domingo, 25 de maio de 2008

Rapidézima do Teatro da Vida II

Encontro com um amigo de infância, grande galã, comedor etc. e tal.
Conversamos um pouco quando chega a filha dele, de uns 18 anos, na época.
Linda, graciosa, feminina e sensual.
Dá um beijo em nós e sai.
Comento com ele:
-E aí? Grande comedor, o papa todas, e agora? Já imaginou, cada barbado que chegar nela tu imaginando o que tu fazias, ou queria fazer?
-Isto eu tiro de letra. O que eu não estou preparado é para o meu filho chegar e me dizer:
-Pai, o Jorginho vai dormir lá em casa, na minha cama e comigo!
Pensei com meus botões. Realmente, sempre tem algo novo pela frente!

Rapidézima do Teatro da Vida

Press Café, Shopping Moinhos de Vento, 17hs, um dia de semana qualquer.
Eu, um adulto maduro de 59 anos, tomando suco de laranja e bisbilhotando ao meu derredor.
Na mesa ao lado duas adolescentes dos seus 40 anos, as voltas com seus cafés.
Entra um vetusto senhor dos seus 50 anos, portador de uma barriga tipo prateleira. Cumprimenta as duas, rapidamente, de uma maneira vexada.
Comentário de uma delas:
- E dizer que eu tive coragem de dormir com este cara quase um ano!
Resposta da outra:
- Eu também!
A primeira a olha espantada!(Pano rápido)

terça-feira, 20 de maio de 2008

EU e ELE

Antes de tudo, aviso aos navegantes.
Se alguém pensa que este é um registro biográfico, ou auto biográfico, esqueça. Ele é baseado em anos de experiência, conversas, registro de fatos, que faço sem cumprir regras da ABNT, ou acadêmicas.
Não é por isto que ele vai ser menos verdadeiro. Talvez, até por isto, possa ser mais verdadeiro, de vez que, assim, a criatividade fica mais solta. Ela, deste modo, não precisa submeter-se a regras que afastem o relato de sua humanidade.
EU E ELE

