quarta-feira, 30 de maio de 2007

O ÍDOLO - primeira parte

Pues bueno, llego la hora de arregaçar las manga e se mandar a trabajar. Nesta zona da fronteira se a gente fica lagarteando não se aprumando pá fazê alguma côsa, pode encomendar o defunto que vai se hoder de quatro costados. Ou o cara parte pro já se bamo, já fumo ou o otro vai acabá tomando a ponta da carreira.
Mas bueno, vamo pará com estes parlapatês, que os home que vão bisoia esta escrivinhação toda vão acabá se enchendo o saco e acabá saindo no trotezito no más.
Vô conta alguns cuentos de um dos ídolos da minha vida, daquela parte da vida, d’uns quinze, dezesseis anos, que a gente pensa que é grande cosa, mas não é nem bosta prá aquecê chalera.
Pôs o seu E.. – Não vô botá o nome pra não me complicá com a família, que é cheia das nove horas. Não tô prá me incomodá com juiz, advogado y otros da mesma laia. Agora tá todo mundo cheio de lero-leros, sensível que nem puta nova em chinero. Qualquer côsa é um tal de dano moral pra cá, perjúrio pra lá, e a gente vai se afrescalhando sem se dá conta. – Bueno, já tava menveredando notra invernada. Pôs o seu E. , parece côsa de romance francês, metido a chic, era tudo que a gente queria sê naquela época.
Segue a segunda parte daqui um ou dois dias se o escrivinhador que vos escreve aqui tiver vontade. As vezes a gente tem de se impor, prá respeitarem mais a gente.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

SOBRE O ABORTO

Frequentemente é exibido o argumento de que, ao se proceder a um aborto, se estará extinguindo uma vida.
Pergunto-me: Não seria então o caso de ser obrigatório o registro de gravidez. E, após o aborto o atestado de óbito do feto, como pessoa de fato? Como os abortos são clandestinos isto na prática seria inviável, mas serviria para as gravidezes normais, que terminam em aborto com alguma frequência.
Nenhum Código de Leis tem algo neste sentido.
Na mesma linha, não seria de instituir-se o batismo assim que o feto fosse concebido? Receber um nome que iria para esta certidão de batismo assim que fosse, por qualquer método confiável, confirmado o sexo. No caso de morte deste feto, não seria de se procederem os ofícios de morte?
Dúvidas... Dúvidas....

domingo, 27 de maio de 2007

ESTRANHO PAÍS

A velocidade máxima é de 80 km/h, ou 60, ou 50, ou 40, ou ..., está escrito nas placas de trânsito.
Todo mundo teve de aprender isto para tirar a carteira de motorista.
Mas devem existir placas avisando que se está fiscalizando.
É como se colocassem cartazes na cidade dizendo. "Aqui tem dois policiais para ver se você vai roubar, ou assassinar, portanto se cuide! Não assassine ou roube aqui que estamos de olho.
Portanto, senhores assassinos e ladrões, assassinem lá ou acolá. Aqui é vigiado"
Agora dá nos jornais que a polícia vai fazer barreiras nas entradas e saídas de dez cidades para coibir o roubo de automóveis. Ou seja senhores ladrões nos próximos dias não roubem automóveis e muito menos tentem tirá-los destas cidades!
Não dá para entender.
Façam as barreiras, capturem os que forem para ser capturados e, só depois, trombeteiem na imprensa o que quiserem.
Mas, avisar ao criminoso o que se vai fazer para tentar prende-lo, me parece merecer o comentário que se faria em idas épocas:
É coisa de cabo de esquadra! Cáspite!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

