sexta-feira, 5 de outubro de 2007

GEORGE ORWELL - LUTANDO NA ESPANHA IV (final)


Hemingway, que também esteve do lado republicano, descreve a guerra quase como um safári à África. As brigas intestinas, os fuzilamentos, as torturas, as sabotagens à causa maior, tudo isto eram pequenos detalhes a serem vistos à vol d’oiseaux. Via os falangistas como personagens românticos que no final deveriam morrer para que os Certos triunfassem.
Orwell, não. Não perde de vista o Grande Objetivo. Mas não tem medo de apontar os problemas, os entraves, os responsáveis, mesmo que em alguns momentos tenha de fazer um mea culpa. Não é um jornalista engajado. Ele é engajado. O Jornalista não. Ele dá os fatos para que, em liberdade o leitor crie a sua interpretação. Para isto ele não fica distorcendo fatos, criando fatos, se deixando seduzir por seus desejos.
Ele mostra um país com as tripas de fora, sem compaixão, sem horror, sem querer cagar regras, sem querer cooptar o leitor para seus pontos de vista.
Ele relata, ele relata o que vê, ele relata o que ele pensa, o que ele interpreta. Mas ele dá margem para o que o leitor pense, para que o leitor interprete.
Enfim, ele não me tratou como um estulto, um sorongo, um pacóvio, um jerico, um coió, um capadócio, um pancrácio. Um idiota qualquer, enfim. Como muitas vezes me sinto ao ler notícias nos jornais.
Ou quando vejo a luta da "dança da cadeira" nas nossas distintas instâncias políticas.
At last but not least. Qualquer semelhança com a nossa Terras brasilii é mera coincidência.
THE END
FIM
FINALE
FINE

Um comentário:

Marcia disse...

um coió? :P
hahahahahaha...