quarta-feira, 3 de outubro de 2007

GEORGE ORWELL - LUTANDO NA ESPANHA II



Ele quer lutar contra o franquismo. Só isto, lutar contra aqueles que ele julga que representam o que há de mais reacionário e anacrônico na Espanha.
Chega em Barcelona poucos meses depois do início da guerra. A cidade aderira a revolução. Todos eram socialistas/comunistas/iguais.
Vai para o front. As tropas são mal alimentadas, mal armadas, mal comandadas. Mas isto era aceito com tranqüilidade. Era o preço que tinha
de pagar pela causa. Ao final de alguns meses começa a sentir que algo está mal.
Que os que eram para ser inimigos de Franco, são inimigos entre si.
Ao voltar para Barcelona de férias dá de cara com uma nova guerra civil. Desta vez entre os partidos que apoiariam o anti franquismo. Guerra com tiros, mortos, traições, cárceres, torturas, fuzilamentos, com todo mundo acusando todo mundo, com todo mundo odiando todo mundo, com todo mundo tendo medo de todo o mundo.
Franco é o frágil cimento que os une. Sempre que Franco não está perto brigam entre si. Chegam a brigar entre si mesmo quando estão enfrentando Franco. Mais importante que vencer Franco é vencer o Outro.
Tudo isto faz com que ele vá se desiludindo com os revolucionários, com aquela guerra. Em junho de 37 ele já sabe que Franco vai vencer. Não pelos seus méritos, mas pelos deméritos de seus adversários.
Ele apenas continua a lutar por que TÊM que lutar contra o anacronismo, contra os românticos que sonham com a volta a um passado glorioso.




(segue num próximo capítulo)

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