EU E A PENA DE MORTE

Vai e volta e alguém propõe a volta da pena de morte, a oficial, pois a versão pirata está no mercado em profusão e a muito tempo.
Vou dar a minha opinião.
Sou a favor da pena de morte.
Mas somente para aqueles que, reincidentemente, cometerem crimes graves, assassinatos com extremos de crueldade, estupros, violência contra crianças e incapacitados, tráfico de drogas, serial killers et caterva.
Minha idéia se baseia no seguinte.
Não acredito na pena de morte como elemento inibitório para celerados. Só os não facínoras é que se assustam com a idéia da chegada da Parca. As pessoas soem imaginar que os pulhas pensam como elas. Isto é bobagem. Se assim o fosse, não seriam eles perversos, ou seríamos nós os iníquos.
A pena de morte teria a função de eliminar um problema, um risco, uma despesa do estado que poderá empregar este dinheiro para a Saúde ou para a Educação, onde há possibilidade de haver um retorno positivo. Além de se evitar mais um foco de rebeliões, fugas, massacres.
A razão dela só ser aplicável em reincidentes, e não apenas por conta da gravidade de um crime isolado é para que se evitem os erros judiciarios, para errar seria necessário falhar duas vezes. Por outro lado, um ser humano pode, num momento da vida, cometer um crime hediondo e não repeti-lo nunca mais. Porém, um que cometa um crime terrível, que seja capturado, punido e volte a delinquir no mesmo nível, em termos práticos é irrecuperável. Só acrescentará despesas sem retorno.
E, para os que me vierem com o lero-lero de que uma vida é sagrada, eu responderei que deixar certos indivíduos vivo é apenas uma maneira condenar outros a morte. E, se me falam que isto é uma mera possibilidade, eu retrucarei que a vida, a realidade, mostram que isto ocorre num número que supera, em muito, o número de vidas poupadas pela não aplicação da pena de morte.
Também se condenam a morte inocentes quando as verbas que poderiam ser aplicadas em tratamentos médicos, que podem ser caríssimos, são aplicadas em viagens do Fernandinho Beira Mar, ou na manutenção de um preso per omnia seculum seculorum.
Finalmente, o nosso medo em nos tornarmos assassinos legais nos inibe, deixando o campo livre para os homicidas continuarem a sua faina.
A imprensa dá eco aos protestos daqueles que dizem fulano demorou x tempo para morrer. O que ninguém diz é que a pessoa depois de um choque de milhares de volts, ou de uma dose brutal de secobarbital, mais cloreto de potássio e curare, ou de ter o corpo perfurado por uma dezena de balas, ou de ..., ... não tem a menor noção do que se passa com ela. É o que ocorre quando nos submetemos a uma anestesia (não confundir com analgesia ou sedação), ou a um eletrochoque. O paciente refere que simplesmente apagou, não havendo sequer tido a noção de que perdera a consciência.
Por isto sou a favor da pena de morte.
Para reincidentes de crimes gravíssimos.

MAIS UMA CATILINÁRIA

Novos escândalos, novas indignações, novos pedidos de providências, novas propostas de CPIs, o vilão de ontem surge como o denunciador de hoje, as leis continuam a favorer a impunidade, mas eles é que não serão loucos de mudá-las.

Lembram dos ANÕES DO ORÇAMENTO? Na prática, alguém está preso. Alguém devolveu algum dinheiro para as burras públicas?

Quantos escândalos vieram a seguir? Tirando meia dúzia, se tanto, que foram cassados, alguém sabe me informar de punições concretas? De processos julgados, executados e encerrados com uma punição efetiva do malandro da vez?
Li que o José Dirceu foi absolvido em três processos. Ora, ou ele é culpado e quem acusa, ou julga, é incompetente, ou quem o denunciou cometeu um crime e vai ficar impune. Neste intermezzo, o nosso dinheiro volatizou-se e um pulha qualquer está a tomar o seu flutte com talvez o último caviar beluga ainda existente.

Será que ninguém se flagra de que as nossas leis são ineficazes para quem tem poder e bons advogados? E que, se nada for feito, nada acontecerá?

Nesta hora me dou conta que o bandido da Holanda do século XV, retratado por Heronymus Bosch, continua vivo, só que muito mais sadio, bem vestido, e bem sucedido. E nós continuamos a ser os mesmos incompetentes, babacas. E tudo porque temos medo de mudar, de nos impormos.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

QUAL SERÁ A RAZÃO?

