domingo, 10 de agosto de 2008

A VISITA DA VELHA SENHORA

Esta semana morreu a Pegguy, cachorrinha que acompanhava o meu filho há 14 anos.
Confesso que me abalei.
Pela cachorrinha? Muito pouco. Nunca fui cachorreiro.
Pela dor, pelo sofrimento, pelo luto do meu filho? Muito.
Mas muito mais por me dar conta da inflexibilidade desta engrenagem implacável que é o ciclo VIDA E MORTE.




"E a fonte sonora e fria,


corria levando a flor."


(Dizia um verso da minha infância.)




Quando olhamos para trás e vemos toda a estrada que já trilhamos e para frente, o desconhecido, cada morte que se faz presente parece mais pesada. Não pela minha morte propriamente dita. Sei que vou morrer um dia, pelo menos é o que dizem.
Mas porque, a cada morte, nos separamos de alguém, de alguma coisa, de algum momento de nossas vidas.
Como disse um ministro britânico quando da eclosão da I Guerra. "As luzes da Europa estão se apagando".
A cada amigo que parte, a cada símbolo que desaparece, um luz se extingue. Outras estão sempre a surgir, talvez mais fortes, brilhantes, imponentes.
Mas nada impede que aquela tenha se extinguido.
Carlos Eduardo, hoje melancólico

Um comentário:

LADO B disse...
Este comentário foi removido pelo autor.