Sabia que não devia.
Já tivera moto, dirigia bem, até tomara alguns buléus sem conseqüências maiores. Mas fazia anos que não subia em uma.
Principalmente aquela máquina de 850 cc, com turbo, corpo esguio e leve, negra, uma máquina de mórbida sensualidade. Uma fera.
Como nos desenhos animados sentia o seu anjinho da guarda dizendo: -Não vai.
E o diabinho: -Deixa de ser cagão. Vai devagar. Aproveita. Só se vive uma vez.
Os amigos, ao incentivarem, fizeram-no decidir-se.
Ligou o motor que ronronou como um grande felino, passou a mão pelos comandos com um prazer quase erótico e saiu.
O ar no rosto, a sensação incrível de mobilidade, a impressão de ser o dono da potência do mundo, começou a sentir-se onipotente.
Se, a princípio, cauteloso, até com medo, logo logo passou a sentir uma audácia infantil, insensata, desatinada, irresponsável, ir tomando conta de si. Mas foda-se! Era bom demais...
Saiu da estrada vicinal e entrou no asfalto.
1ª, 2ª, 3ª, 8500 giros, 125 km/h, “não existem limites!”.
Na primeira curva, uma pequena camada de areia dourava o asfalto negro.
“Me fodi!”
A última lembrança era de árvores, eucaliptos?, vindo em sua direção.
Pouco depois alguém chegava no sítio onde estavam os amigos.
-Era daqui um cara que saiu numa moto preta? Ele bateu ali perto do armazém do seu Gumercindo e morreu.
Já tivera moto, dirigia bem, até tomara alguns buléus sem conseqüências maiores. Mas fazia anos que não subia em uma.
Principalmente aquela máquina de 850 cc, com turbo, corpo esguio e leve, negra, uma máquina de mórbida sensualidade. Uma fera.
Como nos desenhos animados sentia o seu anjinho da guarda dizendo: -Não vai.
E o diabinho: -Deixa de ser cagão. Vai devagar. Aproveita. Só se vive uma vez.
Os amigos, ao incentivarem, fizeram-no decidir-se.
Ligou o motor que ronronou como um grande felino, passou a mão pelos comandos com um prazer quase erótico e saiu.
O ar no rosto, a sensação incrível de mobilidade, a impressão de ser o dono da potência do mundo, começou a sentir-se onipotente.
Se, a princípio, cauteloso, até com medo, logo logo passou a sentir uma audácia infantil, insensata, desatinada, irresponsável, ir tomando conta de si. Mas foda-se! Era bom demais...
Saiu da estrada vicinal e entrou no asfalto.
1ª, 2ª, 3ª, 8500 giros, 125 km/h, “não existem limites!”.
Na primeira curva, uma pequena camada de areia dourava o asfalto negro.
“Me fodi!”
A última lembrança era de árvores, eucaliptos?, vindo em sua direção.
Pouco depois alguém chegava no sítio onde estavam os amigos.
-Era daqui um cara que saiu numa moto preta? Ele bateu ali perto do armazém do seu Gumercindo e morreu.
2 comentários:
(a)
Uau!
Contundente!
Hmmmmmmm...
Sócio-educativa?
Moralista até... (isso pode acontecer àquele(a)que se deixa levar por uma atitude/paixão inconseqüente!)
Nem uma coisa nem outra. Apenas o relato de um fato concreto. A única conclusão que eu cheguei, PARA MIM, é que moto o cara tem de tomar cuidado redobrado quando já dirigiu e parou há algum tempo.
Postar um comentário