Dia destes fui surpreendido pela notícia nos jornais que diziam que alguém propusera que se gratificassem os alunos carentes, que passassem de ano, com a quantia de R$240,00.
Fiquei eu embasbacado, sim, porque eu ainda consigo ficar azabumbado, atólico, boquiaberto com algumas coisas brasileiras que vejo estampadas nas manchetes.
Passei a matutar. Quem teria tido esta estapafúrdica idéia?
Um ingênuo inocente, bem intencionado, se é que ainda os há nestas terras brasilis? Ignora ele que os professores são ameaçados, quando não espancados porque o rebento se saiu mal nas provas ou voltou para casa com queixas? Qual professor teria peito, cojones, para reprovar um aluno?
Um astuto caça-votos? Que sabe que quando alguém é carente é mais facilmente subornável?
Um corrupto, que se deu conta que se criar 10000 alunoscarentesaprovadosnopapel, o que, visto o que ocorre no dia a dia, deve ser a maior barbada, embolsa fácil DOIS MILHÕES E QUATROCENTOS MIL BAGAROTES com um risco de punição quase zero?
Um destes Técnicos em Ensino, formado pela Universidade de Araque, que imagina que se termina analfabetismo por decreto, quando o que conseguem é aumentar a legião dos analfabetos funcionais.
Total, todo mundo sabe que formar bons professores, dar-lhes condições de trabalho adequadas, remunerá-los condignamente, é bobagem. O que funciona mesmo é um projeto de lei, bem utópico. Ou um decreto maravilhoso. Quiçá uma simples norma, ou portaria normativa, já seja mais do que suficiente para erradicar o analfabetismo.
Mania que alguns tem de achar que só se conseguem coisas bem feitas à custa de trabalho.
Não estamos nós no país do jeitinho, da malandragem, do levar vantagem?
Trabalho é para nós, os ingênuos, incompetentes em maracutaias. Nós que só protestamos, lançando palavras ao vento. É provável que razão tivesse o Barão de Itararé.
Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados!

MEU PORTUGUÊS

Antes que alguém pense que troquei de time esclareço que não. Não por uma homofobia. Apenas porque não troquei e porque homens não me atraem.
O português de que falo é o da língua.
Chegam-me comentários, diria críticas, se é que um ser tão perfeito como eu pode ser criticado, por usar palavras raras ou vetustas.
Esclareço que não faço isto por ser um fóssil, um snob. Faço-o pela singela razão de que tenho prazer em escrever certas palavras. Ou brincar com elas. Ou com as próprias regras desta gramática que me parece, frequentemente, obtusa.
Sou um peralvilho que se maravilha com sílfides, que se enleva com pulcretudes, que se extasia com a sonoridade, ilecibrice e blandícia da palavra bunda.
Algumas palavras são para serem ouvidas como jóias antigas. Não são para serem usadas amiúde. Devem vir à luz só ocasionalmente.
Outras, servem para despertar o pasmo, o enlevo, o arrebatamento, pelo extraordinário, e bizarria que elas expressam ou do que imaginamos que elas expressem.
Ou seja, as palavras também são como pequenos brinquedos que uso para folguear. E eu gosto muito de brincar.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

UMA DICA para um FIM DE SEMANA PÚRRIO e ESPIGAITADO



Um dos problemas mais comuns do lazer é a rotina.


Fim de semana e lá estamos nós nos mesmos lugares. Só muito ocasionalmente nos arriscamos a fazer algo diferente. O que é uma pena e empobrecedor.


Este fim de semana conseguimos fazer algo diferente. E valeu a pena. E não foi sexo, viram suas mentes poluídas e pecaminosas.


Fomos a serra, mas fora do tradicional circuito Gramado/Canela.


Andamos por Bento Gonçalves, Garibaldi e pegamos uma estrada que é chamada Caminho de Pedra, no sentido de quem vai em direção a Farroupilha/Caxias do Sul. A estrada é asfaltada e a paisagem muito bonita, com casas do início da colonização italiana (Passa-se, por exemplo, pelas casas em que foi filmado "O Quatrilho").


As matas, enfeitadas pelos amarelos, laranjas e vermelhos do outono, são um espetáculo a parte.


Num determinado ponto termina o asfalto e começa uma estrada de terra, mas em boas condições.


