domingo, 6 de dezembro de 2009

Estávamos eu e a Débora na av. Carlos Gomes em Porto Alegre quando eu comentei que me dava conta que nossa cidade lembrava aqueles casos em que a arteriosclerose vai tomando conta do sujeito e ele continua comendo os seus pastéis, doces, carne gorda, tudo isto regado a muito chopp. Não toma medidas efetivas para interromper o processo. O mesmo vejo ocorrer com o nosso trânsito. As medidas são paliativas e tardias.
Ai a Debora disse algo que me parece fundamental.
Não se pensa em termos de 20, 30 anos. Quando muito para um mandato. Sendo que não se leva adiante, em muitos casos, o que o prefeito anterior criara, pois jamais se deve dar colher de chá para os adversários.
A sociedade civil não se mobiliza, engenheiros, administradores, médicos e outros não apresentam planos concretos para longo prazo. Em geral a justificativa é a mesma. “Não adianta, os políticos só pensam neles mesmos, se não der voto, se contrariar interesses imediatísticos, qualquer plano vai pras cucuias. Prá que perder tempo?”
Continua-se a pensar que Porto Alegre tem 400.000 habitantes e tem todo o tempo do mundo para tomar alguma providência.
E aí vamos nós.
Uns são míopes.
Outros interesseiros.
Outros desistem.
Outros, como eu, se limitam a protestos isolados.
E la nave va... A caminho do atoleiro. Junto com a vaca que foi pro brejo.

3 comentários:

Luiz Antonio disse...

Como colaborador do ZH ZONA SUL, fui convidado a dar opinião sobre as obras da copa 2014 (para região sul da cidade), que prevê apenas duplicações de vias (de emissão de CO2, diga-se de passagem) e nada mais. O trânsito é caótico, mas só desafogá-lo é tarefa não cumprida há mais de 50 anos. Agora será feita as pressas,qdo o planejamento já deveria ser focado em outros aspectos. Segue meu texto, enviado a ZH, que é bem cabível no teu post.

"As duplicações irão facilitar a vida de quem se desloca para a zona sul, mas Porto Alegre "É DEMAIS" e merecia muito mais. Já deveria ter planejamento pronto para os próximos cem anos, focado na sustentabilidade ambiental, que é pauta diária desde o buraco na camada de ozônio, há 30 anos, com projetos focados no aumento da qualidade de vida, menos poluição, maior transporte de massa qualificado e uso de modais alternativos. A hidrovia corre paralela ao caos da avenida Beira Rio Agora o tempo é curto e o dinheiro vai ser empregado sem o efetivo valor para atender soluções imediatistas focadas na ampliação da malha viária contribuindo para descaracterização do tecido urbano, sempre afetado em soluções que priorizam o automóvel. Infelizmente não temos uma secretaria de planejamento urbano eficaz e os projetos sempre são muito mais decisões políticas do que urbanas.

Carlos Eduardo Carrion disse...

Só posso concordar. Tudo é feito de afogadilho para resolver o premente do problema, pois nem este é resolvido.
Um abração.
Carrion

Anônimo disse...

Projetos no papel existem, e muitos deles são muito bons, PERO, o problema é: "quem foi o autor desse belo projeto?" Dependendo da resposta (partido político), o belo projeto pode tranformar-se em merda em questão de segundos.
Ééééé........viva o samba e o futebol.