domingo, 20 de julho de 2008

A MORTE DA DERCY GONÇALVEZ

Lamentei a morte da Dercy. Não pela grande atriz que ela foi. Mas por que ela me curou de uma neurose infantil numa só sessão.
Conto-vos.
Quando foi lançado o filme O CANGACEIRO, um sucesso, meu pai e a minha mãe me levaram junto. Devia ter uns 6 anos. Naquela época era comum levar-se os filhos pequenos junto. Aliás, na Argentina e no Uruguay, até alguns anos atrás, pelo menos, se continuava a levar os filhos bem pequenos ao cinema.
Eu já vinha meio traumatizado pelo filme O MANTO DE CRISTO. Com o Cangaceiro o caldo entornou de vez. Não quis mais ir ao cinema. Só as matinais do Tom & Jerry.
Lá pelas tantas meu pai começou a ficar preocupado, pois nos domingos eu ficava muito isolado, já que toda a gurizada ia para as matinês, que lá iam da 1h até as 7:30hs (Três a quatro filmes.).
Iniciou então uma campanha. Nós dois sairíamos para jantar fora (então uma novidade) e depois iríamos ao cinema. Na primeira vez fui meio cabreiro. O filme era CALA A BOCA ETELVINA, com quem? Com quem? Com a Dercy. Ri a mais não poder. Estava curado.
Quando eu estava lá pelos 50 anos fui a uma peça com a Dercy, lá no Teatro Leopoldina. No final ela vendia um livro com a sua autobiografia e fazia uma sessão de autógrafos.
Na minha vez eu disse:
-Olha Dercy, o meu pedido é por causa ....
Quando eu terminei, ela respondeu.
-Tu qué me comer ou quer um autógrafo?

Esta era a Dercy, até na hora de dar um autógrafo.

2 comentários:

Maroto disse...

homem é tudo igual. Primeiro some. Depois volta botando culpa, dizendo que ela é que não o merece porque deixou de dar atenção. Aí fala de outra - pior ainda neste caso, em que o discurso é de saudade da finada. Também não quero saber das tuas 8 coisas, viu? Humpf!

venuss disse...

Pois eu achei que estavas longe da net justamente pra FAZER as tuas 8 coisas. Por isso não me atrevi a te convidar só a PENSAR nas 8 coisas.
;-)
(Me saí bem... me saí bem).