quinta-feira, 30 de abril de 2009

TE MATARE RAMIREZ - Buenos Aires


Este é um restaurante http://www.tematareramirez.com/ que não serve para quem não tem espírito esportivo, ou não está tranqüilo com a sua sexualidade.
O cardápio é descrito em termos eróticos. Bem erótico.
Os shows são em cima de temas sexuais. Em termos verbais e gestuais, bem explícitos. Mas nada de interação real.
O problema que algumas pessoas não entendem o espírito da coisa e se chateiam com as brincadeiras.
Como um Eduardo (que não sou eu, obviamente) que se retirou no meio do show, por que a atriz, simulando uma transa gritava, Eduardôôooo... Pone-lo todo Eduardôôo... Me vas a matar Eduardôôo...
Ou seja, ao falar em sexo, numa brincadeira, com o tal Eduardo, mexeram em um terreno pantanoso.

EM DEFESA DOS POLÍTICOS CORRUPTOS

Perdoem-me senhores, mas aqui estou para defender os políticos corruptos, pelo menos aqueles que se reelegeram.
Corruptos são todos os que reelegeram os corruptos.
Corruptos são aqueles que votaram naqueles já condenados.
Corruptos são aqueles que fecharam os olhos para os fatos, para as evidências que aqueles políticos mostravam.
Depois reclamam, protestam, bancam as pobres vítimas do cruel destino que aqui me tens. Mas se esquecem da sua parte. Do voto que deram.
Já votei em incompetentes. Creio que já votei em corrupto. Mas agüentei no osso do peito. Malandro que é malandro não chia. Não sou malandro. Mas não chiei. Seria muita hipocrisia.
PS. Posso ser hipócrita, mas só um pouquinho. Tipo primeiro grau incompleto.

TROCA DE CASAIS, UMA EXPERIÊNCIA INÉDITA, OU A VIDA ME APRESENTA CADA UMA!

Antes que os mais apressadinhos cheguem a conclusões, digamos, precipitadas, quanto a este escrevente, sugiro que leiam o artigo até o fim.
Recebi alguns dias atrás o telefonema de um homem querendo saber se eu atenderia uma questão de casal e de sexo.
Disse que sim, que, aliás, é uma das coisas que eu mais faço.
Perguntou se poderia vir com a esposa.
-Por mim tudo bem, desde que ela estivesse de acordo.
-Não tem problema, ela também quer fazer um monte de perguntas.
Em outras épocas eu ficaria imaginando sobre o assunto que iriam perguntar. Com a experiência que os anos trazem a gente aprende que não vale a pena gastar tempo com especulações. Que o melhor é pensar no presente e deixar o futuro, como o Geisel dizia, a Deus.
No dia e hora aprazados eles compareceram. Bem vestidos, sem ostentação, ele 40 e poucos anos, ela quase no “enta”; boa aparência pessoal.
O que eles queriam saber era:
Onde e como encontrar parceiros para troca de casais?
Explicaram que já estão juntos há mais de 15 anos, não tem filhos, e que queriam ter novas experiências de vida. Fugir do convencional.
Conversei com eles sobre o que eu sabia de trocas de casais, sobre experiências de outros pacientes, ponderei sobre os prós e contras (Tendo o cuidado de não cair em moralismos.).
Mas a pergunta principal não soube responder, e aí pergunto para vocês:
-Onde é que se fazem trocas de casais, que não seja algo de risco, ou com prostitutas?
Ou seja, isto existe, muitos fazem, e eu, que penso ser um bom especialista, não sabe o “modus faciendi” concreto.
Por isto é que eu acho que, quando um sujeito diz que já sabe, que é um especialista, que não tem mais novidades e aí me cita “nada se cria, nada se acaba, tudo se transforma", eu penso que estou frente a um acomodado, mumificado, prepotente.

terça-feira, 21 de abril de 2009

RECOMENDO

Para quem quer aperfeiçoar o seu espanhol, o livro CABO TRAFALGAR, de Arturo Pérez-Reverte, é muito bom.
Além de uma descrição histórica e vívida da batalha de Trafalgar, bastante fidedigna, vista pelo lado espanhol, usa uma linguagem bem popular nos diálogos. E é nisto que ele é sensacional. Quem quiser aprender uma linguagem do dia a dia tem aqui uma ótima fonte de aprendizado. Eu recomendo. Imagino que numa tradução, se é que a fizerem, se perderá muito da alma deste livro.
Não tem conversa. Ou se lê em espanhol, ou nem vale a pena lê-lo. Como PS acrescento que também se aprende muito da linguagem náutica, com palo trinquete, velas cangrejas, bauprés e por aí vamos.