Pois pouco depois dali, à esquerda, tem uma casa de madeira, estilo colonial italiano que abriga um tear no térreo e um restaurantezinho no primeiro andar.


Aqui começa a verdadeira aventura. A Vanni, que é a dona do restaurante, apropriadamente chamado de CASA VANNI, o conduz com maestria. Mostra que a sofisticação não precisa ser algo cheio de frescuras e rococós.


O ambiente é simples, acolhedor, mas tem uma finesse d'alma que chega a ser comovedor. Árias italianas criam um decór sonoro que põe no chinelo muita cantina metida a besta. As massas e seus molhos são as mais tradicionais possíveis, mas feitas com tal qualidade e cuidado que merecem o nome de artesanal. Para coroar tudo isto, das janelas se descortina uma sinfonia de cores que serve de coro a musica italiana do restaurante.


A conta lembra uma propaganda de tempos idos que dizia: "Os preços são do tempo da vovó."


Eu e a Débora não gastamos 25 mil réis, os dois, para atender a um apetite dionisíaco.


O endereço oficial é Linha Palmeiro 795, Bento Gonçalves, tel. (54) 34556383.


E não estou fazendo jabá.

OUTONO, CORES E NEVE




Se nevasse na serra gaúcha, como anuncia a imprensa, veríamos mais neve por aqui do que na Suíça. Desconfio que a idéia de que vai nevar, ou vende jornal, ou atende a interesses publicitários.
Este fim de semana estive na serra. Minha mulher tinha uma atividade e eu fui de principe consorte. Mais com sorte do que príncipe.
Não precisa nevar. O colorido outonal é maravilhoso. As fotos que vem aqui são um testemunho disto. A gente até se sente civilizado.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O PODER E AS MULHERES




Adoro ler. Me criei lendo. Livrinhos com coelhinhos, porquinhos, e outros bichinhos. Alias, não sei porque os autores infantis têm tanta mania de colocar tudo no diminutivo. Ainda criança achava isto uma idiotice. Agora tenho certeza de que é uma idiotice. Mais ainda, uma idiotice completa. Mas voltemos ao principal. Li Pato Donald, Ziraldo, Monteiro Lobato e fui lendo, lendo, lendo, do profano ao sagrado, do óbvio ao bizarro, e assim por diante.
A leitura de biografias e História me fascinavam e me magnetizam ainda hoje. Política, religião, história militar, o ver o Poder crescer sempre foi para mim algo sedutor.
Por outro lado sou um apaixonado pelas mulheres. Acho-as a quinta-essência da Grande Criação.
Acho que os outros homens, ou pelo menos a grande maioria deles, deve pensar do mesmo jeito. Pois não deve ser à toa que os sistemas políticos, religiosos, são construídos de maneira tal que alijam as mulheres de qualquer posição de mando, a menos que elas aceitem perder a sua feminilidade e sexualidade.
Acho que isto se deve ao temor que temos do seu (delas) poder.
Porém, o surpreendente para mim é a colaboração das mulheres para isto.
Há muito tempo não se via alguém tão reacionário como o atual papa. Algumas igrejas neopentecostais são machistas a mais não poder. Outras religiões centram o poder nos homens de uma maneira descarada. E as mulheres, muitas vezes, são as que mais apoio dão a estas posturas, constituindo também a grande massa de manobra.
Não acredito que isto se deva unicamente ao temor, ao sistema, a educação. Não sei ainda definir uma razão mais clara e explicativa. Mas devem existir algumas razões muito profundas para isto. Quem souber que me elucide.

UM CRIME DE MESTRE ou A PRAÇA É NOSSA ou E A CRIATIVIDADE ONDE FICA?



