quinta-feira, 29 de abril de 2010

Os amigos

Estive este fim de semana em Livramento. Fazia um bom tempo que eu não ia a Livramento lato senso. Me limitava a ir ao free shop, dava uma passadinha no cemitério, encontrava um ou outro amigo, por acaso e se finito. Sou hoje um bicho do mato, infelizmente. Mas desta vez, graças a Gislaine, e ao Aguirre, que me desentocaram, tive a oportunidade de rever os amigos.
Que coisa boa!
Nestas horas parece que o tempo não tinha passado. O Aguirre continuava sendo o cara afetivo, inteligente, de bom humor, que deixa a gente à vontade. A Sandra continua com aquele olhar que o Chico Buarque colocou nos versos “parece sempre portar um mistério” é discreta, mas quando fala tem o que dizer. A Carmita continua aquela mulher forte, determinada, que sempre foi, desde os 12 anos de idade. O Miguel é aquele gênio que não parece ser gênio. O Valdir eu o conheço desde os seis anos de idade, é incrível, mas eu não consigo descrevê-lo, talvez porque, não parecendo, é a personalidade mais ricamente facetada de todos nós. A Gislaine é um trator de para fazer e criar coisas para o mundo, se quiser é vereadora, deputada, que ganha de rebenque em pé. A Maira é a quieta, afetiva e efetiva. E tantos outros que não vou citar, não por outro motivo que não tornar esta lista interminaaaavel e maçante.
Exceções: A Maria Beltrão, o Rolim (Pirata, meu eterno presidente do Comercial dos Áureos Tempos), a Leda Guerra, amigos dos meus pais, amigos meus, pais dos meus amigos. E novamente interrompo a lista para não me tornar enfadonho.
Mas que coisa boa foi ter estado com todos vocês. Vocês todos, e os que não citei, tornaram esta ida UMA IDA A LIVRAMENTO, e não uma viagem de compras.
Claro, o Gelon não estava, aliás, acho que existe uma maldição aí, nunca conseguimos nos encontrar. O pessoal do Hotel Jandaia conseguiu dar uma acolhida de lar. O que ajudou a tornar esta viagem mais emocional. Poderia continuar por muito tempo a citar nomes e situações, mas o meu paciente chegou.
Mas todos vocês podem ter certeza, conseguiram criar momentos que ficam guardados “no lado esquerdo do peito”. Ou, como diz o meu amigo Patinho, “que seria da vida se não fossem os amigos”.
Um abração e um beijo em todos vocês.
Carlos Eduardo Carrion Vidal de Oliveira, o Quadrado.

A Tragédia de Medéia É Possível

Quando alguém me diz que acha inacreditável e me pede que eu explique porque um pai, aqui em Porto Alegre, matou os três filhos e depois se suicidou; para vingar-se da mulher que queria separar-se dele e que teria uma vida no Inferno, depois disto, respondo.
Porque ele estava louco e a loucura tem uma lógica diferente da dita sanidade. Aliás, meu amigo Paulo Burd já me havia alertado de que na tragédia de Eurípides – Medeia, a personagem Medeia mata os filhos para vingar-se do esposo Jasão que a havia traído. Mas ela teve que carregar esta responsabilidade (Na antiguidade grega o conceito culpa não existia, existia era o conceito de ser responsável. O conceito culpa vem dos textos bíblicos.) pelo resto da sua vida.
No caso presente, o assassino se exime desta culpa suicidando-se. Duvido que o fizesse por culpa, ou remorso.
O que me chama a atenção é que, tanto Medéia, como este homem, eram loucos, mas plenamente conscientes do que estavam fazendo.
Por isto me irrita quando, na maior parte das vezes, se trata na justiça, na nossa justiça, um louco, um tarado, como um não responsável ou quase não responsável, por ser louco.

Na justiça americana se avalia se o sujeito é louco, mas também se ele é, ou não, consciente de seus atos. O mesmo se aplica no caso de menores. Felizmente parece que lentamente estamos mudando os nossos conceitos.
Pois, quando alguém descobre uma brecha, pode se estar certo, é por ali que os ratos vão se enfiar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

AINDA SOBRE IMPOSTOS E SAÚDE

Todo mundo parece que está de acordo que saúde em primeiro lugar. Mas na prática, é assim?
Fui convidado para dar uma palestra em Livramento. Aproveitei para dar uma chegada em Rivera. E lá entrei numa farmácia, para especular, e por que sou um hipocondríaco light. Saí doente.
Gostaria de saber por que um produto que aqui no Brasil custa de R$18,00 até R$24,00, o comprimido; lá custa R$30,00 a caixa com 20 comprimidos, sendo que a resposta clínica, me contaram, é equivalente.
Ou uma injeção, que aqui chega custar R$400,00, lá custa R$58,00. Fiscalizada pelo governo.
E por aí vai...
Não estou falando de remédios do Paraguay, ou da Bolívia. Falo de um produto Uruguayo.
Alguém me explica? E, se me explicar, pode dizer por que não fazemos aqui o mesmo processo, de vez que: “SAÚDE EM PRIMEIRO LUGAR”.

