sábado, 20 de setembro de 2008

CONFESSO que gostei

Ontem fui assistir Mamma Mia, um musical, com a Meryl Streep e música do ABBA (Word não muda um dos B’s ao contrário). Gostei.
É escapista, alienante, devaniante, etc. e tal. Mas gostei justamente por conta disto. Tem momentos que a gente precisa justamente de filmes que nos afastem por algum tempo da realidade.
Nunca se fez tantos musicais como depois da depressão de 29 ou durante a guerra. Alias foram eles que impediram que milhares se deprimissem a ponto de se suicidar. Foi bom para eles existirem estas ilhas utópicas para descansar.
Não via musicais desde os anos 50 e 60 lá na minha Macondo. Alias, naquela época eu os detestava. Queria filmes de ação.
Hoje me canso de tanto efeito especial, de mocinhos invencíveis, heróis que desdenham da dor e do sofrimento, que matam inimigos como quem mata baratas à noite na cozinha.
Na saída vi um vetusto senhor dizendo a sua senhôra (tem de ser com acento mesmo), “não gosto de ver a estas bobajadas”.
Ele deve ser um destes tipos que acha que a vida deve ser sempre séria. Que tudo deve ser transcendental. Que tudo tem de ter uma lógica e uma moral. Enfim. Ele deve ser um chato.
Por sinal, têm pessoas de quem tenho gostado de me afastar.
Dos sérios, por serem chatos.

Dos idealistas, por que não se contentam em ser idealistas, põe os outros no seu idealismo e, em 90% dos casos, elas acabam machucadas.
Os que são pela verdade. Porque a verdade é como eles acham que é a verdade. São uns prepotentes.
Os que são pelo certo. Variante do anterior, mas mais despóticos ainda.
Prefiro poder me permitir ser um, em momentos adequados, alienado, frívolo, meio bobão.PS. Mussolini proibia fotos em que aparecesse rindo ou se divertindo. Ele era um homem sério...

3 comentários:

Anônimo disse...

Acredito que não seja apenas por se tratar de um filme "escapista, alienante, devaniante, etc. e tal" que tenhas gostado do Mamma Mia... mas, também porque a música, a temática, as (os) personagens, a lenda de Afrodite, o cenário paradisíaco, praia, corpos jovens e seminus além dos diálogos e questionamentos ali postos, remetem quase que de imediato à nossa juventude! Aquelas cenas - pensa bem - estão todas elas registradas num canto qualquer da memória de cada um de nós (adolescentes dos anos '70)... E, ao assistir o filme, cutucamos bem de leve nossa "caixinha" de lembranças guardadas a sete chaves!

Carlos Eduardo Carrion disse...

Quanto a isto, meu caro amigo, não tenho a menor dúvida. A mim me remeteu várias vezes às salas do cine Gran Rex, ou do Avenida. Excepcionalmente ao Internacional. Um abração

Anônimo disse...

Outro motivo que esqueci de citar é que na minha Macondo (e certamente também na tua) muitas festas foram 'embaladas' ao som dos LPs (do you remember???) do ABBA!
Ah! não existe a opção "anônima disse..."
Abraço retribuído.