Aí lembrei de um psicanalista que conheci ainda na faculdade. Sempre que lhe perguntavam algo mais complexo, ele pegava um pouco de fumo numa bocetinha que tinha junto de si, um cachimbo e começava a enche-lo, vagarosamente, olhando para o interlocutor. Depois respondia. O detalhe é que ele não fumava.
Utilizava-se deste expediente, que julgava, à época, podre de chic (Ah! Estes galicismos ainda vão me matar!) para ter um tempo de pensar. Não fumo, e não tenho as manias dele, mas com o tempo aprendi a fazer um ar de inteligente intrigado, que escolhe as palavras, a fim de ganhar tempo.
Não queria cair naquele lugar comum de devolver a pergunta. “- E tu, o que tu achas?” Tampouco iria dar uma de professor, desenvolvendo uma tese instantânea a respeito de relacionamentos humanos e conjugais e sua evolução nos tempos hodiernos. “- Olha, eu enquanto psiquiatra e especialista em sexualidade humana, com a minha incomensurável experiência, sendo o grande sabe-tudo, penso que ....”
Não queria cair naquele lugar comum de devolver a pergunta. “- E tu, o que tu achas?” Tampouco iria dar uma de professor, desenvolvendo uma tese instantânea a respeito de relacionamentos humanos e conjugais e sua evolução nos tempos hodiernos. “- Olha, eu enquanto psiquiatra e especialista em sexualidade humana, com a minha incomensurável experiência, sendo o grande sabe-tudo, penso que ....”
2 comentários:
O que pensas ficou então em suspensão temporária.Isso não se faz com o leitor...
quer dizer que um cachimbo não é apenas um cachimbo?
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