quarta-feira, 24 de outubro de 2007

CARTA A UM AMIGO JUDEU - III

Que a perseguição as “raças inferiores” não foi bem assim. Que a Alemanha nazista foi obrigada a ir a guerra, contra toda sua vontade. Que em verdade a Alemanha e, mais particularmente, os nazistas foram mais vítimas do que algozes.
Lamento, mas é assim que as coisas acabam funcionando.
Quanto aos jovens, duvido que a grande maioria saiba, realmente, o que é o nazismo.
Flávio Josefo, na Guerra dos Judeus, já dizia: ...zombava das pessoas inexperientes ao afirmar que os romanos não poderiam atravessar as muralhas de Jerusalém, nem que tivessem asas, pois já tinham tido dificuldades nas aldeias da Galiléia e haviam quebrado suas máquinas de guerra ao derrubar suas fortificações. Com estas palavras arrastou a maioria dos jovens e os empurrou para a guerra, pois nada é mais fácil de enganar que um jovem, basta que se lhe diga em palavras melífluas como ele é sagaz...
Para alguns, nazismo são SSs em flamantes uniformes negros, paradas militares operísticas, a mística do militarismo prussiano.
Talvez até pensem que se disserem que não gostam de judeus, ou espanquem alguns, serão temíveis nazistas.
Nada disto, serão meros criminosos a bater em quem não pode se defender.
O que me preocupa, portanto, não são os dados desta pesquisa, e sim as intolerâncias deste mundão, os portadores das verdades absolutas, os juízes onipotentes do certo e do errado.
Os novos Hitleres, não virão com bigodinho de vassoura, não terão suásticas, SSs e Sas. Surgirão com discursos messiânicos e soluções radicais. Dirão coisas que me agradam, sem que eu me dê conta, ou, pior ainda, sem que eu queira me dar conta de que o verdadeiro perigo está à sombra.
É deste novo nazismo que temos que ter medo. Porque, de início, ele terá um fácies bem simpático.
Um abração, meu amigo, e que tempos funestos não nos aguardem.

Um comentário:

Anônimo disse...

Acho que "os tempos funestos" sempre algum dia chegam.
Eclético