sexta-feira, 22 de junho de 2007

MANIFESTO MASCULINO


Se existem tantos Manifestos à Nação, se Marx escreveu o Manifesto Comunista, porque não poderia eu escrever um Manifesto? Mas para vos tranqüilizar prometo que tentarei que este não será hipócrito como os primeiros e tampouco longo e enfadonho como o segundo
Senhores, há anos vejo crescerem as manifestações femininas reivindicando mais espaço, reclamando que temos direitos demais, que o nosso egoísmo as impede de crescerem, de terem mais espaço para as suas almas, para a sua sexualidade.
Confesso que elas têm razão, e muita, durante séculos nos prevalecemos a ponto de transforma-las em simples objetos de nossa propriedade. Com exceção das prostitutas negamo-las os mais mínimos direitos a respeito de sua sexualidade. Ou temos medo dela.
Com sociedade industrial, com a mecanização que passou a exigir menos força física, com as guerras, com as necessidades crescentes de mão de obra, as mulheres começaram a ocupar espaços que os homens não conseguiam mais preencher.
Com isto surgiu um poder econômico feminino que praticamente nunca existiu. E este poder vêm lhes proporcionando o direito de reivindicar o que antes seria inconcebível. E devo dizer, que do meu ponto de vista, nada mais justo.
O problema, para mim, é que nós nos encolhemos demais (Sei que estou generalizando, que cada caso é um caso, que têm alguns casais que ainda vivem na Idade das Trevas, e outros tentam viver uma utopia.). Nos comportamos como numa competição que tem ganhadores e perdedores e não, como eu acho que deveria ser, em um sistema em que um precisa entender que não é melhor, nem pior, que o outro. Apenas diferente.
Vejo como a grande defesa do macherio o não se comprometer. Quer apenas o filé, esquecendo-se que o bovino tem carne de primeira, de segunda, carne de pescoço, de garrão. Não se comprometendo acabam por perder o primeiro e se esquecem que os segundos, bem preparados, viram acepipes de primeira.
Como são poucas as mulheres dispostas a só dar o filet mignon, o tempo das Amélias, se não findou, está nos seus estertores.
Com isto, o que ocorre: A maioria dos homens não consegue alcançar tudo de bom que as fêmeas têm a oferecer.
Nós homens ainda não aprendemos a criar uma lei de reciprocidades. Se uma mulher não quer transar, ela não quer transar. Nós não nos permitimos não ter vontade de transar. Resultado, brochadas, trepadas meia boca, cansaço em transar com determinadas mulheres.
Se nós não gostamos de ir ao Shopping, dar uma olhadinha, vamos de arrasto que nem gato pra banho. Se a mulher não gosta de ir ao futebol ela simplesmente não vai.
Nós achamos normal termos relações extra conjugais. Mas Deusnosacuda se a nossa mulher transar com alguém. Resultado, os que não aprendem a lidar com esta possibilidade acabam virando paranóicos antes que tal aconteça, ou desmoralizados e frustrados porque ocorreu.
Aceitamos que nas separações a lei, sub-repticiamente, permita que os filhos fiquem com a mãe. Depois então vamos brigar pela pensão, pelas visitas. Porque não brigamos por uma lei mais eqüitativa. Pois, respeitados os dois primeiros anos de vida do infante, quando biologicamente eles devem, com raras exceções, ficar sob cuidados maternos, nos outros também podem ficar conosco, diminuindo os litígios por posse e dinheiro.
Alguns maldizem o casamento, dizem que a relação conjugal é uma relação com jugo. Mas quem deixa, permite, cria condições para isto? O cruel e frio Destino? Ou a nossa acomodação, na esperança de dias melhores? Porque podemos ser criativos com as putas, as amantes, os casos e cansamos e acabamos sendo monótonos com as mulheres que acabamos por chamar de “minha veia”, “a patroa", quando não “aquela coisa”?
Quem sabe possamos ser mais autênticos, menos politicamente corretos mas sem nos transformarmos em ditadores ou cordeiros sacrificais?
Sugiro que nos contatos com as mulheres confiemos mais em nossas tripas e pau do que no cérebro e na cultura. Pode não dar muito certo. Mas, e o resto, deu?


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