quarta-feira, 3 de outubro de 2007

GEORGE ORWELL - LUTANDO NA ESPANHA III

Ferido gravemente, tem de abandonar o front. Volta a Barcelona.
Nem um ano se havia passado do início da guerra e a população já se mostra desiludida com a revolução e os revolucionários. Se Franco não era benquisto, era, pelo menos, visto como um mal necessário.
E tudo isto ele vai retratando com uma simplicidade, com uma veracidade (Basta olhar os fatos com a distância que o tempo nos trouxe.) que fica fácil de entender por que Franco venceu.
Sempre foi-nos dito que a vitória da direita era por conta do auxílio de Hitler. (Mussolini também ajudou, mas de uma maneira bufa; seus esquadrões voluntários de infantaria foram batidos sistematicamente.) Que de fato deu o auxílio (Um esquadrão de aviões de caça, outro de bombardeiros, mais instrutores militares), mas numa escala muito menor do que a União Soviética para o governo republicano.
Mas a guerra civil entre os republicanos, a sede de poder das facções, a submissão a Moscou, a corrupção para obtenção de cargos e privilégios, tudo isto concorreu para desmoralizar a causa e
desmobilizar a população civil.Gay da Fonseca – Um brasileiro na guerra civil espanhola -, este sim, um comunista stalinista de carteirinha, descrevia um quadro em que os comunistas submetidos à Moscou eram os únicos heróis, que a população os adorava. Só que não consegue entender porque Barcelona foi tomada pelos franquista em três dias, praticamente sem luta. Nunca conseguiu entender que a população estava cheia da guerra, das desavenças entre os republicanos, dos privilégios dos iguais mais iguais. Do dizer uma coisa e fazer outra.
(segue no próximo capítulo)

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