Uma das fantasias sexuais recorrentes da minha adolescência, e dos meus contemporâneos, era a da ida ao bordel, ao cabaret, ao puteiro, ao randevou, ao lupanar, e outros substantivos masculinos desta nossa língua. 
Na nossa imaginação eles eram lugares mágicos, onde coisas, para nós, maravilhosas, aconteceriam. Cheios de mistérios, de proibições deliciosas, de pecados, que nos levariam aos céus e aos infernos, mas fodam-se os Infernos por uma causa tão justa e nobre.
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Na nossa imaginação eles eram lugares mágicos, onde coisas, para nós, maravilhosas, aconteceriam. Cheios de mistérios, de proibições deliciosas, de pecados, que nos levariam aos céus e aos infernos, mas fodam-se os Infernos por uma causa tão justa e nobre.
(Di Cavalcanti - O bordel - http://www.bolsadearte.com/ )
A lubricidade nos inebriaria, tomaria conta de todos nós, mas não esta lubricidade comercial e em série que vemos na Internet com a maior facilidade. Não, a nossa lubricidade era sombria, enigmática, só permitida aos iniciados. Não tinha importância que ela fosse despertada e se baseasse numa casinha de madeira, pequena e corriqueira. Aquela lâmpada vermelha à porta a transformava, metamorfoseava, transfigurava. Era ali que nós encontraríamos o Éden.
A lubricidade nos inebriaria, tomaria conta de todos nós, mas não esta lubricidade comercial e em série que vemos na Internet com a maior facilidade. Não, a nossa lubricidade era sombria, enigmática, só permitida aos iniciados. Não tinha importância que ela fosse despertada e se baseasse numa casinha de madeira, pequena e corriqueira. Aquela lâmpada vermelha à porta a transformava, metamorfoseava, transfigurava. Era ali que nós encontraríamos o Éden.
Depois que começamos a ir, uma parte do encanto se perdeu. Mas também algo ficou. Um bico de luz vermelha à frente de uma porta sempre soube agitar, animar, a nossa imaginação
Não é à-toa que, ao perguntar eu, para um amigo que adorava ir num cabaré.
- Tchê, que tal é este tal de ....?
Não é à-toa que, ao perguntar eu, para um amigo que adorava ir num cabaré.
- Tchê, que tal é este tal de ....?
- Legal, Quadrado; mas tem muito mármore, muita cortina, muito efeito luminoso, muito tudo certinho.
- Pra mim, cabaré tem de ter lâmpada vermelha, algo de sordidez... Um antro de devassidão, luxúria...
– Não um ambiente asséptico, que mais parece um super mercado de carnes. – O cabaré tem de ter drama, dramalhões, uma luxúria primitiva, até um pouco de ar de tragédia...
3 comentários:
Tinha um na estrada para o Campestre, perto do Armour. Te lembra do nome ? Ou será que estou enganado pelo tempo.
Tinham 2 de maior relevo. Um era o Piano Drink, ainda na parte asfaltada, uma bela casa na encosta da colina.
O outro é o clássico, ícone de uma geração, o Éden idealizado, "O CHALÉ VERDE", cuja fama ultrapassa as fronteiras do estado e do país. Pelo menos nos aureos tempos.
Hoje os dois são casas de família. Mas a lenda do Chalé permanesce.
Era o Chalé Verde. Inalcançável para a minha idade na época.
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