Nossa relação vem de longos anos. A bem da verdade estávamos juntos já lá no útero. Dizem alguns, que já nesta fase nós nos relacionávamos. Não me lembro.
As primeiras lembranças vêm dos meus três, quatro, anos. Mais memórias sensoriais do que qualquer outra coisa. O que EU sei é que sempre tinha alguma tia chata que mandava nós pararmos de brincar. E, para evitar que nós voltássemos aos folguedos, ficavam fazendo aquelas brincadeiras idiotas que as tias fazem quando temos esta idade. Com exceção de uma que me levava a tomar sorvete de chocolate e Coca-Cola. Nesta hora EU dava uma de egoísta e deixava ELE a ver navios.
Depois, lá pelos 7/10 anos, nosso entendimento melhorou muito. Descobrimos como brincar, quando brincar. Às vezes Ele me surpreendia, me convidando para brincar nos momentos mais inesperados; às vezes até inadequados. Mas não posso me queixar dele. Sempre que EU o convidei para brincar ELE topava.
Dos 11 aos 14 anos, a nossa relação sofreu mais algumas modificações. Sempre que EU via determinadas coisas ELE se manifestava. Propunha jogos, brincadeiras, que nem sempre eram possíveis. Aliás, nesta época, ELE propunha tantas brincadeiras que chegava a se tornar inconveniente e EU tinha que, freqüentemente, dizer não a ELE.
Em compensação, neste período ELE me deu uma surpresa agradável que me pegou desprevenido. Uma noite, lá estávamos nós num vai e vem de prosa, quando ELE se comportou de uma maneira diferente, brincou de vulcãozinho. Foi tão boa a brincadeira que acabamos repetindo. Dali há algum tempo estávamos que nem o Hawai e o vulcão Kilauera.
Bom, a partir de então aquilo que era freqüente virou rotina. Foram criadas algumas variantes da brincadeira que só serviram para solidificar ainda mais os nossos laços de amizade, companheirismo e admiração. Principalmente da minha parte.
Já dos 14 aos 17 anos passamos por uma espécie de crise. ELE se tornara saliente demais. Queria estar sempre recebendo atenção. Não foram poucas às vezes em que se entesava tanto em suas convicções que se tornava incomodo. Para não dizer que causava dores com as suas intransigências.
Neste meio tempo surgiu mais um fator complicador que foi a presença das mulheres. Bastava ver uma que ELE já ficava todo eriçado, afoito, fogoso, reclamando da minha covardia, inércia. Para piorar as coisas, estas tais de mulheres, na época, não colaboravam muito para a estabilidade da relação entre EU e ELE.
Mas um dia, felizmente sempre tem um dia, em que se abriram as cortinas e as tais mulheres passaram a fazer parte de nossas vidas.
Isto foi ali pelos 18/24 anos. Neste período o único problema foi que ELE virou um consumista de marca maior. Sempre insaciável, criando muitas vezes problemas por conta das suas exigências, que, por descabidas, não podiam ser atendidas.
Dos 25 anos até meados dos 40 a relação foi tranqüila e satisfatória. Aprendêramos a nos conhecer e a respeitar necessidades e limites.
Só que, em meados dos 40, numa brincadeira de metralhadora com uma menina, pela primeira vez a metralhadora trancou após o 3º disparo. Foi preciso dar um tempo para que ela começasse a funcionar novamente. Mas estes engasgos na “machine gun” aos poucos foram se tornando mais freqüentes. No início dos 50, os engasgos passaram a ocorrer entre o 2º disparo e o 3º. Finalmente na entrada dos 60 os engasgos passaram a ocorrer entre o 1º e o 2º. A relação entre EU e ELE passou a apresentar alguns sinais de desgaste. EU não confiava mais plenamente n’ELE e ELE sentia-se pressionado por EU.
Mais para o final dos 60 surgiu o problema de que a caligrafia do ELE começou a piorar. Ficou mais sinuosa. Às vezes não dava para entender. Em algumas ocasiões deixou de fazer os temas de casa.
Felizmente, qual a cavalaria do exército americano, que chegava quando parecia que não havia mais salvação para os colonos cercados pelos cruéis índios (Visão Politicamente Incorreta.), ELE e EU fomos salvos pelas pílulas mágicas.
Agora, como cowboys, cavalgando rumo ao por do sol, EU e ELE vamos juntos até que a arteriosclerose ou o Alzheimer nos separe. Ou que a Velha Senhora nos junte para a Longa Jornada da qual ninguém retorna.




domingo, 18 de maio de 2008

IDÉIAS PERIGOSAS



Quem me conhece sabe que eu sou um comodista de marca maior.

Adoro ir para fora, ir para campanha, entrar em contato com a natureza.

Desde que não tenha que fazer força!

Por isto o sítio dos outros, a fazenda dos outros, andar por matas civilizadas, são atividades bem gostosas para mim.

Por outro lado, eu ter um sítio é igual a eu ter uma amante argentina, com filho, ou seja, é meu sofrimento garantido ou seu dinheiro de volta.

Mas no Dia das Mães fui ver a minha que estava no sítio da minha irmã e vi esta paisagem.
Sabem que, lá no fundo, bem no fundinho, confesso-vos, surgiu a idéia de ter um sítio. É lógico que a idéia foi assassinada assim que me lembrei que tem que ter caseiro, consertar um sem número de coisas, que as plantas não param de crescer, que os insetos são a espécie mais numerosa do planeta e por aí vamos afora.

Nestas horas me dei conta de como é perigoso ser impulsivo.

