos frente à realidade que me deparei.
Finalmente, o meu primo que se fantasiava de fotógrafo da Manchete me proporcionou momentos hilários. É lógico que fiquei ali só de olhante. Mas valeu a pena. As gostosonas, as popozudas, as cachorras (Tenho de atualizar o meu vocabulário se não vão começar a me designar como velho, o que obviamente eu não sou!) quando o viam adentrar no salão enlouqueciam.
Mostravam tudo que podiam mostrar, davam show (perdão seu Aldo), eram todas sorrisos e afetos para ele. Às mais atraentes ele pedia o telefone, ou melhor, mandava passar no apartamento (ele chamava de estúdio) para fazerem mais fotos, para o caso daquelas não terem ficado boas. Dizia, é lógico, que levassem a fantasia junto. Infelizmente da seqüência eu não participava. Era tudo gente fina de Sírio-Libanês para cima. Mas todas tinham o sonho de figurar nas páginas da Manchete (Justiça seja feita ao meu parente. Ele nunca disse que era fotógrafo da Manchete e nunca prometeu por alguém nas páginas da revista.), nem que para isto tivessem que dar, e davam, não importava marido, família, status social.

Ah! A Vaidade Humana, quanta concupiscência ocorre graças a ti! Quanta luxúria saciada!

UMA DICA

Um dente meu inventou de quebrar no início da semana passada e com isto o frágil equilíbrio dinâmico da minha mordida foi para o beleléu e outro o seguiu na quinta feira.

Desde que o meu dentista se aposentou há alguns anos, andei perambulando por outros, mas sem nunca fechar com ninguém.

Desta vez resolvi procurar uma odonto pediatra a quem estou ligado por laços de amizade.

Embora o estrago fosse grande, ela conseguiu me dar uma boa solução.

Mas o que me deixou impressionado foi o fato de que, PELA PRIMEIRA VEZ NA MINHA VIDA, um odontólogo conseguiu acertar o encaixe dos meus dentes de primeira.

O nome dela - SHEILA BEHAR.

Esta eu recomendo.
Ah! O telefone do consultório dela é 51 33319233.

Eu e O REI DO MUNDO PERDIDO

Sábado dia 19 de janeiro de 2008, pela manhã.
Débora viajando.
Um filho com os amigos na Praia da Ferrugem, outro na Austrália e outro com 23 anos (Se bem que me deu o prazer de aceitar o convite para almoçar, concedendo-me os espaço de uma provável moiçola.)...
Os irmãos e a mãe em local de difícil acesso.
Os amigos em lugar incerto e não sabido.
Enfim, sozinho e, de certa maneira, absolutamente livre.

Em priscas eras, quando ainda comunistas hereges, comedores de criancinhas, se digladiavam com burgueses sanguessugas e reacionários, li um livro que, se não me falha a memória, esta eterna traidora, tinha o título de “O Rei do Mundo Perdido” (Ou algo pelo estilo.)*.
Nele, um sujeito, o rei, vivia em um imenso palácio. Tão grande que não tinha fim. Salas, salões, gabinetes, quartos se sucediam infinitamente. Todos prontos para ele utilizar. Mas ele estava só. Nunca viu quem arrumava as peças e as coisas para ele utilizar.
Também não podia evadir-se, pois todas as portas davam para lugares que, através de outras portas, davam para outros lugares. Janelas haviam. Mas elas se abriam para abismos insondáveis e inescrutáveis.
O resultado da leitura era uma angústia que ia num crescendo.
De certa maneira me senti este rei hoje.
Por favor, não estou aqui a esbanjar lamúrias e nem pedindo que tenham dó de mim. Um aturdido pelo cruel destino que aqui me tens.
Basta levantar (Em pensamento ainda estou no tempo em que se tirava o fone do gancho.) o telefone e encontro companhia.
Só escrevi este, para dizer a vocês que, mais uma vez, comprovei como gosto da companhia humana.

*Não sei quem era o autor, só sei que foi alguém que não decolou como escritor. Mas se alguém descobrir, por favor, me avise.

Milhões de OBRIGADOS

Hoje passamos das DEZ MIL ENTRADAS aqui no Hedonista.

Muito obrigado a vocês.

Não imaginam o bem que isto faz ao ego da gente.

Beijos e abraços a voces, e a vontade. Vocês merecem.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Réquiem



Ah! Estes velhos, pobres velhos!


