quarta-feira, 13 de junho de 2007

O ÍDOLO - o final

Para falar do FIM de E. tive de lançar mão do Euclydes da Cunha. Até porque eu acho este trecho o mais belo da língua portuguesa. Se um dia eu responder uma daquelas enquetes idiotas, que servem de mostruário da hipocrisia humana, tipo "meu perfil". Férias inesquecíveis, filme inesquecível, etc. e tal, se perguntassem, trecho inesquecível, eu colocaria este.
Fechemos este relato.
E. morreu, numa morte que foi a síntese da sua vida.
Forremo-nos à tarefa de descrever os detalhes de seus últimos momentos. Nem poderíamos faze-lo. Esta página, imaginemo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerremo-la vacilante e sem brilhos.
Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem...
Morreu a cento e picos de km por hora, num Dodge Charger RT, vindo de uma fazenda e indo para outra, atropelando um touro de raça que tinha rompido o aramado, com uma namorada do lado. E talvez, porque sempre foi um cavalheiro, qualquer que fosse a mulher, tivesse num último ato de gentileza, feito alguma manobra, pois a moça nada sofreu.

2 comentários:

Anônimo disse...

O Ídolo tem K. O. no sobrenome? O seu O é algum laço de parentesco com vc?

Carlos Eduardo Carrion disse...

Queridésimo Anônimo, por uma questão de respeito a familia, e a minha segurança jurídica não posso identifica-lo e nem dar pistas.
Um abração.