A gente fica velho e não viu tudo.
Até agora repetia algumas coisas como verdades claras e cristalinas.
Prostitutas são mulheres frígidas!
Homens procuram prostitutas para terem uma mulher que possam controlar!
Prostitutas são com freqüência alcoolistas e drogadictas!
Prostitutas são grandes transmissoras de doenças venéreas!
Feministas são aliadas das prostitutas e as ajudam!
Pois não é que uma série de pesquisas na Inglaterra, pelo menos lá, põe estas, e outras ditas verdades, por terra.
A grande maioria das prostitutas não é frígida. Tem tesão com as pessoas que amam. Mas com os clientes apenas exercem uma profissão, um trabalho. Devem faze-lo bem, mas por que teriam de gozar? Aquele momento é apenas de uma atividade mecânica para a grande maioria delas.
A grande maioria das prostitutas relata que elas sentem que dominam a situação. Que dão aos homens a sensação de estarem no comando. Mas os fazem agir como elas querem. Ou seja, transe rápido, pague rápido e se arranquem.
Levando em conta o nível social, cultural e idade, usam menos drogas que mulheres da população geral.
Por conta de que é a sua profissão, tomam mais cuidado com a sua saúde ginecológica. Estudos em centros universitários e em “postos de saúde” revelam um número bem mais expressivo de portadores de doenças sexualmente transmissíveis na população geral.
As feministas freqüentemente atrapalham o trabalho das prostitutas, pois, tomando-se como exemplo, querem “regenera-las”, pois julgam o trabalho degradante; quando, um número grande, talvez majoritário, das prostitutas não quer largar a atividade, que lhes dá uma renda muito maior do que conseguiriam em atividades compatíveis com seu nível social, educacional e cultural. Também não acham sua atividade degradante, embora possam dizer isto a terceiros, apenas para terem um discurso politicamente correto.
Ou seja, bastou chegar perto das putas (e, por favor, tirem a idéia de pejoratividade desta palavra) para se descobrir que um monte de coisas que se dizia sobre a mais antiga das profissões eram apenas teorizações de pessoas que as conheciam através de livros, de teorias saídas da cabeça de quem nunca conviveu com elas em seu habitat.
E, pior ainda, tinha eu um tio cabareteiro a mais não poder. Pois não é que ele já falava estas mesmas coisas, mesmo sem ter freqüentado uma faculdade?
Um comentário:
eu leio o blog de uma prostituta de Porto Alegre, que conta em detalhes (obviamente omitindo os nomes) as relações com os clientes. pode ser uma exceção, pode ser que ela omita o que não vai muito bem, pode ser que ela queira criar uma imagem de si mesma para vender o seu peixe. mas o que está lá, pelo menos como um discurso, é uma mulher que gosta do que faz.
se quiser ver, é http://fadasafada.blogspot.com
agora a Fada tá de namorado, então não anda atualizando muito o blog. :P
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