Que se lamentam pela virilidade perdida.


Pela falta de tesão.


Pela falta de confiança no desempenho do bicho.


Por que seu tempo passou.


Por que as gatinhas não mais têm olhos para eles.


E ficam a viver num mar de mágoas, ressentimentos, arrependimentos.


Que ficam a viver num passado idealizado, que nunca foi e jamais será.


E não procuram um ANDROLOGISTA.


E não procuram um PSICOTERAPEUTA SEXUAL.


Que não ousam sair do seu circulozinho de vida, que não mais os satisfaz.


Que constroem o Inferno em vida, por não aproveitarem os Céus que têm ao seu redor.


Pobres velhos.


Já morreram e não sabem!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Entrando na Moda - MEME - agradecendo a URUBU

1)Quem já fez a tua cabeça?
Todas as mulheres por quem me apaixonei um dia.
2)Quem corta os teus cabelos?
Agora qualquer um, é só passar uma máquina número 1 e pronto, total sou desprovido de capilosidades over the head (sorry Aldo Rabelo). Mas antes era o Marcelo do Hugo Beauty do Iguatemi.
3)Quem te enche os olhos?
A minha mulher, que não cito para não atiçar a concorrência.
4)Quem enche o teu saco?
Aquelas pessoas com papos intelectuais da profundidade "de um oceano que se atravessa com água pela canela (Dr. Eduardo Vidal de Oliveira, meu avô, falando do Rui Barbosa).
5)Quem não sai da sua cabeça?
A guria do Citibank, ou do Itaú, quando sei que me passei no saldo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

PENA DE MORTE OU PRISÃO - UMA QUESTÃO JÁ BEM ANTIGA

O Pirulito estava ali de tocaia para ver se faturava algo naquela hora de lusco-fusco.
A vida não estava fácil. Nunca gostara de trabalhar. Para piorar, depois que fora preso, mais de uma vez por furtos, ou brigas, a coisa ficara mais osca ainda.
Quando viu a senhora entrando no edifício com duas sacolas de super mercado, pensou: - É agora! Deu uma última cafungada numa cocaína de segunda que extorquira de um traficante chinelão e foi em frente.
Calçou a velha com uma faca e fez ela abrir a porta.
Deu de cara com uma moça com um nenê no colo e um senhor vendo televisão. Não se fez de rogado. Tacou um vaso na cabeça do homem, pra impor respeito e já anunciou o assalto. Que se não fizessem o que ele queria morria todo mundo. A começar pela criança. Para facilitar a vida (a sua), amarrou todo mundo.
Queria saber onde estava a grana, ou objetos de valor. Para garantir que ninguém mentisse, ia distribuindo uns cascudos aqui e ali. Neste meio tempo pegou umas bebidas na cristaleira e tomou uns goles. Gostava de se sentir meio doidão.
Achou a moça muito do gostosinha e não teve dúvidas, colocou-a de bruços num dos braços do sofá e faturou-a na mesma hora. Como ela tentasse reagir, enfiou-lhe o caralho no rabo para ela aprender a ficar quieta e respeitasse quem tava com a força.
Como a criança estava chorando colocou uns travesseiros sobre a cabeça dela para abafar o som. Os velhos se desesperaram e ele achou melhor despacha-los para o outro mundo.
Deu-se conta que a moça a tudo presenciara e, como ele estava sem máscara, portanto facilmente reconhecível, resolveu não deixar pistas. Fez uns furos nela que a silenciaram.
Deu azar.
Na saída, se enroscou no fio do DVD que estava roubando tomou um trambolhão na escada e se estatelou no hall de entrada. Com o barulho, o sargento da Brigada Militar que morava no mesmo andar saiu para o corredor, se deu conta do que estava ocorrendo, imobilizou-o com uma botada no meio das ventas e já o amarrou com o próprio fio causador do tombo.

