domingo, 25 de maio de 2008

Rapidézima do Teatro da Vida II

Encontro com um amigo de infância, grande galã, comedor etc. e tal.
Conversamos um pouco quando chega a filha dele, de uns 18 anos, na época.
Linda, graciosa, feminina e sensual.
Dá um beijo em nós e sai.
Comento com ele:
-E aí? Grande comedor, o papa todas, e agora? Já imaginou, cada barbado que chegar nela tu imaginando o que tu fazias, ou queria fazer?
-Isto eu tiro de letra. O que eu não estou preparado é para o meu filho chegar e me dizer:
-Pai, o Jorginho vai dormir lá em casa, na minha cama e comigo!
Pensei com meus botões. Realmente, sempre tem algo novo pela frente!

12 comentários:

Maroto disse...

meu filhote tinha uns dois aninhos quando uma colega resolveu me alertar que uma mãe nunca está preparada para o que o filho vai aprontar quando crescer. O meu, dizia ela, leva a namorada para dormir em casa todo sábado. Sempre a mesma, moça educada, inteligente, acho que vão casar logo, mas ainda assim a coisa toda me incomoda. Já o teu filho ainda é pequeno - acrescentou maldosa - do jeito que vai o mundo, se levar a namorada será uma tranquilidade. A insinuação sobre o Jorginho era evidente. A resposta veio na hora (o que é raro, em geral fico gaguejando por dias até encontrar o que eu gostaria de ter dito)"É, o meu filho provavelmente vai chegar com duas loiras, três negões, dois cachorros e um cavalo. Mas o cavalo eu não vou deixar entrar, não, que a minha casa é lugar de respeito".
Teu post me lembrou disso e eu fiquei feliz pra caramba comigo mesma

Anônimo disse...

Não consigo enxergar no futuro de uma relação homossexual nada além do prazer do sexo. Entendo amizade, amor, aceitação recíproca tudo isso que é base também para relações hétero, mas no meu enteder uma relação homo não produz filhos, não constitui a célula mater da sociedade em que vivemos, não gera famílias. Vou aceitar que minha filha leve para casa outra menina, como quem vai brincar, se divertir, ter prazer. Espero que ela, assim como eu já conclui para mim mesmo, encare o sexo homossexual como sendo deciosamente apenas sexo e que projeto de vida, futuro, familia, filhos é uma outra história, outro capítulo do mesmo livro. Por que abrir mão daquilo que a vida nos oferece sem nos exigir escolha de apenas uma opção? Ou isto ou aquilo é uma pergunta da Cecília Meirelles para si mesma, e ao que lembro ela também não conseguiu encontrar em uma única opção a felicidade plena.

Maroto disse...

anônimo, o sentido da vida é ter filhos?

Anônimo disse...

Não disse isso, Maroto, com certeza eu não disse isso. Leia de novo. Que sentido teria a vida sem um bom sexo _homo ou hétero? Que sentidfo teria a vida sem nossos filhos? Que sentido teria a vida se ela tivesse apenas um sentido?

Maroto disse...

leia de novo você também - o único argumento que usaste para diferenciar tão radicalmente o 'futuro em potencial' das relações homossexuais em relação às hetero é a capacidade reprodutiva. Sem filhos, é 'só sexo'. De onde, um casal hetero que decide não ter filhos, ou que não pode tê-los, é também 'só sexo'.

Anônimo disse...

maroto! sabe que tu tens razão?
filhos _no meu caso_ deram outra dimensão a minha existência. não consigo imaginar uma vida sem eles.

Anônimo disse...

maroto! sabe que tu tens razão?
filhos _no meu caso_ deram outra dimensão a minha existência. não consigo imaginar uma vida sem eles.

Maroto disse...

nisso estamos de acordo, filhos mudam tudo e hoje eu não poderia viver sem o meu. Mas antes dele eu também era feliz. De outro jeito, mas era. Tanto que vacilei horrores para virar mãe, pois sabia que tudo seria diferente dali por diante e não tinha certeza se queria a mudança - o detalhe de que filhos são para sempre é assustador, não é mesmo?

Anônimo disse...

nao sinto dessa forma. os filhos seguirão seus caminhos ...e um belo dia _espero_ eles aparecem em casa, sentam na sala, tomam um café e conversamos com eles sobre tudo, como adultos e lá pelas tantas nos daremos conta, nossa! esse ou essa aí é meu filho (a)!cumplicidade única!
filhos me ensinaram a ceder, a dar sem exigir, a repensar valores, adquirir outros, filho é um agente transformador!!rsrsrsr

Maroto disse...

estamos de acordo, sim - eu disse que filhos são para sempre mas reconheço que a vida é processo. Eles vão crescer, vão até envelhecer, mas continuam nossos filhos.

Maroto disse...

ah, esqueci de dizer - filhos são paradoxais. São agentes transformadores, como dizes, mas também são propulsores de um conservadorismo atroz. Por que outra razão eu me pego com tanta frequência dizendo aquelas asneiras que eu ficava furiosa quando a minha mãe dizia? :)

Carlos Eduardo Carrion disse...

Bom, a minha idéia incial é dizer que as coisas estão sempre mudando. Ia até fazer uma citação em Latim para ficar mais chic, mas a prostração me impediu.
Quanto a filhos, lamento, há divergências. Não da minha parte. Mas conheço muita gente que vive muito bem sem filhos, que vivem bem se desvencilhando dos filhos, alguns que, por não terem maturidade, viveriam melhor sem filhos.
Filhos, melhor não te-los, mas sem te-los, como sabe-lo? (Fernando Pessoa?)