SOBRE O RITMO SEXUAL



Uma das queixas comuns no consultório, no DÚVIDAS ENTRE LENÇOIS (Vida Feminina – Clic RBS), é o de que “eu quero, mas ele(a), nunca está a fim”, ou “eu quero mais variações, mais depravação na cama e ele(a) só quer ficar no papai-e-mamãe”.
Aí fico eu a me perguntar:
No caso de haver sido assim desde o início (Se o problema surgiu depois, tudo bem, a vida nos traz mudanças. Nestes casos se tem de ir procurar um tratamento, ou outro tipo qualquer de solução.) por que foram casar, ou por que mantém este relacionamento?
Quando se sabe (Se sabe mesmo?) que um relacionamento para ter uma razoável estabilidade na vida conjugal, se necessita que os dois se amem, tenham a capacidade de fazer uma boa vida sexual, se admirem e saibam, administrativamente, criar uma vida confortável.
O FICAR e o NAMORO, existem justamente para isto, para que as pessoas se conheçam, saibam como elas são, para experimentarem se são, ou não, capazes de viver juntas e felizes.
A pergunta que não quer calar dentro de mim continua sendo esta:
A troco de que foram casar, ou mantém este relacionamento frustrante?

À MANEIRA DE CHUANG TZU*

Quando acordo em certas manhãs, havendo tido um pesadelo, ou um sonho bizarro, e leio o jornal com as notícias do dia, frente a algumas manchetes fico pensando no dilema que Tzu criou: “Sonho que sou uma mariposa. Quando acordo me pergunto se não sou uma mariposa que sonha que é um homem.”
* Chuang Tzu - Filósofo chinês, séculos III e IV A.C. .

sexta-feira, 16 de maio de 2008

DO DRAMÁTICO DA VIDA

Esta foto me tocou.

Fazia parte de um conjunto de fotos sobre crimes nazistas da II Guerra Mundial. Tem cenas terríveis. Que eu já havia visto.

O que me tocou nesta, razão pela qual eu a publico aqui, é por que ela retrata uma destas dicotomias do ser humano.

Sob o fundo de uma casinha típica alemã, provavelmente bem colorida, cuidada, limpa, aconchegante, com arbustos, flores, talvez gerânios; marcha uma multidão de mulheres, crianças, velhos, provavelmente a caminho da Morte.

Muito Humana, demasiadamente Humana.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

O QUE SERÁ QUE ISTO SIGNIFICA?

Na Globo, semana passada, em horário nobre, uma baita reportagem sobre uma corrida saudosista do Emerson Fittipaldi em carros GT, tirou 8º lugar e depois, no Fantástico, a reconstrução do Calhambeque do "Rei Roberto Carlos" dirigida pelo Emerson.
Como todo mundo aí é profissional, não pregam prego sem estopa (Alguém sabe dizer o por quê desta expressão?), fico pensando:
O que será que estão preparando para nos vender?
Cartas para a redação.

terça-feira, 13 de maio de 2008

MAS ESTA MUIERADA TÁ IMPOSSÍVEL



Com a pílula, o carro, o seu próprio dinheiro e o celular, o mulherio ficou impossível. Adonou-se da sua vida e dá as cartas e joga de mão.
Mas, porém, todavia, contudo, vi-me frente a um dado que me deixou pasmo, embasbacado,
assombrado, admirado.
Vocês sabiam que uma pesquisa descobriu que, de cada dez crianças, uma não seria filha de quem pensa que é o pai.
Isto foi descoberto em uma maternidade inglesa. Resultados semelhantes foram encontrados em uma maternidade da grande Buenos Aires.
Cientistas mexeriqueiros resolveram fuxicar em árvores genealógicas com testes de DNA e descobriram praticamente a mesma coisa.
Ou seja, a coisa vem de longe.
Razão parece ter o meu amigo Patinho que vive a dizer: -Mochinho, mochinho, ninguém morre mais!!

