domingo, 13 de maio de 2007

ABSTINÊNCIA, VIRGINDADE, CASTIDADE, ou VAMOS APROVEITAR A VIDA?

Na semana que passou foram tantas as loas, ditirambos, exortações, a respeito da restrição do prazer sexual, que me vejo aqui, como lídimo representante do hedonismo, a também dar minha opinião e testemunho.
Como muitos devem saber, sou de Sant’Anna do Livramento. Por isto, alguns cacoetes machísticos no meu modo de ser. De maneira que, não sei, muitas vezes, se o que expresso é apenas uma manifestação tardia, e elaborada, do porco chauvinista (Ah! Anos 70!!) que subsiste em mim, ou apenas a opinião de um ser do sexo masculino heterossexual.
Digo isto para que possam entender um pouco das minhas opiniões e posições.
Também passei por tempos de virgindade (Que estava louco para perder.), castidade (Um ou outro surto pré- adolescêntico, no qual tentava desenvolver uma fé religiosa. Tarefa em que fracassei vergonhosamente.) ou abstinência (Esta por conta de que as mulheres da minha geração custaram a dar para quem não era muito malandro, o que era o meu caso, ou por períodos (Felizmente breves.) em que estava envolvido em atividades que me privaram de uma atividade erótica, sexual, sensual, amorosa carnal.)
Não senti que esta experiência, de por a sensualidade de lado, me tenha feito crescer, em nada. A não ser em pensamentos e desejos que seriam considerados, pelos que pregam aquelas atitudes de repressão, como um salvo-conduto para o Inferno.
Por outro lado...
Que sensação maravilhosa a de amar uma mulher.
De desejar uma mulher.
De tocar em uma mulher.
De ficar acariciando-a horas a fio, num êxtase sensorial.
De abraçá-la.
Beijá-la.
Tocá-la em toda intimidade.
Penetrá-la.
Gozar nela, e com ela.
Vê-la sentir prazer.
Vê-la exprimir o prazer.
Vê-la gozar.
Digam-me senhores amigos meus. Existe prazer maior que este? Já experimentaram prazeres comparáveis estes, a não ser em momentos episódicos e fugazes (O céu em campanha, numa noite sem lua, em que a quantidade de estrelas parece infinito e que pode nos esmagar a qualquer momento, nos lançando frente ao infinito do incomensurável. O chegar a Livramento em uma certa madrugada, altas horas da noite, e perceber que o perfume dos jasmins e das madressilvas se misturava ao do pão que acabava de ser feito. Entrar no Teatro de Manaus, no meio da tarde, numa hora em que o supunha vazio e ser surpreendido por um quarteto de cordas que ensaiava une kleine natch musik? – Corrijam-me o alemão se necessário for.)?
A menos que eu esteja completamente errado, não chega quase a ser um crime incitar as pessoas a não terem um prazer, apenas porque quem incita tem medo deste prazer, não se permite ter este prazer. Tem este prazer, mas sado-masoquisticamente nega-o a si e tenta evitar que os outros o tenham?
Se Deus existe, não será este o maior, o mais ignominioso, dos pecados. Um atentado a Sua criação Maior. Talvez uma tentativa de deicídio, porque pode ser que Deus seja a própria Vida?

2 comentários:

Telejornalismo Fabico disse...

*



e a merda maior é que grande parte dos que proíbem, não tem mínima culpa na hora de arrebanhar fiéis pra saciar o prazer.

merda maior ainda é quando esses fiéis são crianças, porque crentes adultos podem escolher como querem se satisfazer e como vão arder no inferno.

a humanidade caminha, mas sexo continua sendo tabu. parece que é o preço a pagar pela consiência. o que era pra ser natural, vira fabricado.
e proibido.




*

Marcia disse...

ditirambo e deicídio.
eu sempre aprendo alguma coisa nova quando venho aqui. :P