O resto é previsível. Delegacia, prisão, julgamento.
Neste meio tempo a imprensa alvorotada deu todos os detalhes do acontecido, ouviu a opinião de populares, dos juristas, dos grandes da terra sobre o que fazer com um sujeito como ele.
Dois dos mais insignes cidadãos manifestaram-se de forma distinta.
Um deles dizia, que nestes casos escabrosos deveria se julgar sem sentimentos de ódio, de amizade, de ressentimento, de compaixão. Que o obnubilado por essas prevenções tem dificuldade de discernir a verdade. Não se serve ao mesmo tempo a paixão e os interesses da Sociedade. Lembrava que, mesmo em casos como este, em que parece não haver a menor dúvida quanto à autoria, corre-se o risco de criar uma jurisprudência que, mal empregada, pode levar um inocente a ser punido injustamente e de uma maneira irreversível. Na decretação da prisão perpétua, possíveis injustiças podem ser reparadas. ...os deuses não quiseram fazer da morte um castigo, sendo ela uma lei da natureza, o fim dos trabalhos e das misérias. A Parca é apenas um estado de repouso e não um suplício. Ela põe a termo todos os males dos mortais. Para além dela, não há mais alegria nem sofrimento.
Ao que o outro jurista contrapunha. – Julgo dignos de morte os assassinos... ...não encontrando entre os outros suplícios nada que seja demasiado rigoroso. Criminosos como estes não devem um instante sequer usufruir a luz e respirar o ar do qual privam suas vítimas. Querer impor a este celerado uma prisão, é condenar as pessoas a passarem o resto de sua vida a pagar pela vida dele. O cidadão comum pagará duas vezes pelas ações deste facínora. Fará com que o trabalhar continue a correr o risco de, em fugindo o sicário, ter de enfrentar mais uma vez a sua crueldade, a sua desumanidade, a sua maldade, o seu ódio, a sua perversidade. Dai-lhe uma prisão, qualquer que seja, e deixareis a ele uma esperança, uma ilusão. Na Morte se perdem todas as ilusões. Sem perder o medo de que o castigo continue, pois, não existisse este medo, a Morte não seria temível.
E você, meu amigo, que partido tomaria?
Observação: Os dois cidadãos, discutiram, nestes termos, apenas a linguagem foi por mim modificada há 2070 anos atrás no Senado Romano, por ocasião do julgamento dos cúmplices de Catilina. Um deles se chamava Julio Caio César, o outro Marco Túlio Cícero. Ambos não acreditavam, e a experiência parece corroborar isto, que criminosos a partir de um certo grau não mais são recuperáveis. Aqui ou em qualquer época ou lugar do mundo. Vide os livros de História e as páginas dos jornais.

A MINHA CONCLUSÃO E OPINIÃO - Parto Vaginal ou Cesárea - O Epílogo - UFA!

Acho que, hoje em dia, a não ser em casos bem específicos a escolha entre parto natural e cesariana deve ser feita pela paciente e pelo médico, tendo o direito, a paciente, de trocar de médico se a postura daquele em relação ao tipo de parto não a satisfizer, não havendo uma razão médica que a justifique de maneira praticamente insofismável.

Notinha de rodapé. No início dos anos 80, aqui em Porto Alegre ainda se discutia da validade, ou não, do parto com analgesia, ou não. Íamos ter o nosso primeiro filho e fomos consultar uma obstetra de alto renome. Ela foi incisiva. Parto sem analgesia. “É importante para a vivência da mãe e para a ligação dela com o filho!”
Trocamos de obstetra, a ligação mãe filho é ótima, o “guri” é uma maravilha (Coisa de pai coruja, mas me dou a este direito neste blog.), e o parto não se transformou em experiência de flagelação.

Parto Vaginal ou Cesárea - UM ADENDO

Dois colegas a quem submeti o texto acharam que eu deveria também lembrar que, nesta disputa, entram em jogo mais fatores econômicos digladiantes.
Quem paga o parto (Convênios em geral, mas pode ser a pessoa física particular.) tem interesse que este seja o mais barato possível, que neste caso é o parto via vaginal. Quem recebe pelo parto, hospitais, fornecedores, tem interesse que se gaste mais. Uma cesariana, costumeiramente, envolve mais pessoal técnico. Só não sei como isto afeta a indicação. Se para mais partos via vaginal, ou para as cesarianas. No que diz respeito a médicos particulares, os honorários, em alguns casos, passaram a ficar semelhantes, quer num tipo de parto, quer noutro, de vez que passaram a cobrar por hora de assistência no parto vaginal.