SOBRE ESPÍRITOS, ou FILOSOFANDO UM POUCO

Você sabe para onde vai quando morrer? Não, não estou falando do seu corpo. Falo da sua alma. Cada religião tem a suas(s) opção(ões). Mas ninguém me mostrou ainda uma fotografia deste lugar.
Mas de onde viemos? A sementinha do papai se encontrou com a sementinha da mamãe e você nasceu. Mas e a tal alma? Já existia antes do encontro? Formou-se no encontro? Foi-se formando ao longo do desenvolvimento fetal?
E se formos eternos espíritos que vagam por aí. De vez em quando tomamos conta de uma massa orgânica, que se transforma no que chamamos de corpo, que um dia entra em falência e desaparece? E voltamos a ser novamente a ser só espíritos?
Será que não pode ser assim?
Oh! Dúvidas cruéis!

domingo, 11 de maio de 2008

UMA QUESTÃO DE CONCEITO

A frase, acho que é do Dante, na Divina Comédia, quando fala de Hugolino, “O inferno não é um lugar terrível, é um lugar onde coisas terríveis ocorrem”.
Esta é uma citação terrível. Porque ela dá a dimensão humana ao terrível, ao cruel, ao brutal, ao horror, ao ...
O austríaco tarado, louco, pedófilo, etc. e tal, também disse: “Eu não sou um monstro, eu fiz coisas monstruosas!
E aqui está toda a hediondez da realidade.
Por que é um ser humano, e não adianta tentarmos atenuar os fatos, ou distanciá-lo de nós, dizendo o eufemismo “um dito ser humano”, quem decide se fará, ou não fará, isto, ou aquilo.
E é esta opção quem gera o horror.

sábado, 10 de maio de 2008

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES

Hoje, indo ao super e ao shopping, dei me conta que, para os FILHOS HOMENS, MÃES, suas MÃES, não transam.
Principalmente se elas não mais estiverem com seus pais. Com o pai, obrigado pelas circustância eles até admitem, mas com restrições. Seja estando elas solteiras, sejam estando com um namorado ou, até mesmo, um novo marido.
Claro que esta constatação não foi construída hoje. Ela é fruto de anos de observação, seja na vida privada ou profissional. Da literatura, do cinema, do acompanhar a História.
Mesmos aqueles filhos, ditos liberais, evoluídos, despreconceituados, em relação as suas mães comportam-se como se a vida sexual delas não existisse. E elas, como se não a tivessem.
Diriam eles:
“Eu sei que existe uma vida sexual, mas faço de conta que não vejo, não observo, não constato, não quero saber.”
Diriam elas:
“Eu sei que eu tenho uma atividade sexual, mas me comporto como se não tivesse, não pensasse nisto, não quisesse.”
Em Psiquiatria se diria que está aí a prova viva, inequívoca, absoluta, concreta, inquestionável, da existência do tal Complexo de Édipo.
Na cosmogonia cristã então nem se fala. A mãe de Jesus nem sequer com José transou.
Os Judeus foram mais radicais ainda. Dispensando uma Deusa, ou qualquer outra entidade, evita-se a cópula e, portanto, a sua possibilidade de repetição.
Nestas horas tenho de me abrir para os Gregos. Todo mundo, no Olimpo, transava com todo mundo e o mundo não caia, não explodia, não se esborrachava, não desaparecia. Tinham peito estes gregos.
Hoje, tomado de meu mais alto e puro espírito helenístico, enfrento os meus preconceitos e declaro.
MÃES DO MUNDO, ESTAIS HOJE, POR MIM, LIBERADAS PARA TRANSAR!
ROMPEI POIS ESTAS CADEIAS, ESTES GRILHÕES, ESTAS CORRENTES, ESTAS AMARRAS, ESTAS GRADES QUE VOS PRENDEM E HUMILHAM.
TRATEM DE APROVEITAR A VOSSA VIDA POIS, UM DIA *, ELA FINDARÁ E PODE SER QUE NÃO A TENHAIS APROVEITADO COMO TERIEIS CONDIÇÕES, DIREITO, QUIÇÁ OBRIGAÇÃO**.

