domingo, 15 de junho de 2008

O QUE FAZER (Lênin, 1905)?

Sábado, dia 13, as 13:30 hrs, na Lima e Silva, quase Venâncio Aires dois homens de uns 30 anos batiam em um outro de idade indefinida, moreno, meio baixinho, gordinho, com sinais visíveis de embriagues.
Este apanhava de uma maneira quase estóica, sem esboçar praticamente nenhum ato de defesa mais efetiva. Comecei a buzinar. Eles pararam e vieram em minha direção. Como não era páreo para eles, por não ter nenhuma vocação para herói e não ser um idealista, achei melhor picar a mula.
Como ingênuo, que continuo a ser, imaginava logo, logo, encontrar algum PM. Ledo engano, na Lima e Silva, e na João Pessoa, não encontrei nada que lembrasse algo do aparato de segurança do estado.
Passei pelo local da ocorrência uns 10 minutos depois. A coisa parecia haver se resolvida por si só.
Esta parece ser a única esperança que nos resta. Queixar-nos ao bispo e esperar que as coisas se resolvam por si só sem conseqüências maiores.
Enquanto isto eles discursam e fazem promessas.
Nós ouvimos, não acreditamos, não fazemos nada e temos esperança de algo ocorra, caído do céu.
Somos uns bananas numa republiqueta de banana.

3 comentários:

Maroto disse...

é anarquia com o povo sub-educado (senão era anarquia no bom sentido) e pagando impostos - termos chegado num paradoxo desse e continuarmos sem fazer nada a respeito é o máximo da bananice, tens toda a razão.

Anônimo disse...

Seu post, seu buzinaço em prol de um cidadão agredido, seu apelo, me fez lembrar de um post que escrevi no verão,quando do episódio de violência contra um menino no Rio de Janeiro.Então eu "colo" o post a seguir. Espero que não se incomode com o tamanho que ficou meu comentário!Aí vai:
"Estou em Santa Catarina, que nada mais é do que uma porção de praia maravilhosa cercada de argentinos por todos os lados, na areia comecei a escutar um “clap, clap ” logo soube que era um sinal dos nossos “hermanos” de que havia criança perdida, eles batem palmas e aquele que avistar uma nessa situação a coloca nos ombros para que todos enxerguem e encerrem a angústia – que nem é preciso ter vivido para imaginar o quanto é aterrorizante – Só que dessa vez a situação estava demorando, a mãe corria como uma cadela à procura das crias, tentava manter a calma e às vezes gritava em desespero, os olhos arregalados saltados a frente do corpo vasculhando cada palmo de areia por onde passava. A criança foi localizada, um amigo falou “ esses argentinos podem ser o que for, só que nenhum brasileiro faz o que eles fizeram quando se perde uma criança na praia”. Realidade, nenhum de nós faz isso, nos solidarizamos, mas não temos esse sentimento de união, não saímos por ai batendo palmas pelos filhos dos outros que se perdem, aliás, não somos unidos por nada, nem no próprio futebol, e por essa falta de união que no ano passado só uma mulher batia panelas na frente do prédio da receita federal em Porto Alegre e um outro tentou invadir Brasília sozinho com um trator, muitos os taxaram de loucos. Um povo que não bate palma por seus filhos também não irá bater panelas, buzinar, gritar por uma política mais justa, por educação, um povo que não se une por seu próprio semelhante não vai se unir por absolutamente nada. Argentinos podem ser nossos rivais, podem inflacionar nosso veraneio, mas tem no sangue o senso de união que nos falta. A tragédia do Rio contra uma criança, a dor daquela família não há o que se falar, a crônica de David Coimbra pergunta o que nós fizemos? A resposta é não fizemos nada, não batemos palmas uns pelos outros, nos falta união e às vezes acho que vivemos num eterno big-brother como vimos acontecer na manifestação que ocorreu no Rio pelo menino morto: as pessoas indo para as ruas, com velas acesas, em volta de um prédio iluminado pedindo paz, a novela das oito abrindo uma brecha para falar do ocorrido, com imagens magníficas do Redentor ao som de ave-marias, e tudo se transforma num espetáculo de luzes, velas, olhos lacrimejados e muito ibope. De tanto assistir novela o Brasil parece que vive eternamente numa dessas páginas da vida, vive todo o drama, mas parace não se dar conta de que aquilo é real e fica sempre a espera de um final feliz que não vai acontecer nunca se não nos pusermos a trabalhar por ele, se não sairmos por aí batendo palmas, panelas ou gritando por dignidade, segurança e cidadania, somos passivos demais e o pior é que nossos governantes sabem disso, apostam nisso, e infelizmente sempre ganham."

Carlos Eduardo Carrion disse...

É, e enquanto continuarmos uns maria vai com as outras,vamos continuar uns bananas.
E o que é pior, sentindo-se uns ixpertus!