Fui assistir UM CRIME DE MESTRE, com o Anthony Hopkins. Um filme policial que se vai desenrolando de um modo sui generis. Mas as cenas finais nos levam a um final americano. Decepcionante.
O que me fez sair duplamente irritado.
Primeiro porque se cria a expectativa de algo novo, que acaba não acontecendo.
Segundo, porque se é para ver algo repetitivo, A PRAÇA É NOSSA e a ZORRA TOTAL, são de graça. E se é para ser tratado como imbecil, que se seja tratado como um imbecil completo.
Neste filme, como em tantos outros, ou novelas, ou peças teatrais, o criador vai indo muito bem, mas, no final, falta-lhe a coragem de dar um desfecho cru, dolorido ou doloroso. E lá vamos nós para a velha história de que os bons vencerão e os maus serão punidos, estando Brasília aí para desmentir.
Diógenes andava nu, com uma lanterna na mão à procura de um homem. Não chego a tanto. Mas lamento que a tantos artistas falte o culhão necessário para não ter medo de mostrar o que tem vontade de mostrar, e não um conto da carochinha repetitivo. A não ser que a grande maioria dos autores sejam piegas, o que me deixaria desconsolado a respeito da Humanidade.
A título de consolo, os 90% iniciais do filme são muito bons.

domingo, 13 de maio de 2007

ABSTINÊNCIA, VIRGINDADE, CASTIDADE, ou VAMOS APROVEITAR A VIDA?

Na semana que passou foram tantas as loas, ditirambos, exortações, a respeito da restrição do prazer sexual, que me vejo aqui, como lídimo representante do hedonismo, a também dar minha opinião e testemunho.
Como muitos devem saber, sou de Sant’Anna do Livramento. Por isto, alguns cacoetes machísticos no meu modo de ser. De maneira que, não sei, muitas vezes, se o que expresso é apenas uma manifestação tardia, e elaborada, do porco chauvinista (Ah! Anos 70!!) que subsiste em mim, ou apenas a opinião de um ser do sexo masculino heterossexual.
Digo isto para que possam entender um pouco das minhas opiniões e posições.
Também passei por tempos de virgindade (Que estava louco para perder.), castidade (Um ou outro surto pré- adolescêntico, no qual tentava desenvolver uma fé religiosa. Tarefa em que fracassei vergonhosamente.) ou abstinência (Esta por conta de que as mulheres da minha geração custaram a dar para quem não era muito malandro, o que era o meu caso, ou por períodos (Felizmente breves.) em que estava envolvido em atividades que me privaram de uma atividade erótica, sexual, sensual, amorosa carnal.)
Não senti que esta experiência, de por a sensualidade de lado, me tenha feito crescer, em nada. A não ser em pensamentos e desejos que seriam considerados, pelos que pregam aquelas atitudes de repressão, como um salvo-conduto para o Inferno.
Por outro lado...
Que sensação maravilhosa a de amar uma mulher.
De desejar uma mulher.
De tocar em uma mulher.
De ficar acariciando-a horas a fio, num êxtase sensorial.
De abraçá-la.
Beijá-la.
Tocá-la em toda intimidade.
Penetrá-la.
Gozar nela, e com ela.
Vê-la sentir prazer.
Vê-la exprimir o prazer.
Vê-la gozar.
Digam-me senhores amigos meus. Existe prazer maior que este? Já experimentaram prazeres comparáveis estes, a não ser em momentos episódicos e fugazes (O céu em campanha, numa noite sem lua, em que a quantidade de estrelas parece infinito e que pode nos esmagar a qualquer momento, nos lançando frente ao infinito do incomensurável. O chegar a Livramento em uma certa madrugada, altas horas da noite, e perceber que o perfume dos jasmins e das madressilvas se misturava ao do pão que acabava de ser feito. Entrar no Teatro de Manaus, no meio da tarde, numa hora em que o supunha vazio e ser surpreendido por um quarteto de cordas que ensaiava une kleine natch musik? – Corrijam-me o alemão se necessário for.)?
A menos que eu esteja completamente errado, não chega quase a ser um crime incitar as pessoas a não terem um prazer, apenas porque quem incita tem medo deste prazer, não se permite ter este prazer. Tem este prazer, mas sado-masoquisticamente nega-o a si e tenta evitar que os outros o tenham?
Se Deus existe, não será este o maior, o mais ignominioso, dos pecados. Um atentado a Sua criação Maior. Talvez uma tentativa de deicídio, porque pode ser que Deus seja a própria Vida?

sexta-feira, 11 de maio de 2007

O PAPA, A CASTIDADE E O PRAZER

Frente ao apelo de Sua Santidade, que imagino puro e imaculado, embora tenha passado pela Luftwaffe, para que os jovens se mantenham castos, sempre lembro. Se não existir o tal de céu, vão ter perdido um bom período de sexo.
Quanto aos que amo, eu os exorto.

