sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O DEBATE

Ontem me predispus a ver o debate entre os candidatos a prefeitura de Porto Alegre.
Após uns 20 minutos desisti.
Em primeiro lugar porque debate, propriamente dito não há.
Fulano pergunta para Cicrano tal coisa. Cicrano responde o que quer. Beltrano contrapõe o que quer e Cicrano encerra com o que quiser. Resultado o assunto foi apenas tangenciado, se o foi.
Cicrano faz uma pergunta para Mengano, a respeito da administração de Fulano. Ai resposta, réplica e tréplica são a respeito da administração do Fulano, que não pode falar. Ou seja, os dois me dizem que a administração do Fulano não é boa, mas não discutem entre eles as suas diferenças a respeito de suas propostas.
Fulano diz a que prefeitura estava em tal estado quando assumiu. Mengano me responde que estava em ótimas condições quando seu partido a entregou. Como ninguém fala nos números e de onde eles saíram, fico sem saber quem tem razão. Pois colocar créditos a receber, como se fosse um dinheiro de verdade em caixa, para mim é algo quase sórdido para enganar incautos.
Debate tem de ter idéias, emoções, “sangue”. O que eu vejo nestes debates é algo estéril, asséptico, cheio de regras, que impedem que determinados detalhes aflorem e com eles a revelação de algo, para mim, importante.
Enfim, debate na TV hoje me mostra mais que os candidatos escondem verdades. O que me mostram é sempre etéreo, vago, utópico e idealístico. E disto eu tenho medo.
Foto ClicRBS

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