Parto Vaginal ou Cesárea - Explicação número VI

Uma mulher, classe média, profissional liberal, empresária, uma locomotiva social, terá, em média, dois a três filhos. Supondo-se que tenha o primeiro filho aos 25 anos, tendo um filho a cada 3 anos. Ou seja, o segundo aos 28 anos e o terceiro aos 31 anos.
Suponhamos que no primeiro ano pós-gravidez ela tenha uma relação sexual por semana. São 50 relações. No segundo ano três por semana. São 150 relações, por ano. Nova gravidez 50/relações ano. E assim até os 33 anos. Depois disso passa a ter 2,5 relações por semana, ou seja, 125 relações por ano. Após os 40 anos ela tem 2 relações por semana, ou seja 100 relações por ano. Depois dos 50 anos, para facilitar a minha vida e eu poder parar de fazer cálculos, ela parou de ter relações sexuais. Neste intermezzo (meio tempo - Perdão deputado Aldo!) teve ao redor de 2850 relações sexuais.
O que isto tem a ver, com o tema que discutimos?
Tem a ver com prazer, gratificação.
Embora muitos sexólogos e obstetras digam, baseados em pesquisas por eles conduzidas, e quanto maior o “n” destas pesquisas, mais longe eles ficaram do entrevistador e do entrevistado, que o prazer não é alterado por um parto vaginal, não é o que eu ouço de homens e mulheres que conversei ao longo de muitos anos, pacientes, amigos, amigas, conhecidos e conhecidas e pessoas que eu conheci muito mais que um residente, doutorando, ou estudante de Psicologia consegue numa entrevista de pesquisa sobre sexualidade, ou qualidade de vida. Principalmente os homens.
Muitos(as) referem que houve um relaxamento da musculatura vaginal e que isto altera um pouco a sensação de prazer. Não substancialmente, para a imensa maioria, mas altera. O mesmo me disseram alguns médicos que fazem ecografia transvaginal. Percebem a vagina um pouco mais larga e a musculatura da mesma menos contrátil.
Nada que justifique uma cirurgia de períneo. Ou que leve a um divorcio (Este só em situações excepcionais e, assim mesmo, por componentes neuróticos importantes, no qual a elasticidade vaginal é mais um elemento de justificativa do que qualquer outra coisa.). Mas este alargamento, este relaxamento muscular, embora pequeno passa a ser mais um elemento a diminuir a qualidade do prazer.
É evidente que toda a regra têm exceção. Existem mulheres e homens que não sentem diferença nenhuma. Mas que existe um grupo muito, mas muito significativo que sente a diferença, disto não tenho dúvidas.
Ora direis; se a diferença é tão pequena, por que preocuparmo-nos? Porque, para alguns seres humanos, certas diferenças são muito importantes. As diferenças entre um vinho e outro. Entre um perfume e outro. Entre a pressão da parede vaginal de uma mulher para outra... Para alguns é como a diferença entre uma jóia e uma bijuteria.
Então, porque estou a dizer tudo isto?
Valerá a pena, por conta do ponto de vista de um médico, por aspectos físico/clínicos (As diferenças psicológicas são tão subjetivas, tão variáveis que só podem ser avaliadas caso a caso.), por diferenças estatísticas tão pequenas, arriscar sacrificar a qualidade do prazer de 2850 vezes?

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

CESÁREA OU PARTO VAGINAL? EXPLICAÇÃO NÚMERO V

Uma mulher espetacular que eu conheço me deu uma outra opinião que eu achei muito boa e que por isto eu a repasso a vocês.
Médicos(as), pela sua luta contra a morte, a dor e o sofrimento, se defendem, usando o mecanismo da onipotência. Tudo sabem, tudo decidem, tudo controlam.
Mulheres, para cuidarem bem da prole, vide a galinha (Não, não estou falando de nenhuma conhecida minha.) com a sua prole, têm de desenvolver a sua capacidade de controle ao máximo. Até acredito que isto já esteja inscrito no código genético.
Pois bem, juntando-se a fome, com a vontade de comer. O médico(a) e a paciente passam a ter mais controle do tempo, e dos acontecimentos, na cesárea do que no parto vaginal. Ou seja, haverá uma tendência a ambos concordarem na hora de decidir que tipo de parto vão escolher. Aquele tipo de parto que satisfaz mais as necessidades inconscientes de quem tem o poder de escolher.



quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

CESÁRIA ou PARTO VAGINAL - Explicação número IV

Durante muitos anos se esgrimiu o argumento de que embora a cesárea não doesse na hora, doeria mais do que o parto vaginal com a episiotomia (Corte que se faz na vagina para alargar o canal vaginal e com isto poupar um pouco a musculatura da vagina.) a posteriori.
Tenho reparos a fazer: A anestesiologia progrediu muito nos últimos anos. Surgiram novas técnicas de analgesia. E, principalmente, os médicos começam a perder o medo de usar analgésicos em doses mais generosas (Só a título de ilustração: Deixava-se para usar a morfina só para situações de dores intensíssimas ou casos finais. Hoje isto mudou muito. Perguntaram ao Nelson Piquet se ele havia sofrido muito com as dores depois do seu acidente nos EUA. – Que nada! Passei aquele período voando, porque me deram tanta morfina que, além de eu não ter dor, vivia num constante bem-estar eufórico – a frase pode não ter sido exatamente esta, mas o sentido sim. Ficou “viciado”? Aparentemente não. Dizem alguns que, em algumas situações, não se cria a dependência e, dizem outros, que só fica dependente quem tem a tendência à dependência. Não assino embaixo de nenhuma destas teses por que não tenho conhecimento suficiente para faze-lo.) Hoje conheço várias mulheres que me relataram que, tanto no parto vaginal, como em cesáreas, não sofreram praticamente dor nenhuma, quer na hora, quer no pós-imediato por conta de uma analgesia bem conduzida.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

EU e a BREGUICE



Tenho uma fascinação pelo bizarro piégas e simplório. Tipo Zorra Total, A Praça é Nossa, BBB e por aí vai.



É como se eu ficasse esperando uma explosão de inteligência a qualquer momento (o suspense), ou que existe uma mensagem subliminar, sofisticada, prestes a emergir que eu ainda não decifrei.



A acreditar em vidas passadas, eu seria fã de carteirinha dos Mistérios Elêusis.



É como se eu entrasse em uma sociedade secreta que numa das curvas do destino revelaria uma obra prima perfeitamente camuflada na breguice aparente.



A vida nunca me deu esta surpresa, mas o guri que tenho dentre de mim não deixa de esperar a fada milagrosa.



Por isto, não se surprendam por de vez em quando eu assistir um quadro do Zorra, ou similares. Quem vencerá o BBB?

A VIDA É LINDA....

Ontem assisti ao BBB. Não foi por acaso, não foi por estar zapeando e de repente passei por alí e fiquei. Assumo. Assisti porque queria assistir.
Esta primeira apresentação é emblemática.

O mundo como ele deveria ser. E que prova como nós, telespectadores, somos babacas ou fracassados.

Alí todo mundo é bonito, sarado, feliz, amigo de todo mundo, todo mundo quer o bem, todo mundo vai para uma competição saudável, do tipo, que vença o melhor.

É lógico que depois a máscara cai. Mas, neste primeiro momento, tudo é como se pensa que deveria de ser. O que deixa as pessoas mais frustradas com o surgimento da realidade depois.

Estou convencido que a Realidade é sempre a maior Estraga Prazeres para a maior parte da humanidade.

Hollywood, os Místicos, os Idealistas triunfam pela venda do sonho, da fantasia que todos almejam. Embora depois não entreguem o produto.

Cesária ou Parto Vaginal - Explicação número III

Uma família de classe média, ou alta, nos dias de hoje tem em média dois a três filhos. Portanto não sofrem muito, ou mesmo não sofrem, com a idéia de que a cesariana iria limita-los no número de filhos.
Portanto, sob este aspecto, cesárea, ou parto vaginal, para eles não faz grande diferença.
Com a abertura do abdômen na cesárea na altura dos pelos pubianos, que torna a cicatriz quase invisível, deixa de existir um dos problemas que inibia as mulheres de quererem uma cesariana, ou seja a enorme, às vezes grotesca, marca.Ou seja, mais dois elementos pró-parto vaginal que são anulados.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

