terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

O PRAZER TEM DE SER CRIADO - parte I

Conto como me foi contado. Conhecendo os personagens é bem provável que seja verdade. Apenas troquei os nomes por razões óbvias.
D’Artagnan tomara da mulher um rico pontapé na bunda. Não só isto, deixara com ele um rico e brilhante par de cornos. Pior, trocara-o por um outro que só servia para humilha-lo ainda mais. Mais jovem, mais bonito, mais culto, mais rico, dizem até que mais bem dotado, mas este último detalhe talvez seja apenas uma destas fofocas que pululam em casos como este.
Para
piorar, nem mesmo o consolo de dar um pau no desgraçado era viável. O sujeito era faixa preta em karatê e outra destas formas de luta marcial no qual se dá um tom filosófico, talvez para tornar a violência mais chic. E tinha fama de mau, pois mandou mais de um para o HPS (Hospital de Pronto Socorro, para quem não é de Porto Alegre.), para refazer a lataria. Dar-lhe um tiro acabaria muito caro, se acertasse, ou ruim, se errasse.
Ficava para o D’Artagnan o isolar-se, a ruminação, a autocomiseração.
Mas é para estas horas que servem os amigos. Os de verdade. Os da doença e da saúde.
D’Artagnan os tinha, para sua felicidade.
Athos era um porra-louca, mas estava presente sempre que dele algum amigo precisasse.
Portos era um bon vivant, mas sabia ser generoso. Aramis era o parceiro de todas. Discreto, algo tímido, mas o que topava tudo.

Segue um próximo capitulo.

Um comentário:

Maroto disse...

Esse mister-perfeição aí me parece puro verniz. Aposto que ainda vai dar motivo para grandes gargalhadas por parte dos quatro mosqueteiros.