domingo, 7 de agosto de 2011

Sobre o Filme Melancolia

O termo MELANCOLIA, começou a ser usado na Medicina baseado em um diacronismo. Seria um mal derivado do excesso de bile negra, que levava os indivíduos acometidos à lentidão, tristeza e prostração. Posteriormente a psiquiatria passou a usar este termo para descrever um estado mórbido caracterizado pelo abatimento mental e físico que pode ser manifestação de vários problemas psiquiátricos, tendendo hoje a ser considerado mais como uma das fases da psicose maníaco-depressiva, mas grave, mostrando um estado afetivo caracterizado por profunda tristeza e desencanto geral, uma depressão grave. Já o senso popular se refere a melancolia como um sentimento de vaga e doce tristeza que compraz e favorece o devaneio e a meditação.
O filme Melancholia (ou Melankolia) ajuda a entender um pouco deste fenômeno. Muito bem feito, trabalha em dois planos, um factual, que não tem nada demais e outro mais profundo, mais emocional, mais subjetivo, que engrandece o filme pois permite entender o que é a melancolia.
Esta procura pela felicidade onde ela não está.
Esta fuga aos problemas inevitáveis.
É um filme profundo, pesado, que obriga a pensar. Que faz com que num, ou noutro momento, determinadas cenas venham a mente e as tenhamos de colocar na nossa vida, ou nas perspectivas dela.
Fazendo um paralelo com fatos da História, o cerco de Tiro, o cerco de Massada, ou o final da guerra contra o Japão, podemos ver que Melancholia não está tão longe de nós como poderíamos julgar. Isto se não pensarmos em casos pessoais, individuais.
Talvez por conta disto o diretor do filme, ao encarnar um pouco do que colocou no filme, saiu da casinha e disse o que disse em Cannes.
Não recomendo o filme, como não recomendo filme nenhum, porque gostos são muito individuais. Mas que é um filmaço, é. Principalmente em tempos de Capitão América e Smurffs.

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