Pelo fato de ser psiquiatra não faltou quem me perguntasse o que é que eu achava sobre o que tinha ocorrido com o rabino.
Em outras fases da minha vida eu não teria a menor dúvida de dar um monte de explicações científicas (hoje penso, pelas razões que explicarei, que seriam explicações pseudocientíficas) sobre o ocorrido.
Hoje sou obrigado a dizer que não sei o que houve, e que todas as hipóteses são plausíveis.
· Trata-se de um simples caso de furto. O cara sentiu que dava para sair com uma gravata de griffe por custo zero e enganou-se.
· É um caso de cleptomania, que no caso acho, estatisticamente, improvável, dificilmente um cleptomaníaco só é pego ao 62 anos.
· Obnubilados alguns aspectos da consciência, pelo uso de medicações para o sono, o sujeito passa a agir mais instintivamente, mais predativamente, com a censura, e as forças repressoras do Ego, diminuídas.
· Como ele é um representante religioso importante, um dialogador nas relações entre as diversas religiões, podem, alguns radicais, haver armado alguma para ele.Acho hoje que as hipóteses humanas são tão numerosas, tão complexas, que dar uma opinião definitiva, catedrática, sobre um determinado episódio, de posse de poucos dados, uma temeridade, ou um exercício de onipotência. Além de ser sempre difícil a gente se dar conta que não sabe e que não pode explicar.
Um comentário:
esse caso me confundiu. Fiquei sem saber como me posicionar, mas tendo a achar que ele pirou momentaneamente.
Postar um comentário