SEXO NO VERÃO E NA PRAIA II

Uma das fantasias mais badaladas e românticas (Principalmente para as mulheres.) é aquela de ter uma noite de amor na praia (praia mesmo), à luz de uma lua cheia, tudo iluminando com a sua luz suave, como um farol de Afrodite (Só para entrar no clima.)
A prática acaba mostrando que não é bem assim a coisa.
Em primeiro lugar porque a areia é dura, fria e entra onde não deve. Em segundo lugar, porque sempre tem uma aragem que nunca é da temperatura que a gente quer. Em terceiro porque sempre fica aquele medo de ser assaltado. Em quarto, porque a menos que os dois estejam muito apaixonados um pelo outro, no depois estão os dois cheios de areia, de raspões e já sem tesão, o que modifica tudo. (Tinha uma figura, lá de Livramento, que dizia categoricamente que não gostava de ir a cabaré. - Eu entro com tesão e com dinheiro e saio sem tesão e sem dinheiro. - Então não vou!)
Também tem aquela outra fantasia, a de transar no mar, dar uma de Cicarelli. Bom, a Cicarelli é a Cicarelli, o cara que estava com ela é do jet set e acho que no fundo nenhum dos dois estava tão empolgado pela transa como estavam pela publicidade. Que conseguiram. A maior parte de nós se fizesse o mesmo sairia ou preso, ou vaiado. Mas na prática, pelo que eu sei, estas aventuras marítimas não são tão boas assim, a não ser na imaginação, ou, no caso dos homens, para poder contar depois.
O mar tira toda a lubrificação. O pino tem de ser bem duro e ter um certo tamanho para poder fixar bem um corpo no outro. O mar não pode ter muitas ondas e essas não podem ser muito fortes, para não escapar. Os dois têm de ter boa forma física e serem bem coordenados de movimento. E, na saída, a mulher fica, muitas vezes, soltando jatos de água, o que para muitas é bem desagradável.
Ou seja, a menos que a gente seja um idealista incorrigível, um romântico incrível, o Sexo Na Praia, bom, espetacular, é aquele que se tem antes, ou depois, da praia.
Reparar a delícia que deve ser transar nesta praia cheia de cascalho (foto pravda.ru).
Segue num próximo capítulo.

CESÁRIA OU PARTO VAGINAL - Explicação número II

Dizem que a mortalidade e a morbidade (problemas) são maiores entre as pacientes que se submeteram à cesárea. Nos poucos trabalhos que li estas diferenças são mínimas. Tão mínimas que me pergunto se não existirá aí um viés metodológico? Até porque os trabalhos não especificam os detalhes do atendimento. Números gerais podem ser extremamente enganadores. Principalmente no que diz respeito a classes sociais, preparo emocional pré-parto, tipo de atendimento paramédico das instituições.
Trabalhos científicos muitas vezes ajudam a criar regras que, se ideais na teoria, podem não o ser na prática, ou são inaplicáveis.
Um exemplo da área não obstétrica.
Num hospital universitário, uma mãe estava acompanhando a filha que saia de um coma pós-traumático. Para entrar no quarto, chegar na criança, era todo um ritual de assepsia e um protocolo de procedimentos muito rigorosos. Pois lá pelo terceiro dia a mãe, furiosa, chama a Enfermeira Chefe. Acabara de matar uma baratona. No meio da discussão, mais pra bate-boca entre as duas, uma outra barata desfila airosamente sobre uma das brancas paredes... Fim da discussão.
No item morbidade não vi números significativos a diferenciar uma da outra. Em compensação, não vi em tais trabalhos referências a sensação de prazer, de segurança, de satisfação, de gratificação, ou regojizo, ou seja, elementos da área emocional, subjetivos prazerosos. A avaliação parece não levar em conta estes fatores. Agora, ponto inflamado lá está. 1% a mais nas cesariadas, num dos trabalhos que li.
Fiquei impressionado com a pouca quantidade de trabalhos acadêmicos (não só na Medicina) que levam as palavras prazer, satisfação, gozo, etc., no seu título. Parece até que pesquisar, estudar, algo neste campo é até demeritório. E muitos dos trabalhos sobre prazer e felicidade nos remetem ao Dr. Freud, que, como todos nós sabemos, morreu em 1939.
Ou seja, quem dá aulas em ambiente acadêmico parece, digo, parece, não estou lá para ver, que valoriza muito mais o sofrimento, os problemas, do que os prazeres. Pelo menos em tese.
Daí ensinarem mais sobre os problemas, evitação de problemas do que como satisfazer mais o paciente de uma maneira mais global, mesmo que seja à custa de 1% a mais de pontos inflamados.
Sugiro darem uma olhada nos comentários dos post's anteriores.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Parto Vaginal ou Cesárea - Explicação número I