SEXO ANAL NO PAÍS DA HIPOCRISIA

Que somos uma nação de hipócritas, disto eu não tenho dúvidas. Alguns mais, outros menos. E nem vou dar uma de santo dizendo que eu nunca o fui.
Mas nunca deixo de me surpreender com as novas imposturas com que me defronto.
Uma publicação me pediu um artigo, assinado, portanto da minha responsabilidade, sobre a sexualidade do brasileiro.
Escrevi dois.
Um sobre sexo & amor e o outro sobre o sexo anal.
Agradeceram-me, publicaram o sobre o sexo & amor e me explicaram que o do sexo anal não se enquadrava no perfil da publicação, que se dedica à vida a dois.
Ou seja, queridos senhores e senhoras, na vida sexual do brasileiro que tem relações estáveis, não cabe o sexo anal. Portanto, imagino que não cabem uma série de outras variantes sexuais.
Puxa, que vida sexual monótona devem ter os casais brasileiros!
Deve ser por isto que tanta gente cisca fora do casamento, ou porque estes duram tão pouco!

UM DESENHO PARA A MORTE

Quando acordou pela manhã nada indicava que seria um dia muito diferente dos demais.
Levantou-se, fez suas abluções e foi para a sala de musculação do edifício para exercitar-se um pouco.
Em meio aos exercícios olhou-se no espelho e percebeu-se jovem.
Como por encanto as rugas e demais sinais da velhice haviam desaparecido. Subitamente sentiu-se revigorado. As dores e mal-estares desapareceram. Foi para a esteira para caminhar. Ligou o Ipod e entrou um trecho da Carmina Burana, Fortuna Juvat, para ser mais preciso, sentiu-se mais revigorado, ágil, satisfeito consigo próprio. A seguir veio parte da Nona Sinfonia de Beethoven. Num fragmento mais rápido sentiu-se melhor do que nunca. Uma sensação de exaltação tomou conta de si. Quase como se fosse o Rei do Mundo.
Encontraram o corpo uma hora depois.
O policial que fora chamado para atender a ocorrência, constatou o óbito e, ao observar que o de cujus estava com os auriculares em posição e que saia som deles, resolveu ouvir, para ver o que ele escutava. Neste momento tocava o sino da sinfonia Fantástica do Berlioz.
Nasceu ali o mito de que o falecido previra a própria morte.
Bobagem.O morto nem soube que morrera.

O MASSACRE

Até domingo ao meio dia, haviam morrido no Rio Grande do Sul 8 pessoas em acidentes de trânsito e 11 vítimas de diversas formas de violência, desde sexta à tarde quando começara o feriadão.Porque isto continua, feriadão após feriadão?

REFLEXÃO

Assisti domingo, pela terceira vez, no cine Cult o “Três Homens e um Destino – no original Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo”. Um western do Sergio Leone, com música do Enrico Morricone, estrelado pelo Lee Van Cleef e Clint Eastwood.
Mais tarde assisti o último 007.
Neste último filme uma sucessão de clichês, de efeitos especiais, correrias, mortes, explosões. As peripécias eram inverossímeis, e muitas vezes as cenas não se encaixavam, mas ali estavam para dar lugar a mais um efeito espetaculoso.
No anterior houve mortes em abundância, mas a história tinha coerência. Havia suspense e este durava um bom tempo até ser resolvido.
Ambos os filmes foram, são, sucessos de bilheteria. Ou seja, tem muita gente que gosta do 007 de agora, como tinha gente que gostou daquele western.
No western se via o filme, se tinha sentimentos e emoções e se era obrigado a pensar no trama.
No 007 se vê o filme e nele uma série enorme de cenas de ação. Não há espaço para pensamento ou reflexão.
Houve uma mudança enorme.
Me pergunto:
Mudou a maneira das pessoas pensarem, ou as pessoas (a massa) pararam de pensar, ou não mais querem pensar.Será que estou sendo apenas um saudosista, ou um constatador?

