terça-feira, 18 de março de 2008

ALGUMAS LEMBRANÇAS SEXUAIS DE LIVRAMENTO - O VOYEUR

Temos um amigo que é um voyeur.
Sempre foi.
Só que quando mais jovem negava enfaticamente. Dizia apenas que era sorte o fato de estar perto quando os lances ocorriam.
Mas depois, de tantas foram as coincidências, se assumiu. Claro que dava uma atenuada, uma desculpada, pela maneira como viera a ver os fatos.
Numa época os argentinos quando entravam no Brasil pá las playas, entravam via Rivera.
A infra-estrutura hoteleira era deficiente tanto quantitativa, quanto
qualitativamente. De maneira que sempre tinha gente que não tinha onde dormir, ou precisavam de outro tipo de hospedagem (Levavam cachorro, gato, trailer...). Disto se flagraram alguns santanenses que haviam conhecido tempos melhores, mas que ainda tinham boas casas. Ficavam nos lobbys dos hotéis, como quem não quer nada e quando viam que alguém estava com dificuldade em conseguir acomodação, eles se apresentavam como salvadores da pátria. Alguns iam mais longe, como lá em Livramento a coima (gorjeta, suborno) sempre correu solta, faziam um acerto com o recepcionista e eles já de cara indicavam aquele senhor, ou aquela digna senhora, o que dava maior credibilidade e seriedade à proposta, como a grande salvação.
Pois o nosso amigo também entrou neste processo. Cobrava até mais barato, mas só aceitava
casais jovens. O que lá pelas tantas começou a gerar desconfiança entre os conhecidos.
- Qual é a tua fulano?
- Tchê, fiz um quarto especial, com uns furinhos que ninguém vê. Este pessoal vem com uma tesão daquelas. Vi cada coisa...
E lá ia ele divertindo-se ao seu modo.

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