ANTES GASTO(A) DO QUE CASTO(A)!!!

quinta-feira, 10 de maio de 2007

É ISTO QUE DÁ DEIXAR QUEM NÃO ENTENDE DA MATÉRIA FALAR


“O sendo do descartável do ‘ficar’, que era próprio das
garotas de programa, é hoje vivenciado pelas adolescentes.
O problema é grave e atinge adolescentes e pré-adolescentes.”
Dom Dimas Lara Barbosa, porta-voz da CNBB

Citações do dicionário Houaiss
GAROTAS DE PROGRAMA
mulheres jovens que se prostituem, um eufemismo para putas
PROSTITUIÇÃO
atividade institucionalizada que visa ganhar dinheiro com a cobrança por atos sexuais e a exploração de prostitutas
2 meio de vida principal ou complementar de prostitutas e prostitutos
3 o conjunto dos indivíduos que se prostituem
FICAR
Regionalismo: Brasil. Uso: informal.
manter com (alguém) convívio de algumas horas, sem compromisso de estabilidade ou fidelidade amorosa
Ex.:
intransitivo



Embora nem sempre o especialista seja o sujeito mais indicado para dar uma opinião, freqüentemente ele é absolutamente indispensável para faze-lo.
Dom Dimas nos dá uma lição irretorquível de que, quando uma pessoa não entende de algo. deveria abster-se de dar qualquer opinião, publicamente, sobre o assunto (Defendo-lhe o direito de ter sua opinião pessoal, para os seus íntimos ou prosélitos.)
Por outro lado, seu discurso, e o dos seus correligionários, lembra em muito aqueles de São Paulo, Santo Agostinho e outros menos qualificados, que venderam suas idéias a idéia, dizendo que era de Deus, de que sexo, e seres do sexo feminino, eram coisas sujas, feias, pecaminosas, que melhor seria se não existissem. Desnecessário dizer que os homossexuais seriam, para aqueles e estes Pais da Igreja, os seres mais abjetos que habitam este mundo. Enquanto foi possível, queimaram-nos. Quando isto não mais foi possível, aviltaram-nos.
E ainda pregam amor ao próximo.
Entendo...
Desde que o próximo seja igual e submisso a eles.
Êta gentinha ardilosa e perigosa. Por isto é que amam os pobres de espírito.
Vade retro Satanás!!!




quarta-feira, 9 de maio de 2007

DEUS E O DIABO, ou aproveitando a vinda do Papa ao Brasil



(Para visualizar melhor a figura, clique em cima dela.)


Este comentário é baseado em duas premissas.
DEUS existe; e DEUS é onipotente, onisciente e onipresente.
Se no início só existia DEUS, de onde surgiu o DIABO?
De duas uma, ou DEUS e o DIABO são efígies diferentes da mesma moeda, ou foi DEUS quem criou o DIABO.
Se me disserem que existe um demiurgo aí, ou que o DIABO é pura e simplesmente a ausência de DEUS, isto não modifica em nada o raciocínio básico. Pois DEUS é o responsável pelo demiurgo, ou pela SUA, dele DEUS, ausência.
Por isto, quem de mim discordar, por favor, me indique de onde vem o DIABO.

terça-feira, 8 de maio de 2007

Romário e EU

Graças a vocês acho que vou chegar ao 1000 antes do Romário.

YO NO CREO EN BRUJAS, PERO, QUE LAS HAY,


Sou um descrente no que diz respeito a religiões, supertições e outras coisas do estilo. Mas de vez em quando sou surpreendido por algumas coisas. Me fazem pensar que deve existir algo mais, nada de esotérico, apenas algum tipo de fenômeno físico/químico que ainda não entendemos.
Mas, até entender, não tem como evitar que um eu primitivo, que existe dentro de mim, procure uma resposta mágica.
Pensei nisto ao ler sobre um episódio da II Guerra Mundial.
Mussolini havia sido deposto e levado para um local secreto. Hitler, que queria coloca-lo novamente no poder, mandou que se fizessem todos os esforços necessários para localiza-lo. Para isto mobilizou a Gestapo, serviços de segurança, vias diplomáticas, traidores, colaboradores, cartomantes e videntes (Estes por sugestão de Himmler.)
Como a cartomancia e outras formas de previsão do incognoscível haviam sido banidos do III Reich, foi necessário procurá-los nos campos de concentração.
A surpresa, é que: -Assim, os médiuns foram postos para trabalhar no caso. Como veremos adiante, as informações que eles produziram, como que por encanto, revelaram-se admiravelmente precisas... Hitler’s raid to save Mussolini – Greg Annussek, 2005, citando Goebbels, Kesselring, Schellenberg, Skorzeny, Student em suas memórias.
E ai, que me dizem, existem ou não bruxas?

domingo, 6 de maio de 2007

A ECOLOGIA E OS GRANDES

Deixai aqui toda a esperança, ó vós que aqui entrais.
Dante, o Inferno

Li sobre perspectivas do mundo por conta da poluição e do aumento do CO2, que aumentam o efeito estufa, que modificará em muito (já está modificando) a temperatura da Terra e o Efeito Estufa.
Como os dois maiores poluidores, China e Estados Unidos, se recusam a tomar medidas mais drásticas, em curto prazo, acho que a paciente Terra vai continuar piorando.
Os EUA não deverão fazer nada enquanto a água não lhes encostar na bunda, o que deverá demorar ainda um bom tempo, por conta dos recursos tecnológicos que dispõe para soluções parciais e imediatas. Aceitar baixar o nível de conforto, passar sacrifícios, não é uma coisa aceitável para a Sociedade Americana, pelo menos a médio e longo prazo.
A China, agora que encontrou o caminho do desenvolvimento(?), e do poder, não deverá abrir mão do progresso (?), até atingir um nível que a iguale as outras potências.
E tem outros países mais, entre eles, o Brasil, a Índia, a Rússia, a Ucrânia.
Ou seja, hay que continuar peleando, pero que la cosa está fea, está!Ou como diríamos lá na minha Macondo.
Tá mais feia que taio em bunda!!!

PADRE ANCHIETA

Quando guri, na minha Macondo, sempre que se falava em um santo brasileiro, se falava na eminente canonização do Padre Anchieta.
Era uma coisa de detalhes. Coisa pra logo ali.
Mas acabamos tendo a santinha que nasceu na Itália e fez milagres em Santa Catarina e agora este santo genuinamente nacional.
Ficam-me algumas idéias.
Que paisinho (Quem souber como se escreve esta palavra me ensine, pois não a encontrei em dicionário nenhum.) pecador este nosso que, em 500 anos, conseguiu gerar só um santo, sendo a MAIOR NAÇÃO CATÓLICA DO MUNDO (sic).
Que fim levou o Padre Anchieta como santo?
(At last. Porque ele sempre foi mais famoso que o Padre Manoel da Nóbrega?)

SOBRE A NACIONALIDADE

Se uma pessoa nascer em território brasileiro, ou filho de brasileiros for registrado em um consulado brasileiro, será considerado brasileiro.
Se um uruguaio nascer no Uruguai, ou for filho de uruguaios, nasça onde nascer, será uruguaio.
Se um sujeito nascer em alto mar, poderá também ser da nacionalidade da bandeira do navio ou do capitão do navio.
Venho propor mais uma possibilidade.
Se um sujeito for gerado em um país, desde que os pais possam provar, o que hoje em dia é possível em muitos casos, que o conceberam naquele país, ele pode receber aquela nacionalidade.
Total, cá pra nós, o momento em que um sujeito é formado deveria ser mais importante do que o lugar aonde ele vem ao mundo.
Mas o por que desta minha proposição? Por nada. É domingo, está chovendo, o Grêmio está saindo campeão do ruralito, e eu estou esperando a hora de ir dar um beijo no meu filho que amanhã vai cumprir mais uma etapa do serviço militar.

