quinta-feira, 24 de maio de 2007

QUAL SERÁ A RAZÃO?

Dia destes fui surpreendido pela notícia nos jornais que diziam que alguém propusera que se gratificassem os alunos carentes, que passassem de ano, com a quantia de R$240,00.
Fiquei eu embasbacado, sim, porque eu ainda consigo ficar azabumbado, atólico, boquiaberto com algumas coisas brasileiras que vejo estampadas nas manchetes.
Passei a matutar. Quem teria tido esta estapafúrdica idéia?
Um ingênuo inocente, bem intencionado, se é que ainda os há nestas terras brasilis? Ignora ele que os professores são ameaçados, quando não espancados porque o rebento se saiu mal nas provas ou voltou para casa com queixas? Qual professor teria peito, cojones, para reprovar um aluno?
Um astuto caça-votos? Que sabe que quando alguém é carente é mais facilmente subornável?
Um corrupto, que se deu conta que se criar 10000 alunoscarentesaprovadosnopapel, o que, visto o que ocorre no dia a dia, deve ser a maior barbada, embolsa fácil DOIS MILHÕES E QUATROCENTOS MIL BAGAROTES com um risco de punição quase zero?
Um destes Técnicos em Ensino, formado pela Universidade de Araque, que imagina que se termina analfabetismo por decreto, quando o que conseguem é aumentar a legião dos analfabetos funcionais.
Total, todo mundo sabe que formar bons professores, dar-lhes condições de trabalho adequadas, remunerá-los condignamente, é bobagem. O que funciona mesmo é um projeto de lei, bem utópico. Ou um decreto maravilhoso. Quiçá uma simples norma, ou portaria normativa, já seja mais do que suficiente para erradicar o analfabetismo.
Mania que alguns tem de achar que só se conseguem coisas bem feitas à custa de trabalho.
Não estamos nós no país do jeitinho, da malandragem, do levar vantagem?
Trabalho é para nós, os ingênuos, incompetentes em maracutaias. Nós que só protestamos, lançando palavras ao vento. É provável que razão tivesse o Barão de Itararé.
Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados!

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