sábado, 18 de abril de 2009

DEIXEM AS CRIANÇAS BRINCAR

Hoje eu passei pelo Parcão e vi um pai dizendo para a filha:
-Fulana, se tu não vieres pedalando na bicicleta eu vou guardar ela no carro (A menina estava
carregando a bicicletinha, parecia querer continuar carregando e mais, parecia estar achando legal carregar a bicicletinha.)!
Tudo bem, imagino um zeloso pai querendo que a filha usasse corretamente a bicicleta. Mas, pombas, a menina estava ali para ter aulas de ciclismo ou para se divertir???
Mais adiante uma mãe com outra menininha se encontra com outra mãe com um menininho. E começa:
-Fulaninha, dá um beijo no Fulaninho. Fulaninha, dá um beijo na tia X (Mãe do Fulaninho). Fulaninha, mostra o teu brinquedo para o Fulaninho (Neste meio tempo o Fulaninho e a Fulaninha haviam sentado no chão e se divertiam com a areia, não estavam nem aí para os brinquedos.). Fulaninha, olha só a bola do Fulaninho. Fulaninha, conta pra tia X o que é que tu
ganhou da vó.
Nesta hora eu já estava em retirada e não vi o desenrolar do resto do diálogo (Monólogo?), mas de longe, pelo que observei, continuava no mesmo tom, com as mães querendo que os filhos fizessem isto, ou aquilo.
Afinal, mesmo com a melhor das intenções, o que estas pessoas querem criar? Seres humanos que tem de descobrir seus caminhos, aí sim, ajudados pelos mais velhos, nos momentos de dificuldade, ou marionetes?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

EU E OS ENGARRAFAMENTOS DE PORTO ALEGRE

O engarrafamento do trânsito em Porto Alegre é cada vez maior. Um trajeto que dá para fazer em 12 minutos, com transito dito normal, acaba se levando de quarenta a sessenta minutos. O que assusta é que ninguém faz nada. Se reclama, se dá palpites, se promete, mas de concreto nada.
Não estou aqui a falar de viadutos, túneis, que são obras caras. Estou falando de medidas que vão facilitar a vida de muitos em detrimento de alguns poucos. Sinaleiras a menos, estacionamento na rua a menos, mais mãos únicas. Mas parece que faltam cojones aos homens públicos, quando surgem os descontentes, o medo da perda de votos faz com que todo o mundo público trema nas bases com o risco de perder votos. E nós todos vamos jogando fora, inutilmente, pedaços de vida, al pedo, sem necessidade, como se o nosso tempo de vida não fosse finito.
Interrompo este comentário porque tenho de buscar a minha carteira de motorista. Pelo horário, pelo trânsito, já sei que vou perder, pelo menos, meia horinha da minha preciosa, porque única, vida.

Querem me conhecer?

Gente, quinta que vem, no Clic RBS, em comemoração ao um ano de "Dúvidas Entre Lençois", ou talvez até antes, uma entrevista com este que vos escreve.
Quem não me conhece vai poder me ver ao vídeo e a cores.

domingo, 12 de abril de 2009

Ahaa!

Pensaram que eu não voltaria mais.
Enganaram-se queridinhos e queridinhas.
Apenas tinha me dado uns dias de meditação para assistir a passagem dos MEUS SESSENTA ANOS.
Para minha surpresa não aconteceu nada demais. Pareceu até a passagem dos milênio. Todo mundo pensava que ia acontecer isto, ou aquilo, e foi, na verdade, uma passagem como qualquer outra.

QUERO SER CREMADO

Quero todos vocês por testemunha.
Quando eu morrer, se eu morrer, é lógico, sempre existem controvérsias a respeito deste assunto, QUERO SER CREMADO.
Fui a um velório outro dia.
Lá estava o defunto deitado no caixão.
Pálido, sério.
Ao redor sempre alguém comentando.
-Coitado, descansou! (Sabe lá alguém se alguém descansa depois de morto?)
-Olha só, como está bem, parece que vai acordar! (Imaginem a cena se o falecido levantasse do caixão.)
E por aí iam os comentários.
Isto para não falar numa mosca que insistia de confundir o nariz do “de cujos” com uma pista de aterrissagem.
Para piorar, precisaram abrir o túmulo da família, para abrir espaço para o novo inquilino. Como sou médico me pediram que eu acompanhasse os coveiros, para tomar alguma decisão em nome da família, “já que a cena poderia ser forte”. Cena forte, para mim, foi quando abriram o caixão do falecido há mais tempo e o coveiro, sem a menor cerimônia, ia pegando os ossos do cadáver e os ia jogando no caixão do ossuário como quem joga batatas num saco.
No cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, os caixões ficam à vista do público nos túmulos. Como alguns destes túmulos estão abandonados há muito tempo, com goteiras, sujeira, ervas, a cena é patética.
Sim, porque quando o cara passa desta para a melhor (?), no início todo mundo vai ao túmulo, depois vão uma ou duas vezes por ano e depois adeus tia Chica. Fica uma tapera.
Quero ser cremado!
Carrion, o ainda chocado.