EDUCAÇÃO E CRIMINALIDADE

Quando leio que a solução para o problema da criminalidade que viceja, abunda e açoita o nosso país depende da Educação, fico a pensar.
Ou eu sou ingênuo e ignorante, ou os outros é que o são.
Ou eu não sei ler o que o mundo me mostra, ou são os outros é que não sabem.
Ou eu sou um pessimista de carteirinha, ou os outros são otimistas delirantes.
Claro que acredito nos valores da Educação. Da necessidade de Educação. Mas da Educação em sua concepção mais integral, mais ampla possível. Como cita Flávio Josefo. Nosso país todo mundo sabe a Lei. Antes mesmo de aprenderem a ler, já lhes é ensinada a Lei. Não é como nos outros que, só quando o sujeito comete um crime é que ele vem a saber o quanto aquilo é delituoso e punível. (A tradução é minha e dependeu da minha interpretação.)
Mas, enquanto não se ensinar as normas de convivência, E SE AS FIZER CUMPRIR, o resto é balela. O sujeito utilizará os seus conhecimentos, só para usar a expressão em voga, para o mal.
Será um criminoso mais educado, refinado, talvez sutil. Mas nem por isto menos criminoso.
Dos lugares que conheci, nenhum era seguro sem uma boa dose de repressão, castigo. Claro, as punições sujeitas a regras, normas, conceitos, bem claros e definidos. Nada de deixar ao livre arbítrio, ao bel prazer de um tiranete, às necessidades momentâneas de uma oligarquia caprichosa. E muitos destes lugares tinham um nível de alfabetização, e econômico, inferior ao nosso. Mas faziam cumprir a Lei.
Esta história de um único remédio, para solucionar problemas tão complexos, sempre me dá uma sensação de enfaro. É querer resolver as dificuldades da vida por slogans.

terça-feira, 1 de maio de 2007

DOS TEMPOS DE JUVENTUDE


Final de tarde, calle Sarandi, Rivera - Uruguay, ano 65 ou 66, início do verão.

Um grupo de guris, na faixa dos 15 a 17 anos, classe média, em vésperas de terem de ir para Porto Alegre para fazer vestibular, sentindo-se la crème de la crème, sentados na Confiteria City, numa das mesas da rua, tomando uma Patrícia, ou "cueca-colas", ou Mandarina Urreta, talvez até uma Crush. Deste ponto estratégico via-se bem a gurias que faziam o footing, ou o corso.

Muitas das que passavam recebiam algum, ou alguns, comentários; naquela linguagem fina, rica, preciosista, que ainda hoje caracteriza a nossa intelligentsia vestibulárica .

-Tchê lôco, esta anda que nem coruja de corredor, de pau em pau!

-Mas bombeia só aquela percanta**! Mais facera que milico em desfile!

-Olha só que rabo, aquela com um pau no rabo deve coleá mais que traira no anzol.

-Mas eu com uma dessas montava uma carniceria. Que abundância de carnes! Tchê Fulano, se tu te zambulla nas pernas dela tu morre de afogado!

-Mas oia só aquela gatúvela***, nela eu me agarrava que nem carrapato e só soltava morto.

-Esta aí é uma bunda de pingüim!

E por aí ia aquela tertúlia sociocultural descompromissada, quando desponta a filha de um dos estancieiros mais ricos das nossas plagas àqueles tempos. Coisa de uns 10.000 hectares, povoados! Só que não era moça muito prendada pelos atributos de Afrodite. Antes que um de nós soltasse uma frase avassaladora, o Beltrano, que dava umas tenteadinhas nela, comenta.

-Que campos! Que gado! Mas que plantel de oveja!


*Caminho ladeado de cercas de arames, do interior do interior, para ter-se acesso às estâncias. **Mulher tida como meio bagaceira, chinelona.
***Mulher jovem, bonita, mas sem muita classe. Um ou dois graus acima da percanta, na classificação dos idos tempos.
*