domingo, 1 de junho de 2008

A GUERRA DO PARAGUAY

Pois senti na carne o que os paraguaios devem haver sentido por ocasião da Guerra da Tríplice Aliança.
Há dez dias fui acometido por uma rinite como a anos eu não tinha. Dois dias depois a seguiu uma enxaqueca de causar inveja em torturador. Mais dois dias e todo o lado esquerdo do meu rosto, na altura dos molares, foi invadido por um monstro que causava uma dor surda. Descobri que são três canais que vieram dar o ar de sua graça. Para finalizar, quando os três primeiros pareciam ceder, vieram os sintomas de uma gripe.
E nestas horas eu digo: Viva a Medicina! Viva a Farmacologia!
Tudo o que o meu fígado não teve de enfrentar por eu não beber, não fumar, não usar drogas, ele pagou tendo que processar antiinflamatórios, analgésicos, vaso constritores, mio relaxantes, e por aí vai.
O fato é que sobrevivi e consigo, agora, escrever um pouco. Restam uma tossezinha e uma vaga sensação de cansaço, mas nada que não seja superável.
Tem horas que a dor te impede de fazer qualquer coisa, de pensar; que o raciocinar parece uma bola de arame farpado a vaguear dentro do cérebro. Como ela parece que não vai ter fim, a idéia de morrer deixa de ser tão assustadora. Mais ainda, eu tinha a sensação de que faria quase que qualquer negócio para que a dor cessasse.
Depois que passa a gente até pensa:
-Ah! Se eu me precipito...
Ou
-Mas que bobagem! Tava na cara que ia passar...
A memória é muito traiçoeira...

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