Nas últimas duas semanas três pessoas conhecidas minhas morreram.
Uma de 92 anos, outra de 98 e, finalmente, uma terceira de 102.
Este é um fenômeno recente. Não se costumava durar tanto tempo assim antes.
Daqui a alguns tempos, enterros de pessoas centenárias vão vão ser comuns.
Mas, pergunto-me eu, até que idade valerá a pena viver?
Todas estas três pessoas, que eu saiba, passaram os três, quatro, últimos anos na cama, sem reconhecerem praticamente ninguém.
Nos últimos anos meses estavam quase que uns vegetais sobre o leito.
Antes disto, nos últimos dez, quinze anos, elas ficavam em casa, da cama para a sala, sendo cuidadas por empregadas, ou enfermeiras.
Que eu saiba, pouco, ou nada, faziam que sentissem prazer.
Tenho uma mãe com 88 anos. Ela vai ao cinema, visita amigas e parentes, auxilia meus irmãos em viagens curtas “para os coitados não viajarem sozinhos”, acompanha novelas, noticiários, dá uma lida no jornal, adora comer, principalmente aquilo que dizem que ela não poderia comer; mas, como diz ela: -Se eu não fizer certas coisas, prá que me adianta viver?
Não estou pregando nada. Só estou a me perguntar.
Será que a nossa cultura não está voltada em demasia para o quanto vamos viver e não ao como viver.
Fico pensando em mim.
O dia que eu não puder mais amar, ter tesão, trabalhar, ler, ir a um cinema, consumir algumas bobagens, gozar da companhia de filhos, amigos.
O dia em que não puder me locomover para onde bem entender. Que começar a depender dos outros para atividades simples do dia a dia. Que depender dos filhos, ou sabe lá de quem, para me sustentar.
Será que estará valendo a pena viver? Será que eu vou estar querendo continuar vivo? De que me servirá viver xis anos a mais?
E vocês? O que pensam disto?
Uma de 92 anos, outra de 98 e, finalmente, uma terceira de 102.
Este é um fenômeno recente. Não se costumava durar tanto tempo assim antes.
Daqui a alguns tempos, enterros de pessoas centenárias vão vão ser comuns.
Mas, pergunto-me eu, até que idade valerá a pena viver?
Todas estas três pessoas, que eu saiba, passaram os três, quatro, últimos anos na cama, sem reconhecerem praticamente ninguém.
Nos últimos anos meses estavam quase que uns vegetais sobre o leito.
Antes disto, nos últimos dez, quinze anos, elas ficavam em casa, da cama para a sala, sendo cuidadas por empregadas, ou enfermeiras.
Que eu saiba, pouco, ou nada, faziam que sentissem prazer.
Tenho uma mãe com 88 anos. Ela vai ao cinema, visita amigas e parentes, auxilia meus irmãos em viagens curtas “para os coitados não viajarem sozinhos”, acompanha novelas, noticiários, dá uma lida no jornal, adora comer, principalmente aquilo que dizem que ela não poderia comer; mas, como diz ela: -Se eu não fizer certas coisas, prá que me adianta viver?
Não estou pregando nada. Só estou a me perguntar.
Será que a nossa cultura não está voltada em demasia para o quanto vamos viver e não ao como viver.
Fico pensando em mim.
O dia que eu não puder mais amar, ter tesão, trabalhar, ler, ir a um cinema, consumir algumas bobagens, gozar da companhia de filhos, amigos.
O dia em que não puder me locomover para onde bem entender. Que começar a depender dos outros para atividades simples do dia a dia. Que depender dos filhos, ou sabe lá de quem, para me sustentar.
Será que estará valendo a pena viver? Será que eu vou estar querendo continuar vivo? De que me servirá viver xis anos a mais?
E vocês? O que pensam disto?
Um comentário:
acho que devíamos começar definindo 'vida'
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