segunda-feira, 8 de outubro de 2007

EL CHE

Ernesto Che Guevara é o último herói romântico do século passado.

Aos poucos se vão perdendo seus contornos reais e criando-se outros ao sabor das fantasias e desejos de cada um.

Ele era bonito, carismático, sonhador, simpático.

Ele era um péssimo político, administrador, guerreiro, estrategista.

Matou ou ajudou a matar um monte de gente, alguns adversários, outros nem tanto e alguns inocentes que ficaram entre ele e seus inimigos. Se bem que até aí nada demais.

Escolheu o sonho socialista, numa época em que os países socialistas, sob influência da China e da Rússia viviam ditaduras duríssimas.

Fracassou como Ministro da Economia de Cuba. Fracassou como diplomata e negociador.

Fracassou como guerrilheiro no Congo e depois na Bolívia. Fracassou como construtor de algo concreto que fizesse melhorar a vida do povo, onde quer que tentasse fazer isto. Fidel, muy amigo, queria-o muito, mas longe dele e de Cuba.

Os jovens, e alguns maduros que não amadureceram, vão continuar levando bandeiras com fotos, slogans, fazendo peregrinações a lugares santos que Ele percorreu, igual aos beatos que eles criticam.

Os ossos branqueiam, esfarelam-se, desaparecem. Mas os monumentos se mantém em pé a testemunharem uma grandeza que só os seus construtores idealizam.

É, o mundo gira e a Luzitana roda.

Mas era bonito, carismático, sonhador, simpático. Vai ser um sucesso hollywoodiano, ou congênere.

4 comentários:

Maroto disse...

meu lado semioticista ficou querendo elocubrar sobre a sequência dos teus posts recentes :)

Marcia disse...

ah, pára de falar mal do Che. :(
não sou fã, não. mas pára, senão vou aí te bicar.

Maroto disse...

deixa o moço intacto, Marcinha, ele até reconheceu que o Che era bonitón ;)

Carlos Eduardo Carrion disse...

Pô gente, eu até disse que ele era bonito, carismático, sonhador, simpático. Querem mais. Eu até tinha inveja do seu sucesso com as mulheres. Querem elogio maior!!