quinta-feira, 3 de abril de 2008

SOBRE GARANHÕES, OVELHAS E CABRAS

Pués um destes tipos faceros da capital casou com uma moça prendada de boa família lá das Santanas do Livramento.
Tipo muy finório, cheio de bossa, dos que tomam cachaça e arrotam Buchanna’s, não tardou em se envolver com uma mulherzinha aqui, outra ali.
A principio no meio dos matos, depois nas macegas, facilitava um pouco e já estaria fazendo das suas no meio do pastiçal.
Alguns conhecidos, outros nem tanto, chegaram a lhe avisar.
–Te cuida lôco, que tu tá deixando muita porteira aberta.
Mas o vivente nem bola dava. Mais empinado que cavalo de estátua, respondia:
-Não tem perigo. Se ela ver, vai fazer de conta que não viu.
-Olha que ela também te põe um par de guampas!
-OVELHA NÃO É PRÁ MATO!
Frase lapidar que o liquidou de um pialo só, conforme vocês vão saber.
Pois mal sabia ele que ela não era do tipo ovelha. Era cabrita. E quem conhece as manhas destes animalitos sabe muy bien que cabra come no pasto, no mato, nos montes. É um bicho terríble estas tais de cabras. Se deixá elas com fome comem o que têm pela frente.
E a conterrânea tava sabendo. Nas primeras até que olhou pro lado, pois não tava a fim de se incomodá. Mas quando a côsa passô dos limites, não teve dúvida. Era tiro aqui, punhalada ali.
Pra deleite da indiada que dava um jeito de ficá de prontidão pra vê se pegava uma berba. Alguns mais língua solta até contam que sobrou pra eles.
Mas o prazer maior da chiruzada era ouvi-lo dizer.
-NÃO TÉM PROBLEMA. OVELHA NÃO É PRA MATO!
A galera delirava, tremulava de emoção, de deleite estrebuchava, entrava em orgasmo, vibrava. Pois não tem côsa melhor pra home do que ver fanfarrões, metidos a garanhão, gabolas, faroleiros, sendo chifrados.

Os Freuds da vida que expliquem. Mas que é assim, assim é!

2 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

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eita!
mas esse texto tá mais grosso do que dedo destroncado, índio velho!
agora, o que a peonada quer saber é o seguinte: a cabrita tem nome?




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Carlos Eduardo Carrion disse...

Tem, mas não revelo, os irmãos, e agora o Toalhão, são muy pendencieros.