sábado, 20 de outubro de 2007

INTERVIR OU NÃO?

Lendo as manchetes a respeito da invasão do território ocupado pelos curdos, pela Turquia, me veio esta questão.
Intervir, ou não?
Freqüentemente vejo manifestações contra as intervenções. Mas, ao mesmo tempo, eu penso naquelas situações em que a não intervenção custou milhares, se não milhões, de mortes.
Tutsis x Hutus.
Turcos x Curdos
As Guerras Étnicas na falecida Iugoslávia.
Indonésios x Timorenses
Iraquianos x Curdos
Haiti
Abissínia, Etiópia, Somália.
Isto para não falar no Adolfito e seu Reich de Mil Anos, em 34 e 35 (Depois o tipo se agrandou e não dava mais para intervir sem se pensar em guerra, que foi o que acabou acontecendo, ao custo, por baixo, de umas 40 000 000 de almas, uma bagatela.)
Isto só pensando nos últimos 100 anos. Isto só pensando em conflitos em que morreram mais de 10 000 SERES HUMANOS. Isto só pensando em situações em que foi cogitada a intervenção externa e nas quais haviam condições de se intervir.
Uma vez, lá em Livramento, vi um marido chifrudo correndo atrás da mulher com um facão na mão. Uns três ou quatro intervieram e o impediram de mata-la. Em horas como estas eu sempre penso no Camarada Stalin, que dizia: - Matar um homem é assassinato. - Matar milhares é estatística.
Ou seja, os grandes massacres não nos mobilizam. A nossa indignação não passa de um exercício mental.
Ou seja, “deixa estes caras se entenderem!”
Porque, se alguém interferir, vai-se ter passeatas e manifestações contra a intervenção. Até porque em todas as intervenções existem interesses ocultos e escusos.
Estou convencido que, na prática, a vida alheia sempre vale muito pouco. As ideologias valem muito mais.
Portanto, deixemos as valas comuns, com suas camadas de cal, proliferarem, porque é preferível que isto aconteça, do que imaginarmos que alguém, ou algum país, vá se beneficiar com a intervenção.

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