segunda-feira, 24 de março de 2008

TURISMO, INFRA-ESTRUTURA, CONSERVAÇÃO E GRANA, MUITA GRANA

Num vapt-vupt, passei por Jaguarão, Pelotas, Praia do Laranjal e São Lourenço.
Todos estes lugares têm paisagens, obras de arte, uma arquitetura colonial ibérica maravilhosa, mas ...
Falta infra-estrutura.
Faltam hotéis em Jaguarão, Laranjal e São Lourenço (Neste último tem um, mas está mal conservado.). Pelotas tem uma boa rede hoteleira. Mas acho uma pena que não se restaure o Grande Hotel como um hotel de luxo de época. Já a pousada da Charqueada Santa Rita é um must.
Nos restaurantes se come bem, e barato. Mas podia se ter mais coisas da culinária típica, ou de frutos do mar. Um pouco de sofisticação não faria mal.
A gentileza das pessoas, e a atenção carinhosa com que se é recebido impressionam.
Para se ter uma idéia. Terminamos de jantar numa parrilla e perguntamos onde havia um ponto de táxi. O proprietário veio até nós e perguntou onde estávamos parando. Explicamos e ele disse:
- Deixa que eu levo vocês.
O nome da Parrilla é Barranco, e fica junto ao Free Shop de Jaguarão, perto da Neutral.
O único ponto negativo é a má conservação de prédios, monumentos, e a falta, aparente, de planejamento de conservação para manutenção de um patrimônio histórico. Com o que se teria um novo pólo turístico que levará grana e oportunidades para a região.
As obras de conservação, por conta dos diversos governos, foram limitadas a momentos de inauguração, de entrega ao público, da colocação da placa, para eternizar o nome do político.
Depois, a Decadência, sempre à espreita, se infiltra pelas frinchas do descaso e cria condições para que, mais tarde, se tenha ocasião para mais uma “entrega ao público”.
Fico pensando na falta que nos faz uma multidão de Evas Sopher (Para quem não sabe é a pessoa que cuida do Theatro São Pedro, e como cuida.). Ela desmascara tudo o que se diz a respeito do cuidado com o Bem Público. É verdade que para isto ela é, muitas vezes, ditatorial. Mas, se não o fosse, o Theatro São Pedro voltaria a ser o pardieiro que eu conheci nos anos 60.
A casa da fazenda do Bento Gonçalves é um exemplo do que estou falando. Maravilhosamente bem localizada junto ao rio Camaquã, perto de Cristal, é só um casarão bem conservado. As peças do museu, e tem coisas boas lá, parece que foram jogadas lá para dentro por alguém bem intencionado e que não sabia como dispô-las de um modo adequado. Além disto, visto a vol d’oiseaux, se tem a impressão que, tirando uma limpeza com espanador, nada mais se faz.
Se se vai a um museu europeu, só a conservação e a disposição das peças, já são, de per se, uma atração para qualquer ponto turístico, chame-se ele museu, ou nome que bem entenderem de dar.
Aqui tudo isto é relegado a um segundo plano. E tenho certeza de que, se se pagasse para arquivistas, museólogos e afins, o que se paga a dezenas, se não centenas, de aspones, teríamos um patrimônio histórico que geraria muitas receitas. Mas isto não dá votos de imediato. Portanto esqueçam estes delírios deste vosso escriba.
E tratem de ir a estes lugares antes que eles desapareçam!

Nenhum comentário: