sábado, 28 de julho de 2007

O ACIDENTE DA TAM

Este comentário é para uma leitora muito especial que eu tenho, a Marcia Benetti Machado que, além de ser uma pessoa maravilhosa, é uma JORNALISTA de primeiríssima linha.
No meu comentário anterior a respeito do acidente, o que eu quis dizer é que existem responsáveis, e imagino-os muitos. O que me chamava a atenção é que, a não ser de uma maneira genérica, a turma do alto escalão, do governo e da TAM não tinha ainda sido responsabilizada de uma maneira mais clara e objetiva.
Hoje a VEJA explicita a responsabilidade do piloto num provável mau manejo nos manetes das turbinas, uma vez que um dos reversores não funcionava.
Até agora não se explicitou quem são os responsáveis pelo tráfego além da capacidade do Congonhas?
Quem dispensou as ranhuras da pista?
Quem permitiu a construção do arranha céu que prejudica a aproximação na aterrissagem?
Quem não tomou as medidas necessárias para que se tivesse um número adequado de controladores de voo?
Houve uma pressão explícita do Presidente da República quando disse que ele queria uma data para o fim do caos aéreo.
Esta pressão teria concorrido de alguma maneira para o acidente?
Que pressões um piloto recebe para chegar no horário? Para não deixar de aterrissar em Congonhas? Imagino que se um avião vai para Guarulhos, ou Viracopos, por uma alegada incapacidade de aterrissar em Congonhas por um risco de problemas, será criado um enorme transtorno em termos de conexões e prejuízos no atendimento de compromissos, com, além de reclamações, até o risco de processos?
Não quero culpados. Estes são sempre fáceis de serem achados. O que eu desejo é que se mexa nesta estrutura que é a fabricadora de acidentes. E nisto todos nós somos responsáveis. Desde eu, passageiro, até o Presidente da República.
E nunca vai se resolver muita coisa se o andar de cima também não mudar.

Um comentário:

Marcia disse...

é, eu sei e concordo. com tudo. :)

mas a Veja é irresponsável e eu sei como ela funciona. a Veja faz o jornalismo da tese. o editor tem uma tese, e o repórter vai para a rua para comprovar a tese. o que encontrar pelo caminho, que não comprova a tese, a Veja joga pra debaixo do tapete. eu sei porque conheço pessoas que trabalham e trabalharam lá. muitas vezes o repórter entrega o texto, o editor muda tudo e ainda deixa a assinatura do coitado do jornalista (coitado não, pois ele se submete, não existe coitadinho trabalhando na Veja). e muitas vezes o cara ainda perde suas fontes.

não confio na Veja. embora eu tenha certeza, neste caso da TAM, que houve problemas técnicos também.

o que ocorre é que ainda é cedo para entender profundamente este caso. o tempo do jornalismo não é o tempo da investigação, há um descompasso que não pode ser sanado. vamos ter que esperar, não tem jeito.