domingo, 3 de agosto de 2008

VIVA LA PATRIA

Um amigo meu esteve alguns dias no Uruguay.
Contou-me que o mais lhe impressionou foi a sensação de liberdade. Podia sair à noite, à rua, com plena sensação de segurança. Em Punta esqueceu-se do carro aberto, com um dos vidros aberto, com sacolas de compras no banco de trás, na rua; uma hora e meia depois chegou e tudo estava no seu lugar.
Voltou ao Brasil, chegando perto da meia-noite.
Descarrega o carro, banho, cama.
Às 5 ½ da manhã, trimmm, trimmm, atende; é a cobrar.
“-Pai, pai, me ajuda, eles me assaltaram, me tiraram tudo, me ajuda pai!” Dizia uma voz masculina em aparente desespero. Ele ficou frio, como um aristocrata britânico do século retrasado.
“-Quem está falando?”
“-Pai, para de brincar, pai, me ajuda!”
“-Quem está falando?”
E finaliza.
“-Não tenho filhos!”
E desliga.
Volta para a cama.
“-É estou em casa!”
E foi dormir no seu quarto, num prédio com portaria 24hs, cercado de grades e cerca elétrico. Para no outro dia ir ao trabalho em um carro com os vidros sempre fechados, com medo nas esquinas, indo para uma garagem subterrânea, num prédio com portaria 24 horas, e dois ou três porteiros/guardas...

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