UM FELIZ DIA DAS MÃES!
*Nestas horas a gente também tem dar um tom profético, soturno para maior credibilidade.
**Quem me diz que não é esta a vontade daquele que tudo sabe e tudo pode? Que esta vontade, desejo, não foi modificada pela letra de um homem, talvez conduzido por SATANÁS?
Um certo tom messiânico também é necessário nestas mensagens mais fortes.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

POR QUE NÃO QUEREM QUE NÓS TRANSEMOS

Toda religião que se preza, pelo menos das hodiernas, ou põe restrições à vida sexual ou tenta regulamentá-la.
Se existir alguma exceção é só para ratificar a idéia de que não existe regra sem exceção.
Alguém já parou para pensar no por que?
Eu acho que é porque nesta hora podemos criar um outro ser, como soem dizer que Deus fez e é capaz de fazer.
Eu acho que, porque nesta hora, principalmente na hora do orgasmo, nós nos sentimos únicos, imortais, infinitos, nada mais tendo importância, nem Deus, nem Religiões, nem regras.
Como diria o inefável, trágico, inesquecível, gorila de smoking, o político lúcido da realidade eleitoral paraense, Jarbas Passarinho.
-Às favas todos os escrúpulos!!
-Vamos transar e gozar!

terça-feira, 6 de maio de 2008

UM MOMENTO DE ORGULHO

Meus autores literários preferidos são:
Homero, Xenofonte, Eurípides, os gregos dos séculos V e IV AC, Maquiavel, Shakespeare, Stendhal, Dostoievski, Nietzche, Machado de Assis, , Par Lagerkvist, Camus, Jorge Luiz Borges, Jose Saramago, Mario Vargas Llosa, Ismail Kadaré, vários outros e Millor Fernandes.
Pois bem, andei escrevendo no ano passado uma série de artigos sobre o projeto de lei do sr. Aldo Rebelo, que propunha um engessamento da língua portuguesa ao proibir estrangeirismos (sic). É lógico que o que eu escrevi deve haver causado pouca repercussão.
Lendo a VEJA de 13 de fevereiro de 2008, vejo Millor escrevendo sobre o mesmo tema, com mesmo enfoque meu, é lógico que com um espírito mordaz que eu invejo e gostaria de ter.
Ter escrito o que eu escrevi, antes do Mestre, me fez inchar de orgulho, prazer.
Por isto, ponho aqui a crônica do Millor.
Com isto posso dizer:-Sabes, Eu e o Millor escrevemos há alguns dias sobre este tema!
Eis o artigo do Millôr


LÍNGUA, PRA QUE VOS QUERO?
Linguagem. Ainda e sempre.
Voltando ao dr. Aldo Rebelo, que outros preferem Rabelo.
Como o senhor é um nobre batalhador pela pureza da língua (se fosse geneticista ou hitlerista proibiria também as moças brancas de transar com escurinhos e os negões de transar com louras burras, e estaria condenada essa execrável miscigenação), lembrei-o de que a mais brasileira das palavras é futebol.
E tem mais, nobre deputado (é nobre ainda, deputado?), futebol talvez seja hoje a mais universal das palavras. Estrangeira em toda parte. Nacional em todo lugar.
E o senhor sabe que, no passado, os aldos rebelos de então, numa tentativa de evitar a introdução no país do termo football, lutaram pra que o esporte se chamasse ludopédio? Ou, melhor ainda, pebolismo? Como o senhor, lingüista emérito, já percebeu, não colou. O esporte, estrangeiríssimo, este, sim, colou. Colou aqui, colou ali, colou até na China. Onde se chama, é verdade, .
E, o senhor sabe?, sei que sabe, que a posição dos jogadores ou os próprios jogadores pela posição se chamavam goal-keeper (pronunciava-se gol quíper), back, half, center-half, ou forward, center-forward? E que o juiz se chamava não juiz como agora, que pode até se confundir com os do Supremo de frango, mas, veja só, meritíssimo, referee?
Sabe o que aconteceu? Sem nenhum legislador pra ensinar ao povo, o povo tomou a rédea nas mãos – ensinou aos legisladores. Povo tem que ser controlado, como sabemos todos nós do PCB.
Por isso temos hoje o goleiro, o zagueiro, o meio-de-campo, o avante e por aí vai. E referee passou a se chamar juiz. Não é estranho? Tudo isso sem legislação.
Porém, se não é estranho, é muito curioso, mas ninguém repara. Os times se chamavam, como ainda se chama o meu glorioso Fluminense, Fluminense Futebol Clube. Em nossa língua deveria se chamar não Futebol Clube mas Clube de Futebol. O adjetivo antecedendo o substantivo é puro anglicismo. Mas não é natural, doutor? O esporte bretão (era chamado assim, meritíssimo), como o nome indica, vinha da Inglaterra.
Quanto ao córner virar escanteio, sou contra. Corner era muito melhor.
Como diria o Jânio (Quadros): "Que língua, a nossa!".

