sexta-feira, 20 de julho de 2007

ANTONIO CARLOS MAGALHÃES – TONINHO MALVADEZA – ACM



Imagino que, no mínimo, serei sufocado pelos perdigotos dos indignados.
Mas, se fosse escrever só para agradar aos outros, eu trataria de ser, ou um político, ou um escritor de panegíricos agradáveis às maiorias.
Corria o Ano Domini de 1985. A campanha eleitoral ia aquecendo se com as candidaturas de Tancredo Neves e Paulo Maluf.
A maioria arenista tergiversava entre apoiar Tancredo, que contava, aparentemente, com o apoio da maior parte do povo brasileiro e Paulo Maluf com seu séqüito de áulicos e sabujos. Sim, porque A GLORIOSA, já nos seus estertores, ainda fazia os ratos se enfiarem nas tocas, aquiescendo com tudo, sempre que um rugido, ou um estertor que pudesse ser confundido com um rosnar, fosse escutado
Sim queridos senhores, porque naqueles anos todos a ARENA contava com incontáveis eleitores, políticos e acólitos. Depois sumiram. Hoje em dia, com exceção de alguns coronéis, generais e de uns poucos políticos, ninguém defende a ARENA, a REVOLUÇÃO REDENTORA DE 31 DE MARÇO. Ninguém diz que votou nela, ninguém diz que a apoiou.
Aqueles que estavam do lado da ARENA, parecem haver sido abduzidos por alienígenas. Todo mundo que conheço era oposição. Imagino que deva haver ocorrido um genocídio de arenistas e simpatizantes. Porque, que os havia, havia.

Nesta época houve um racha no sucessor da ARENA, o PDS, do qual emergiu o PFL, que fazia oposição a Maluf.
Mas sempre todo mundo com muita luva de pelica, pois ninguém era de bancar o machão. Exceção seja feita ao pessoal do MDB (depois PMDB), PCs e PDT. Mas, no colégio eleitoral estes eram minoria.
Vai daí que o brigadeiro Délio Jardim de Mattos, ministro da Aeronáutica, vai a Bahia para, em ultima análise, dar um quedate quieto nos indecisos da bancada governista. Lança um furioso ataque contra aqueles que estariam pensando em trair a causa do governo, que, num primeiríssimo momento, conseguiu arrefecer o ânimo de muita gente, quando o ACM, tomando ciência do conteúdo do discurso vai para casa, e dá uma resposta virulenta. Diz que traidores da causa revolucionária eram aqueles que apoiavam um corrupto e por aí foi.
Délio Jardim embainha a espada, fica caladinho, os ratos saem da toca com fauces de leão, e Tancredo foi eleito no colégio eleitoral.
Se não houvesse um ACM, e aí está a minha provocação, teria vencido o Tancredo? Teria ali terminado A GLORIOSA?
Não nego que sempre achei ACM com jeito de corrupto, prepotente, reacionário. Mas não nego que, naquele momento, eu o admirei.
Só para finalizar, não era partidário da GLORIOSA e se mais não me opus à época a ela, foi porque já perdera a maior parte das ilusões com o outro lado.
Não era e não sou um malufista; aliás não sou de nenhum partido político, pois não acredito nos que aí estão, pela sua falta de coerência.
Também não vou negar que votei num deputado estadual da ARENA em 1970, o Dr. Adolpho Puggina, que era pai do meu amigo, já falecido, Márcio Puggina, ambos excelentes seres humanos. Se querem um mea culpa, aqui o tem.
Mas acho que, se ACM tem de ser enterrado junto com todos os seus defeitos, deve também ir a sepultura com este mérito.


Um comentário:

Unknown disse...
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