domingo, 20 de julho de 2008

ALIENAÇÃO

Ontem fui jantar com um casal de amigos no Komka, uma churrascaria prá lá de boa, barata e, para quem não é exigente, “direitinha”.
Lá pelas tantas o meu amigo me chama a atenção.
“-Tchê, olha só que absurdo: Na mesa ao lado, uma mesa de umas seis pessoas, parentes, aparentemente, uma menina dos seus 4 anos sentada no colo do que parecia ser seu pai, com um destes aparelhinhos de vídeo portátil. A criança completamente absorvida e alienada do que ocorria ao redor. Realmente não estava incomodando ninguém. Estava alienada de tudo e de todos.”
Poucos minutos depois, numa mesa grande, com umas 12 pessoas, no que parecia uma festa familiar, dois garotos dos seus 10/12 anos, com seus MP3, mostravam-se na mesma situação.
Depois os pais reclamam de que os filhos não querem conversar com eles, que não há diálogo, que os filhos são uns alienados, que não sabem o que está ocorrendo ao seu derredor.
Em casa fui ver um filme Paranoid Park, que trata da história de um adolescente, boa gente, que mata sem querer uma pessoa e se dá conta que vive em meio a um vazio. No filme não existe diálogo, comunicação entre adultos e jovens.
MAS PORQUE DEVERIA SER DIFERENTE? Parece que o importante é apenas que as crianças não incomodem. Não pretendo que adultos, crianças, adolescentes sejam da mesma turma.
Mas que existam pontes para um diálogo, que não sejam as das reclamações, puteadas e etc.
Depois têm alguns pais que se dizem chocados pelo que os filhos fizeram. "Fui pego de surprêsa". "Nunca imaginei que o Fulaninho fosse capaz de fazer..."

Um comentário:

Anônimo disse...

quando eu era criança sempre achei um saco aquelas jantas com adultos, era uma chatisse, não tinha o que fazer.

ahhhh, se eu tivesse na época um joguinho desses...

teria me dado prazer, mas um prazer...