quinta-feira, 8 de novembro de 2007

SEIOS E LEITINHO



Este artigo foi escrito em função de uma reportagem que li que dizia que as crianças amamentadas com o leite materno poderiam ser mais inteligentes que as que não foram alimentadas com o leite materno.
Antes de mais nada devo dizer que não sou associado da Nestlé (infelizmente), nem preposto (também infelizmente), e muito menos patrocinado pela (também infelizmente - Alôoo Nestlé, qualquer coisa estamos, aí, podemos até radicalizar, total um apartamentinho na Promenade des Anglais faz qualquer radical chic ter opiniões fortes e definitivas :-)).)
Mas lendo sobre o aleitamento e inteligência, levanto cá eu ( o incrédulo de nascença), algumas dúvidas.
Não gosto de opiniões definitivas e muito menos absolutas. Por isto.
a)Será que estas crianças não são mais inteligentes, porque tiveram um contato corporal afetivo maior do que as outras? E se as mães que não deram de mamar não o fizeram por serem menos, pelo menos corporalmente, fisicamente, afetivas do que as que amamentaram?
b)O tal gene, será um desenvolvedor de inteligência, ou de afeto, pois uma pessoa com seus afetos mais resolvidos, mais desenvolvidos, com menos conflitos, pode melhor usar a sua energia positivamente?
c)Dizem que quem vê como se fazem as lingüiças não as comeria.
Sabendo como se fazem as pesquisas, a menos que se possa entrar nos detalhes mais íntimos (êpa, êpa) dela, pesquisa; como a seleção do grupo, como se fazem as perguntas, quem faz as perguntas, a ideologia de quem faz as perguntas, a ideologia de quem vai analisar as respostas, será que dá para confiar na pesquisa?
d)E at last but not least, porque não podemos admitir que tem mulheres que não foram doutrinadas para a não amamentação, e sim, simplesmente, não estavam dispostas à amamentação, que esta era uma violência contra elas, o que acabaria de, alguma maneira, atingindo o pimpolho (a), (Tinha horror de me sentir uma vaca leiteira!)?


Ah!, antes que me esqueça, e qual a fidedignidade dos testes de inteligência? Num contexto isolado eles mais podem atrapalhar que ajudar.
Que o problema delas é de afeto e que é isto o importante, para elas.
Ou que elas têm outros planos, ou necessidades, nesta sociedade competitiva e que usam este argumento para justificar o seu não desejo de amamentar, de vez que esta justificativa passa a ser uma resposta adequada para as inevitáveis cobranças?

3 comentários:

Maroto disse...

concordo plenamente que resultado de pesquisa só faz sentido quando acompanhado de descrição da metodologia, corpus etc. Concordo que amamentar faz muita gente se sentir como vaca leiteira. Amamentar meu filhote (sim, somos urubus mamíferos) calhou muito bem com a minha preguiça, pois é mais fácil plugar o nenê em você à noite doque ter que levantar para esquentar mamadeira. Durante o dia, no entanto, amamentar é um pé no saco: 45 minutos de não fazer nada, olhando a criança sugar um pouco e parar, sugar mais um pouco e parar. E dói. É bonitinho na primeira vez e quando batem as crises de xaropada, mas como o meu urubuzinho não desgrudava, foram hooooras de chatice.
Também concordo que essas medições de inteligência têm conteúdo tal e qual o das linguiças - inescrutável.
Só tem uma coisa que eu não concordo em todo esse teu post: que um apartamentinho na Promenade des Anglais possa mudar as opiniões de qualquer radical chic. Alguns, só com uma mansão, e em Londres (na city). Outros, como eu, são tão idealistas (ou sabem que ninguém vai me oferecer nada disso mesmo) que não dão e não vendem suas convicções. Posso trocar, mas só na base do convencimento.

Marcia disse...

eu não sou mãe.
mas acho que seria daquelas que entraria sedada numa sala de parto e acordaria anos depois, quando o pimpolho estivesse dizendo "mamãe, trouxe seu café".
ops, "mamãe QUERIDA, trouxe seu café". :P

Anônimo disse...

Optei há muitos anos atrás, e sem nenhum arrependimento hoje, em não ter filhos. Houveram motivações para tal opção, é claro. E nao vou aqui elencá-los, eis que não é esta a questão proposta no tema trazido por ti.Mas, de fato, não me encanta a mamada, seios sugados com hora marcada e o tempo dispendido para isto...E cogitar maior inteligência vinculada a amamentação, não concordo. Talvez, de fato, poderia o contato físico mãe-filho quando plena a doação e deleite do momento, trazer ao pimpolho benefícios de ordem afetiva...talvez, não sei.