Explicação número I.
Um professor de faculdade muitas vezes é alguém com dedicação exclusiva, que trabalha muito em pesquisas, num ambiente que se poderia chamar de “ambiente de laboratório”, com muitas variáveis razoavelmente controladas, é um acadêmico, às voltas com problemas acadêmicos e ligados às regras da Academia. A realidade que vive é bem diferente de um médico “comum”; com seu consultório particular, com clientes que ele, médico, deve conquistar.
Ele tem uma rede de proteção gerada por uma série de elementos – residentes, auxiliares, sub’s alguma coisa, enfermagem especializada, outros serviços para-médicos, etc. . Tem uma instituição que lhes drena pacientes constantemente.
Os pacientes que ele atende são, na sua maioria, pacientes da instituição. Tanto que é comum ouvir-se: “A paciente do 34”. “A paciente da eclampsia.”
O vínculo médico paciente que é sempre exaltado não me parece ser dos mais fortes, pois canso de perguntar no meu consultório. -Quem fez o seu parto? Não me lembro bem doutor. Foi um gordinho, ruivo, muito atencioso.
Já as cesariadas, me dizem: -A minha obstetra é a Dra. Fulana de Tal.
Por quê esta diferença? Acho que está num fato bem simples. À medida que um médico vai se tornando experiente e bom, aumenta a sua clientela. Lá pelas tantas ele não têm mais como atender pacientes com um nível baixo de tolerância à dor, ou a ansiedade, por quatro, seis, oito horas de trabalho de parto, sem deixar desassistidas outras pacientes suas.
Até por que as suas pacientes querem ser atendidas por ele(a) e não por um(a) auxiliar.
Dirão alguns que em outros lugares (países) os partos são feitos pelos plantonistas, auxiliares, parteiras e que tudo funciona até melhor que aqui. E eu vos direi que nos países, como nos EUA, onde se processa um médico pelo que a paciente, ou seus familiares, entende haver sido um erro, a Obstetrícia costuma liderar o ranking (perdão Aldo) dos especialistas mais processados.Num dos momentos mais importantes da vida de uma mulher ela vai querer ser atendida por outro(a) facultativo que não o que ela escolheu?

sábado, 5 de janeiro de 2008

SEXO NO VERÃO E NA PRAIA I






(Publicado no http://ohedonista.blogspot.com e no http://www.zagora.com.br .)

Chega época de praia e todo mundo fica animadinho e excitado, sexualmente falando. Seja pelos hormônios que conseguem dar uma florescida nesta época, seja pela maior exposição dos corpos, ou até mesmo pela sensação de que se é obrigado a fazer sexo e ser feliz.
Vamos pois a algumas considerações para chegarmos a um desideratum final mais proveitoso, neste item, nestes tempus caniculari.
Para isto:
Livrem-se, para o bem de vocês, desta idéia de que se tem, obrigatoriamente, de gostar e, portanto, fazer sexo.
Façam-no, e abundantemente, se este for o vosso desejo inequívoco.
Se o seu desejo não coincidir com o dele/dela, ou aprendam a conviver com a diferença, ou procurem alguém mais adequado ao seu modus vivendi, faciendi et operandi. Mas não se violentem, não forcem a barra.
Se o seu médico sugeriu, aconselhou, deu um nihil obstat ao uso de um Viagra, Cialis, use-os, ou proponha que seu parceiro também o faça, para maior deleite, prazer ou segurança.
Mas lembrem-se:
O pinto pode ter a rigidez dos 18 anos, mas o seu corpo, e a resistência física não.
Há um retardo ejaculatório importante para uma série de homens. Isto pode parecer, em princípio, maravilhoso. Mas já vi muita mulher se queixando de que o cara fica ali, e dele que te dele, e nada dos finalmentes. Resultado, ele sai dali orgulhoso, satisfeitão, pronto para ir pro Barranco para contar a façanha pros amigos.
O que ele não se dá conta é que ela fica ressabiada, pensando se vale à pena sair uma segunda vez, principalmente se está saindo com ele mais na base do “se pintar algo de bom, pintou”. Também não se dá conta que ela pode falar pras amigas que ele não consegue chegar nos finalmentes, que ele só dá atenção pro pinto dele - que ele acha uma maravilha - mas que não sabe acariciar, tocar, ver a mulher como um todo, que, se era para sair com um cara que só sabe ficar fazendo isto, melhor teria sido sair com um garotão, a menos que precise de um coroa pra pagar a Moët Chandon.
Segue na próxima edição... (Márcia, não adianta protestar, sou do tempo do folhetim.)