IMPOSTOS

Realmente, imposto é algo que tem de ser imposto. E só pode ser imposto porque o outro é mais forte, ou porque nós nos resignamos e ficamos de quatro.
Outro dia numa reportagem, não sei se no Fantástico, ou no Jornal Nacional, mostrava que uma lavadora que saia para o consumidor em torno de 1000,00 reais, custava em verdade 400,00 reais, o resto, 600,00 reais era de imposto.
Porque os nossos comerciantes não adotam o sistema de, ao colocar os preços, discriminarem: Tanto do preço do produto, aí incluído o seu lucro, que não precisam discriminar, total não vou querer que eles joguem contra eles mesmos, e tanto do que estamos pagando de imposto. Talvez com isto nos sentíssemos mais donos do governo e nos tornássemos mais atuantes. Total, todos os governos dizem que são um governo do povo. Nada mais justo que eu saiba o que eu estou pagando para mim através dos impostos. Mas acho que estou pregando no deserto, ou para o Nada.

domingo, 18 de abril de 2010

Este fim de semana fui a uma palestra sobre moda, organizada pela minha mulher, Débora Elman, que é coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda e o de pós graduação em Especialização em Moda, Criatividade e Inovação.
Trouxe para falar a Carol Garcia que é uma entendida em moda, mas com profundos conhecimentos na área da antropologia e economia.
Fiquei impressionado com alguns dados. O quanto a Moda mexe na economia, 5% do PIB brasileiro, por exemplo. Já imaginaram quantos milhões, ou bilhões isto significa? Ou na criação de empregos, que vai desde a plantação dos vegetais que vão criar os fios, comercialização, transporte, construção civil de lojas, propaganda, vendas, design, etc. e tal. Quantas pessoas são empregadas? Milhões. E depois vem alguém nos dizer que moda é assunto supérfluo...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Contradições Humanas

Estive este fim de semana em um Congresso de Medicina em Passo Fundo. Tratamento nota dez. Conversei com vários médicos. Aí eu fico comparando a vida deles com a minha que moro em uma cidade grande (grande em relação a Passo Fundo). Se eles gastam 20 minutos de carro o dia inteiro, eu gasto este tempo só para ir para casa. Com o preço do m2 daqui se compra dois ou três lá. A questão da insegurança é muito maior aqui, embora, é lógico, lá também existam problemas. Sempre argumentamos que aqui tem mais teatros, cinemas, espetáculos, livrarias, etc. Mas, em geral, chegamos tão cansados ao final do expediente que queremos ficar em casa. Nos fins de semana, muitos vão ... para um sítio, para um apartamento na serra, ou no litoral, enfim no interior. Mas se falam para nós, que devemos ir para o interior para levar uma vida mais tranqüila, a nossa resposta é sempre um sonoro NÃO!!!
Vá a gente se entender...

domingo, 4 de abril de 2010

UMA DÚVIDA QUE NÃO QUER CALAR

Com a morte de 30, 40, ou mais pessoas em cada atentado no Iraque.



Com dezenas de mortes no trânsito em cada fim de semana e centenas nos feriadões, aqui no Brasil.



Com Israelitas, Palestinos, Árabes em geral, brigando constantemente, e entre si (Hamas x Fatah; xiitas x sunitas).



Fora outros conflitos. E isto é uma continuação de muitos outros episódios ao longo dos séculos.



Fico a me perguntar. Seremos uma espécie viável?!!!!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

NÓS E OS NARDONI

Mesmo quem não se grudou nos noticiários sabia que havia um julgamento em curso e que se tratava do caso de um pai e uma madrasta que supostamente haviam matado uma menina, filha do primeiro, enteada da segunda.
As provas contra o casal eram contundentes. A condenação era esperada e era quase uma convicção nacional.
Quando foi lida a sentença, as pessoas em frente ao Fórum torciam como se torce por um time de futebol. Quando a condenação foi confirmada houve uma comemoração como se um gol fosse cometido.
Por que isto?
Ouso pensar que ao lado de várias probabilidades se alinha esta.
Se comemorava como nós, não Nardonis, somos sadios. Nós que tantas vezes tivemos vontade de dar um peteleco, uma palmada, um pontapé na bunda, um croque na cabeça, talvez até uma esganada numa criança arteira, ou gritona, ou chorona, ou... , conseguimos nos conter e não nos transformarmos em um Casal Nardoni.
Nós não fazemos aquilo!
Estarei tão errado em pensar assim?