JUVENTUDE 1 X INTERNACIONAL 0; INTERNACIONAL 8 X JUVENTUDE 1

Não é que futebol não tenha lógica.

Nós é que ainda não aprendemos a entender a lógica do futebol devido a quase infinidade de variantes.

O PÚBLICO E O PRIVADO

O caso Ronaldo Fenômeno põe estes conceitos novamente em confronto.
Num primeiro momento todos parecem concordar.
Todo Homem (ou Mulher) Público tem direito a sua vida Privada.
-Certo?
-Não! A Prática nos diz que não.
E entre o que diz a Teoria e a Prática, a Prática, mais pragmática, mais verdadeira, mais concreta, acaba sempre tendo razão.
Aliás, um presidente, ou senador, norte-americano, de meados do século passado já dizia:
-Se um Homem se diz ser um Homem Público, ele é Público. Ele não consegue mais ser Privado. Tudo que ele fizer, e for por outro, ou outros, visto, público se tornará.
-Então ele não terá direito a uma Vida Privada?
-Direito ele terá, mas não conseguirá, na prática, com freqüência, exercer este direito.
-Mas um momento! Todo mundo tem direito a sua privacidade.
-Balelas! A Prática nos mostra que não é assim. E, com exceção de Idealistas, de Utopistas, de Teóricos, todo mundo sabe que é a Prática quem determina como o mundo deve ser. Pode não ser o ideal. Pode não ser ético. Pode não ser o que a Moral e os Bons Costumes dizem que deve ser. Mas é assim que acaba sendo.
Os que não se adaptam a esta realidade acabam por sofrer as conseqüências, por mais razões teóricas que tenham.
Não vou discutir a sexualidade do Ronaldo Fenômeno. Não vou discutir o indiscutível direito que ele tem de ter a vida sexual que entenda como adequada para ele. Só vou ter de avisá-lo:
-Tu és um Homem Público. Não te tiro o direito de fazeres o que bem entenderes de tua vida. Mas não posso tirar o direito, de quem quer que seja, de comentar sobre as tuas atitudes.
Posso pensar:
-Por que um sujeito com a grana que tu tens, foi escolher um travesti de aparência tão chinfrim?
-Por que dizer “eu não sabia que era um travesti?”, quando qualquer um não ingênuo é capaz de sentir-se afrontado, por perceber que estão menosprezando a sua inteligência, ao imaginar que alguém fica um tempo ao lado um travesti sem se dar conta que é um travesti, quando este alguém já saiu tantas vezes com mulheres, daquelas que despertam inveja em um querubim?
Mas só se pode fazer estas perguntas porque tu és um Homem Público. Se fosses um Chinelão Qualquer, ninguém, ou quase ninguém, teria sabido do ocorrido.
E nisto está a Glória e a Tragédia de ser Um Homem Público, ou um Chinelão Qualquer.